Festas Judaicas (Chaguim)
Shvat, o décimo primeiro mês do calendário judaico, contando a partir de Nissan, costuma cair entre Janeiro e Fevereiro do calendário comum. Apesar de muitas partes do mundo ainda estarem cobertas de neve, durante Shvat a parte mais pesada do inverno vai cedendo lugar para o início da primavera. Isto é claramente visto em Israel, onde as árvores começam a florescer nesta época.
Crescimento e Renovação
O dia de Tu BiShvat - o Ano Novo das Árvores - representa mais do que um simples dia da árvore. As árvores têm uma importância além de sua beleza e utilidade. Elas significam o crescimento, renovação e continuidade da vida. E, nos tempos antigos, o Ano Novo das Árvores era uma data importante no calendário judaico, que dizia respeito a estrutura da sociedade.
Relação com a Terra
A festa de Tu BiShvat é uma das ocasiões em que reafirmamos a conexão entre o Povo de Israel e a Terra de Israel. Este é um dos princípais temas do dia, simbolizado pelas profundas raízes de uma árvore. Este chag também diz respeito ao cultivo da terra (e alguns preceitos religiosos associados a isto) e à apreciação das dádivas da natureza. É sobre a contemplação das raízes de tudo. Ao longo dos anos, diversos costumes passaram a fazer parte desta festa.
Fontes da Festa
A primeira menção a este Ano Novo das árvores aparece no Talmud (Rosh Hashaná 1:1). Nos antigos manuscritos da Mishná encontra-se a mishná:
Há quatro dias de Anos Novos:
•Primeiro de Nissan: o Ano Novo dos Reis e das Festas
•Primeiro de Elul: o Ano Novo dos Animais
•Primeiro de Tishrei: o Ano Novo para a contagem dos anos, para o ano sabático, para o Jubileu e para as plantações
•Primeiro de Shvat: o Ano Novo das Árvores, segundo os discípulos de Shamai. Os discípulos de Hilel dizem que é no 15o dia de Shvat (e esta data que é respeitada hoje em dia).
Ano novo na Torá é a época em que ocorre o julgamento divino, portanto em cada uma destas datas diferentes aspectos da Criação são julgados.
Hilel e Shamai e a Determinação da Data
Como percebe-se de seu nome Tu BiShvat cai no dia 15 de Shvat ('Tu' é formado pelas letrar tet e vav, que equivalem ao número 15). Como o festival não está prescrito nas Escrituras, apenas no período da Mishná que houve uma discussão sobre quando estabelecer este Ano Novo. A discussão sobre Tu BiShvat foi liderada por Hilel e Shamai, que lideraram duas escolas de pensamento na comunidade acadêmica judaica no primeiro século da era comum. Para fixar o aniversário de uma árvore, os rabinos usavam a data que as árvores param de absorver água do solo e passam a se nutrir de sua própria seiva. Era natural que Shamai escolheria uma data anterior a Hilel, já que ele e seus discípulos viviam na planície costeira, e no Vale de Sharon, onde as flores floresciam antes que nas montanhas, onde Hilel, e a maioria do povo, viviam. Por isto o ponto de vista de Hilel prevalesceu.
Hoje em dia é costume o plantio de árvores por toda a terra de Israel, num trabalho coordenado pelo Keren Kaiemet LeIsrael.
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Guila Flint
De Tel Aviv para a BBC Brasil
Um relatório divulgado por uma ONG em Israel diz que as manifestações de racismo na sociedade israelense se tornaram mais freqüentes no último ano.
No documento, divulgado nessa quarta-feira, a ONG Mossawa, que defende direitos de cidadãos árabes em Israel, acusa líderes políticos de criarem um clima de “legitimação ao racismo” contra os cidadãos árabes,
que representam 20% da população do país.
De acordo com a pesquisa da Associação pelos Direitos Civis mencionada no relatório, 75% dos cidadãos judeus israelenses não estão dispostos a morar no mesmo prédio com um vizinho árabe e 61% não receberiam uma
visita de árabes em sua casa.
A pesquisa também indica que 55% defendem a separação entre judeus e árabes nos lugares de lazer e 69% dos estudantes secundários acham que os árabes “não são inteligentes”.
O relatório atribui esse fenômeno, em parte, ao agravamento do conflito entre israelenses e palestinos, mas também aponta o papel de líderes políticos no incitamento contra os cidadãos árabes.
No documento são citados ministros e parlamentares que “baseiam sua força em posições de ódio e incitam ao racismo”.
O político mais citado é Avigdor Liberman, líder do partido de direita Israel Beiteinu e ex-ministro para Assuntos Estratégicos.
Liberman defende a “troca de territórios e populações” como solução para o conflito.
“Os árabes israelenses são um problema ainda maior do que os palestinos e a
separação entre os dois povos deverá incluir também os árabes de Israel... por mim eles podem pegar a baklawa (doce árabe típico) deles e ir para o inferno”, afirmou.
Para Liberman, Israel deve “trocar” as aldeias árabes israelenses pelos assentamentos nos territórios ocupados, ou seja, as aldeias árabes passariam a fazer parte de um estado palestino e os assentamentos seriam anexados a Israel.
Outro parlamentar citado é Yehiel Hazan, do partido Likud, que chamou os árabes de “vermes”.
O atual ministro da Habitação e Construção, Zeev Boim, do partido Kadima, disse que o “terrorismo islâmico poderia ter razões genéticas”.
O deputado do partido de direita Ihud Leumi, Efi Eitam, defendeu a expulsão dos palestinos da Cisjordânia e a exclusão dos cidadãos árabes israelenses da política do país. “Eles (os cidadãos árabes) são uma
quinta coluna, traidores, não podemos permitir a permanência dessa presença hostil nas instituições de Israel”, declarou.
Segundo a Mossawa, as autoridades israelenses não aplicam as leis anti-racismo existentes no país e se cria uma situação de impunidade na maioria dos casos em que essas leis são violadas.
Figuras públicas que manifestam posições racistas continuam em seus cargos sem que haja qualquer tipo de investigação contra elas, diz o relatório.
O clima político de “legitimação do racismo” leva a uma maior aceitação de idéias favoráveis à segregação e expulsão dos cidadãos árabes israelenses, acrescenta a ONG.
No mesmo dia da publicação do relatório da Mossawa, a imprensa israelense publicou um decreto do rabino Dov Lior, dos assentamentos de Hebron e Kiriat Arba, proibindo seus seguidores de alugar casas a árabes ou de empregar
funcionários árabes.
A advogada Einat Horowitz, do Centro de Pluralismo Judaico, criticou o decreto do rabino e o “fenômeno crescente de incitamento racista”.
Segundo a advogada, “o incitamento distorce o judaismo e é proibido por lei”.
“Dirigimos um apelo ao procurador-geral da Justiça, para que acorde e aja pela implementação da lei contra esse tipo de pronunciamentos”, disse a advogada.
O rabino Gilad Kariv, vice-diretor do Centro de Ação Religiosa, também condenou o decreto do rabino Lior.
“É alarmante que rabinos, que recebem seus salários do orçamento do Estado, falem contra o aluguel de apartamentos a árabes e enviem inspetores para procurar trabalhadores árabes em lojas”, afirmou Kariv.
“Como rabino, estou preocupado com o envolvimento de personalidades religiosas em incitamento”, acrescentou.
Interpretación y comentario
Una y otra vez a lo largo del relato de la salida de Egipto, se nos cuenta que Dios endureció el corazón del Faraón. No hay dudas de que el Faraón también endureció su corazón por propia elección aunque, finalmente, los hijos de Israel y el pueblo egipcio supusieron que Dios venció al Faraón, porque Dios tenía el poder de endurecer el corazón del Faraón.
Pero si todo fue una obra de Dios, ¿por qué fue castigado el Faraón? Si Dios sabía que el Faraón no iba a ceder sino después de la décima plaga, ¿podemos decir que el Faraón actuó por libre elección? Si es así, ¿por qué había necesidad de endurecer su corazón? Y si no lo fue, ¿por qué fue castigado el Faraón? Puesto que el castigo estaba basado en la suposición de que somos libres para elegir.
Maimónides trata esta supuesta contradicción en su composición “Ocho Capítulos”. Él destaca la aparente injusticia, incluso relacionando el destino de los egipcios en general y del Faraón en particular, a la promesa de Dios a Abraham, cosa que acentúa aún más esta injusticia.
Maimónides propone una solución que demuestra una profunda comprensión. Es cierto, dice Maimónides, que si fue Dios quien forzó a los egipcios a esclavizar a los hijos de Israel, no habría ninguna justificación al castigo que sufrieron. Pero Maimónides explica de manera diferente el pecado de los egipcios. Según él, los egipcios renunciaron por propia voluntad a su libertad de elección. Los egipcios tenían el poder de oponerse a las órdenes del Faraón, pero ellos ejecutaron las mismas por propia voluntad. Cuando el Faraón les ordenó al inicio del libro de “Éxodo”: “Seamos más inteligentes que ellos”, Maimónides dice que los egipcios podían haberse negado. Pero porque lo aceptaron, su destino fue determinado, hasta el punto de ser castigados con el hecho de no tener ninguna posibilidad de arrepentimiento.
Seguramente, los egipcios supusieron que ellos actuaron por propia voluntad. El psicólogo Steven Pinker dice que no se puede imaginar, ni siquiera un solo día, en el cual no actuemos por propia elección. Aunque creamos que nuestra conducta está dictada por las leyes de la Genética o que Dios establece todo desde un principio, también en esos casos nuestra sensación personal es que somos libres para elegir por nuestra propia voluntad. Mientras ésa sea nuestra sensación, el castigo al pecado es merecido.
De todas maneras existe una sensación de injusticia. Si la libre voluntad es un fenómeno derivado del cerebro o una concepción errónea, ¿por qué merece el Faraón o cualquier ser humano, ser castigado?
Uno de mis alumnos, Amir Shalit, propuso una posible solución para este problema en la interpretación de la Mishná en Pirkei Avot (Tratado de Principios, 3:16): “Todo está previsto, pero el ser humano tiene libre albedrío”. Ése es nuestro cuestionamiento. Si todo está previsto, ¿cómo podemos actuar con libertad de elección?
Debemos destacar de manera diferente las palabras de la Mishná. Dios sí lo ve todo. Dios conoce todos los infinitos resultados de todas las elecciones posibles, y aún así, la elección de cuál será el camino por el cual andaré, es mía. Yo tengo la posibilidad de elegir entre el bien y el mal. Dios sabe cuáles serán las consecuencias, pero yo debo elegir mi camino.
Así también, tanto el Faraón como los egipcios pudieron elegir actuar de manera diferente. Pero una vez que eligieron, una vez que renunciaron a su posibilidad de elegir -que es un pecado mayor aún, pues así renunciaron a su cualidad de seres humanos-, su camino hacia el mal trajo sus consecuencias.
Estudio y análisis
Rabino Dr. Alexander Even-Jen
Profesor de Pensamiento Judío, Instituto Schechter de Estudios Judaicos, Jerusalén
“Dispuso Adonai la gracia del pueblo ante los ojos de los egipcios, también el hombre Moshé era muy grande en la tierra de Egipto a ojos de los servidores del Faraón y a ojos del pueblo. Dijo Moshé: Así ha dicho Adonai: Al promediar la noche yo voy a salir en medio de Egipto. Y morirá todo primogénito en la tierra de Egipto, desde el primogénito del Faraón que está sentado sobre su trono, hasta el primogénito de la esclava que está detrás de las muelas, y todo primogénito de animal. Y habrá clamor grande en toda la tierra de Egipto, que como él no ha habido y como él no volverá a haber” (Éxodo 11:3-6).
¿Del primer versículo de este párrafo se podría entender la razón de la obstinación y del odio del Faraón hacia Moshé?
¿Podría ser que el Faraón estaba interesado en reprimir con todas sus fuerzas al líder que intentaba desestabilizar su gobierno?
¿Acaso el Faraón -como los tiranos en nuestros tiempos- intentó borrar al líder que los gobernados -tanto hebreos como egipcios- veían como el símbolo de la lucha por la libertad?
Muchos comentaristas dicen que Dios cumplió lo que le había prometido a Moshé: “Pero dispondré que halle gracia este pueblo ante los ojos de los egipcios y ocurrirá que, cuando hayáis de partir, no partiréis vacíos. Pedirá cada mujer de su vecina y de aquélla que mora en su casa, objetos de plata y objeto de oro y ropas. Los pondréis sobre vuestros hijos y sobre vuestras hijas y os aprovecharéis de Egipto” (Éxodo 3:21-22).
Es posible explicar estos versículos como enseñanzas de justicia: el pueblo de esclavos sale con “grandes bienes”. Pero ¿por qué con bienes del pueblo egipcio y no con los bienes del Farañon?
¿Es posible pensar que el pueblo de Israel “se aprovechó” como lo entendemos en nuestra época- del pueblo egipcio?
Rashi propone: “Os aprovecharéis” significa “vaciaréis”. ¿Por qué “vaciar” a las vecinas?
Jizkuni propone interpretar: “Y aprovecharéis a Egipto: A pesar de que recibirán todo de ellos como préstamo, deberán devolvérselo, y lo corregirán después en un juicio”.
¿Por qué es importante para Jizkuni traer esta interpretación?
¿Acaso es porque la interpretación de Rashi podría presentar al pueblo que salía a la libertad como un pueblo que se comportaba como el Faraón?
“Y morirá todo primogénito”. ¡¿Por qué?! ¡¿Dónde está la justicia Divina?!
*Consejero de la Cátedra de “Familia y Comunidad”, Instituto Schechter de Estudios Judaicos, Jerusalén.
Editado por el Instituto Schechter de Estudios Judaicos, la Asamblea Rabínica de Israel, el Movimiento Conservador y la Unión Mundial de Sinagogas Conservadoras.
Traducción: rabina Sandra Kochmann
De la gran comunidad judía, han quedado tan sólo dos judío remanentes, pero en el Beit Knéset que se convirtió en iglesia, se realizan nuevamente rezos judíos
La comunidad judía de Italia es de las más antiguas en el mundo judío. La misma fue establecida a comienzos del Gobierno Macabeo. La judería italiana tiene una larga y esplendorosa historia, la cual cuenta con más de dos mil años, con una vida judía plena y muy importantes lazos culturales con el entorno no judío.
El primer registro existente respecto a la presencia judía, se remonta al año 161, cuando una delegación de Iehudá llegó a Roma. Los primeros judíos que llegaron a Italia lo hicieron como esclavos, durante la época del Segundo Templo. Luego de que Ierushalaim cayó y el Templo fue destruido, cientos de miles de judíos fueron enviados a Roma (cerca de 50.000 en tiempos de Pompeo, 90.000 en tiempos de Titus y muchos más durante el Gobierno de Adrianus). Se sabe acerca de 12 comunidades en esa época. Durante los primeros siglos (de acuerdo a la cuenta católica), comerciantes judíos se desplazaron a lo largo de Medio Oriente y se asentaron en la zona costera del sur de Italia.
La judería italiana es la “comunidad madre”, la más antigua diáspora en Europa. Su distinción consta en ser una comunidad “independiente”, no ashkenazí y no sefardí, sino una comunidad con su propia tradición. La comunidad es famosa por su riqueza espiritual y cultural, y por el mérito de sus rabinos, sabios y filósofos. Asimismo, las varias publicaciones, las obras de arte, los dibujos y los instrumentos sagrados que fueron creados a lo largo de las generaciones dentro de las esplendorosas sinagogas, ayudaron a incrementar la fama de la comunidad.
Tan sólo dos judíos
Trani es una ciudad portuaria en la zona de Apuglia, al sureste de Italia, en la costa adriática de la provincia de Bari. La ciudad fue visitada por Benjamín de Tudela en el siglo XII y mediante sus escritos podemos recrear la vida de la comunidad judía del sur de Italia entre los años 1160-1165. En esta misma época, había tan sólo algunos miles de judíos en la zona debido a la malaria. El eminente viajero cuenta que la ciudad de Trani contaba tan sólo con 200 judíos, y asimismo escribe que “la ciudad es grande y bella y tiene un cómodo puerto”.
A lo largo de los años, creció y se fortaleció la judería sureña italiana en general y Trani en particular. En el siglo XIII, Trani se había convertido en un centro judaico importante. En ella fueron construidas sinagogas y ieshivot, y contaba con rabinos renombrados. Estas son las palabras de Rabenu Tam al respecto (en el libro Haiashar): “Se decía sobre los habitantes de Bari, de Bari saldrá la Torá y la palabra de Hashem de Otranto”. Entre los sabios de Trani se encontraban el Mabit, Moshé ben Iosef de Trani, cuyo padre abandonó la ciudad en 1505 por temor a la Inquisición; rabi Ieshaiahu de Trani (Tosfot Rid 1240-1165), y rabi Ieshaiahu, hijo del último rabi Eliahu de Trani.
El siglo XV es conocido como la época de oro de la judería de Bari, y los judíos dominaban el comercio de la seda y la pintura de telas en la ciudad. Con la expansión del catolicismo en el sur de Italia, la situación de los judíos de la zona empeoró. En el año 1505, el sur de Italia fue conquistado por España y las garras de la Inquisición llegaron hasta dicha zona, también de allí los judíos fueron expulsados u obligados a convertirse. Luego de 1.500 años de vida judía continua en la zona, los judíos fueron expulsados en 1541, excepto por aquellos que se convirtieron. Hasta hoy en día, hay tan sólo algunos pocos judíos en comparación con otras zonas de Italia.
De hecho, desde el siglo XVI y hasta el presente, Trani no cuenta con una comunidad judía, sino tan apenas con dos judíos. Uno de ellos es Abraham Zakai Zkilo, cuyas raíces familiares provienen de dicha ciudad, y el segundo es Francesco Luturo, músico e investigador, el cual realiza una investigación acerca de la música en la época de la Shoá.
Vale la pena mencionar que luego del Holocausto la ciudad de Trani retomó su lugar de honor respecto al regreso de los judíos a la Tierra de Israel. Luego de la Segunda Guerra Mundial, la ciudad de Trani, como el resto de las ciudades portuarias del sur de Italia, funcionó como lugar de refugio para judíos de toda Europa. Los soldados judíos que se encontraban en Italia realizaron actividades educativas, culturales e incluso capacitaciones en el área agrícola, para así prepararlos hacia una futura aliá a Israel, en los campos de refugiados del lugar. Hasta hoy en día se encuentra en la zona restos de dichos campos, y en ellos frases grabadas en hebreo.
El último judío
En un viaje a Trani encontré al “último judío” de Trani, Abraham Zkilo. La familia de Abraham es una familia italiana de varias generaciones. Cuando le pregunté cuándo llegó su familia a Italia, se rió y dijo: “Siempre estuvieron aquí, miles de años”. Zkilo se siente descendiente de una familia judeo-italiana antigua y se encuentra muy orgulloso de su judaísmo y de su posición social como el último judío del lugar. Con lágrimas en los ojos me relató la historia de la ciudad y de las sinagogas que se convirtieron en iglesias. Salí con Abraham a un largo paseo por la ciudad, un largo recorrido por la historia de la judería italiana en general y la de Trani en particular. Pasamos por distintas puertas, oí relatos, frenamos al lado de casas y recibí una descripción acerca de cada familia judía que vivió allí a lo largo de las generaciones; nos sentamos en las plazas y oí acerca de la grandeza de los anusim de Italia que siguieron respetando el judaísmo en secreto. Intentaré describir tan sólo un poco de todo lo que escuché de él.
A pesar de que Trani se quedó sin judíos a lo largo de las generaciones, el cuarto judío fue mantenido completamente. En algunas ciudades españolas es posible ver barrios judíos originales, de la Edad Media; sin embargo, en ningún lugar en el mundo hay un cuarto judío completo, tan sólo en Trani. En varias ciudades quedaron algunas casas, paredes y demás señales del barrio judío una vez existente, pero en Trani, cada casa relata una historia. Los nombres de las calles quedaron con sus nombres judíos, las puertas, los símbolos de las familias judías, todo ha quedado tal cual.
Quizás más aún: no sólo que las casas del cuarto judío representan un testimonio viviente de la vida judía, sino que la población local no judía, aún se refiere a este lugar como el lugar en donde viven los judíos hasta hoy en día.
Llegué a Trani un jueves a la medianoche. Mis huéspedes me invitaron a realizar un recorrido por la ciudad antes de irme a descansar después del largo camino. El primer lugar que llamó mi atención fue el Beit Haknéset, el cual contaba con una campana de iglesia en su techo, y sobre la campana eclesiástica… un Maguén David. He visitado varias sinagogas alrededor del mundo, pero una con una campana eclesiástica y sobre ella un Maguén David, nunca he visto… y esta es la historia:
El Beit Knéset “Scola Nova” fue construido en el año 1247. Cerca suyo, fue construido el Beit Knéset “Scola Grande” en el año 1250. En el año 1541 las sinagogas fueron transformadas en iglesias de la noche a la mañana. Carlos V (nieto de la reina Isabel) expulsó a los judíos de la zona, y ordenó convertir las sinagogas en iglesias. Gran parte de los judíos se fueron de la zona, y otros comenzaron a vivir como anusim, mientras que respetaban el judaísmo en secreto.
Y así fue como las sinagogas fueron transformadas en iglesias, pero dado que Hashem nos cuida,… luego de casi 500 años, el alcalde devolvió el objeto perdido (¿o quizás robado?) a sus dueños, cerró la iglesia y le permitió a los dos judíos que viven en la ciudad, rezar allí en forma diaria.
Durante los últimos años, llegan a Trani judíos que se encuentran dispersos por los suburbios de la ciudad y realizan minianim en los Iamim Noraim. Asimismo, muchos turistas llegan al Beit Knéset para poder ver el milagro de la sinagoga que fue convertida en una iglesia y luego retornó a ser Beit Knéset.
Beit Knéset con campana de iglesia
A pesar de haber devuelto el control del Beit Knéset a los judíos, el Gobierno pidió preservar los símbolos católicos que fueron agregados a la sinagoga. Pidieron dejar la campana con la cruz en el techo y la imagen de “la santa María” en el arón hakodesh, tal como fue preservado durante 500 años.
El último judío de Trani, descendiente de judíos que vivieron en la ciudad durante miles de años y durante cientos de ellos mantuvieron su judaísmo en secreto como anusim, contestó terminantemente: “De ninguna forma”. Dijo, e hizo tal cual. En una de las noches oscuras, dicho judío se subió al techo, y quitó la cruz de la campana de la iglesia. Cuando le pregunté por qué no quitó asimismo la campana, dijo que no quería llamar demasiado la atención. Sin embargo no terminó allí la obra. Luego de un año, nuevamente por la noche, subió el judío al techo del Beit Haknéset y puso un Maguén David sobre la campana eclesiástica…
Lo mismo hizo con la imagen de María, la cual se encontraba en el arón kodesh. Luego de consultar con el rabino Mordechai Eliahu, decidió no quitar la imagen por temor al Gobierno, sino tapar la misma con una pared interna. Así, encontramos en Trani el único Beit Knéset en el mundo (de acuerdo a mi conocimiento) que cuenta con una imagen de la “santa María” dentro del harón hakodesh y una campana de iglesia con un Maguén David en el techo.
El Beit Knéset de Trani fue completamente preservado. El mismo fue construido con estilo gótico. En la parte de adelante hay un harón hakodesh de piedra lisa como parte de la pared oriental y siete escalones llevan al mismo. Skilo reza todas las mañanas en el Beit Knéset, pero dice no estar solo: “Siento a mi abuelo y a mi bisabuelo, la alegría y el dolor, paraíso e infierno. Siento las voces que rezaron aquí antes de que el Beit Knéset sea tornado en iglesia. Querría ver la cara de Carlos V, nieto de la reina Isabel, quien ordenó expulsar a los judíos de la ciudad, si viese a mis nietos vivir en Eretz Israel. El desapareció y nosotros estamos vivos, el pueblo de Israel está vivo…”.
A pesar de ser pocos, intentan los judíos de la ciudad vivir como tales. La Federación de Comunidades de Italia y el Rabinato de Roma ayudan a la comunidad a fortalecer su camino, y llevar una vida judía, tanto a los judíos como a los anusim que desean retornar al judaísmo. El rabino Shalom Bajbut es el líder espiritual de la comunidad y los guía en todo lo que sea necesario.
Los judíos de Italia son hoy en día cerca de 30.000. La mayoría se encuentran concentrados en las grandes ciudades: Roma, Milán, Firenze, Torino, Trieste, aunque también los hay en varias comunidades pequeñas, las cuales realizan un gran esfuerzo para poder seguir viviendo como judíos.
Como es sabido, la mayoría de las comunidades italianas poseen museos judíos muy bellos. Sin embargo, éstas tratan de no vivir únicamente a la sombra de los mismos, sino de vivir su vida judía de forma tal que los museos sean parte de ellas y no al contrario.
Interpretación y comentario
¿Quiénes son los magos de Egipto y cuál es la fuente de su poder? Después de que la vara de Aarón se transformó en cocodrilo, está escrito: “Pero convocó también el Faraón a los sabios y a los magos, e hicieron también ellos, los magos de Egipto, con sus encantamientos así” (Éxodo 7:11). Rashi dice que se trata de “actos de hechicería” que permitieron a los magos desafiar el poder de Moshé, de Aarón y, finalmente, de Dios.
Abarbanel se refiere a esas palabras y argumenta que la pregunta principal que aquí se analiza es: ¿es posible la “magia” o se trata de un truco de ilusión? Abarbanel trae dos maneras diferentes y contrarias de ver la posibilidad de la existencia de la “magia“. La primera forma de ver el asunto es la de Maimónides: “Que la hechicería es un acto de demonios. Es un asunto sin valor, pues es producto de la imaginación humana y los demonios no existen y son cosas imaginarias”.
Maimónides determina de manera firme que los actos de hechicería son cosas vanas y no son más que trucos de ilusión. Además de eso, debemos prestar atención a la definición de que los demonios son producto de la imaginación y que se encuentran sólo en la imaginación. Esta definición es importante cuando se trata de entender por qué hubo necesidad de diez plagas. En otras palabras, por qué no pudo Dios sacar a los hijos de Israel de Egipto de manera más rapida y eficaz.
La respuesta, según mi humilde opinión, se encuentra en la explicación que da Maimónides a la necesidad de ofrecer sacrificios. Según Maimónides, no se puede llevar a un cambio en la naturaleza humana de manera repentina. Así como un metal caliente no se vuelve frío en un momento sino que pasa por un proceso paulatino de enfriamiento, así también ocurre con los seres humanos. Los hijos de Israel, que crecieron en Egipto y se acostumbraron allí al culto idólatra mediante los sacrificios, no eran capaces de abandonar dicha ofrenda de sacrificios. Por lo tanto, en lugar de luchar contra esa costumbre, la Torá obligó a apuntar aquella “energía” idólatra, hacia el culto a Dios. Es decir, la ofrenda de sacrificios iba a continuar, pero ahora iba a estar dirigida al Dios de Israel. De esta manera debería verse también a las diez plagas y al fracaso de los magos.
El objetivo era educar a los hijos de Israel. Educar a los esclavos que crecieron en un ambiente que honraba, valoraba y admiraba el poder de los magos. El objetivo era llevarlos a conocer el poder superior de Dios, y las diez plagas simbolizan el paulatino proceso de eliminar la fe en el poder mágico de los magos.
Abarbanel indica que hay otro camino para entender el poder de los magos: “El camino B es de los verdaderos sabios... que la existencia de demonios es una cosa implantada en la Torá y eso lo verificaron nuestros Sabios de Bendita Memoria en su entendimiento, y ésta es la verdad del asunto de los magos que se recordaron en esta parashá”. Es decir, según esta segunda idea, existe la posibilidad de la existencia de demonios, y los magos de Egipto, efectivamente, eran capaces de mover fuerzas ocultas para lograr sus objetivos a través de la magia.
No hay necesidad de indicar que hasta el día de hoy, muchos sabios de Israel hacen uso de amuletos y actos de magia para alcanzar objetivos más o menos sagrados.
Debo indicar lo que fue dicho por el rabino Shim- shon Rafael Hirsch: “Nunca recurrieron a la ayuda de un hechicero para un objetivo deseado en lo referente a lo ético y moral. Siempre que sintieron que el objetivo deseado era aceptado por Dios y se integraba en el orden de Su mundo, no vieron ninguna razón de usar este medio de ayuda. Solamente si deseaban algo malo, -para lo cual no esperaban la ayuda del Soberano del Mundo-, recurrieron a la ficticia sabiduría de la “hechicería”, como si fuera una puerta lateral, un sendero oculto al cual se escapaban para llevar a cabo su maldad allí, bajo la ira y el enojo del Gobernante del mundo”.
Estudio y análisis
Moshé se dirige al Faraón y le explica por qué debe permitir a los hijos de Israel ofrecer sacrificios a Dios fuera de Egipto y dice: “Dijo Moshé: No es correcto obrar así, ya que lo que es abominación para Egipto hemos de sacrificar ante Adonai, nuestro Dios. He aquí que vamos a sacrificar lo que es abominación para Egipto ante los ojos de ellos ¿y no nos van a apedrear?” (Éxodo 8:22)
1- ¿Será que Moshé dice estas palabras con el único objetivo de convencer al Faraón?
2- ¿Este argumento tiene posibilidades de tener éxito?
3- ¿Por qué supone Moshé que el destino de los esclavos que “van a ofrecer sacrificios” es importante para el Faraón?
4- ¿Será que él supone que el Faraón va a sufrir daños económicos?
5- Hay que recordar que Moshé volvió a Egipto después de la muerte del gobernante anterior (Éxodo 2:23). ¿Puede ser que Moshé haya pensado que el nuevo gobernante tenía la intención de asentar su Gobierno y no permitir acciones que podrían provocar a la sociedad egipcia?
6- ¿Las palabras de Moshé reflejan sensibilidad hacia aquellos que antes fueron “su familia”? ¿Acaso cuando Moshé se escapó de Egipto se “cortaron” esos sentimientos hacia aquellos que lo criaron en su niñez?
* Profesor de Pensamiento Judío, Instituto Schechter de Estudios Judaicos, Jerusalén.
Editado por el Instituto Schechter de Estudios Judaicos, la Asamblea Rabínica de Israel, el Movimiento Conservador y Unión Mundial de Sinagogas Conservadoras.
Traducción: rabina Sandra Kochmann
Invasión indoamericana Por Daniel Goldman
Somos una sociedad racista, y el racismo siempre es violento. La falta de un debate profundo sobre identidad y diferencia Les dicen: “bolitas” o “negros de mierda”. Se los acusa de ser la causa del desempleo, cuando en realidad los empleadores, en sus promesas, los contratan por un salario más bajo que el mínimo y, obviamente, sin los aportes correspondientes. A ellos no les queda otra que aceptar y soportar. Viajan horas para limpiar un inodoro, para enderezar una pared o para coser un botón. Pagan un alquiler en la villa al precio de un departamento céntrico. Es cierto que algunos son inmigrantes ilegales. Tan cierto como que los blanquitos cumplimos a rajatabla con ilegalidades por las que no somos sancionados. Simplemente por eso: porque somos blanquitos. Hace años, por circunstancias de la vida, adopté a un adolescente con la piel oscura, es decir, más oscura que la mía. Soy un testigo cotidiano de lo que a este pibe le hacían sufrir. Un negro en un espacio blanco. Si él se vestía como yo (la elegancia no es mi característica), era un villero. Ahora, si yo me vestía como él, daba el look de intelectual revolucionario. Sólo nos diferenciaba la pigmentación. Lo divertido era que cuando al negro lo presentaba como a mi hijo, descolocaba a todos y todos sonreían. Dejaba de ser una intimidación para pasar a ser el hijo del rabino. Y yo era una esperanza blanca que recuperaba a un indio de la barbarie. Somos una sociedad racista. Y el racismo siempre es violento. Éste es el real debate que debemos tener en nuestra sociedad. Porque ello quedó demostrado con la toma del Indoamericano. El nombre del parque también se carga de una simbología profunda, densa. Los blanquitos hacemos la fantochada de honrarlos con el bautismo de un parque público; claramente, una forma de cómo glorificar nuestras conciencias (claramente, porque si fuese oscuramente estaríamos en problemas). Pero, por otro lado, la villa tiene que ser su hábitat natural, y que nuestro aporte blancamente diáfano al comedor popular de la basura que nos sobra en casa, nos serene. La invasión indoamericana nos puso en jaque. Los indoamericanos invadieron nuestro parque. Cuando los ruralistas entraban en la ruta, era en defensa de los intereses de la Nación. Porque un blanco jamás invade. Entra donde le corresponde, y sabe cuándo irse. Porque “el que se va sin que lo echen vuelve sin que lo llamen”. Como los pálidos milicos. El hijo de un italiano, o de un español, o de un polaco (mi caso), fuimos argentinos de primera generación. Lo de nuestros padres fue un aporte. El hijo de un boliviano, o de un paraguayo o de un jujeño, por no irnos tan lejos, tiene que justificar todo el tiempo su argentinidad. Lo de sus padres siempre es una carga y nunca un aporte. Ya lo decía Borges: “Un argentino es un europeo en el exilio”. Sólo con el debate más intenso vamos a descubrir el tiempo que lleve a las claras la anemia de nuestra quimérica identidad. El cabecita negra fue declarado “otro”. El “otro” es lo distinto, es lo amenazador, es lo que debe permanecer en el sitio que el “poder” le asigna. “Otro” porque nos-otro-s tenemos una manera de mirar al mundo que el “otro” no tiene. Cuando la otra identidad parece peligrosa, discriminar implica la incapacidad de aceptar las formas de ser y la imposibilidad de respetar las culturas. Si raza, etnia, clase y género son construcciones sociales centrales para la identificación de la propia identidad y su diferencia con otras, la cultura es el resultado de la forma en que se interpreta esa diferencia, siendo lo resbaladizo y lo que está en juego la situación de cómo se asume al otro, al diferente, al supuestamente distinto, al que tiene una piel extraña. Es bajo un sistema de representación como se encubre el eje de diferenciación conceptual, que se basa en prácticas concretas, articuladas por clases sociales y políticas. Por eso, la combinación de identidad y poder en la cultura, si no es trabajada con amplitud espiritual y de criterio, puede resultar un juego letal. Toda discriminación logra derivar en genocidio. El antirracismo, en un sentido profundo, debe ser un proyecto político-social-económico-religioso-cultural. Tiene que ser claro, batallador, y tiene la obligación de incomodar, para no transmutarse en una herramienta que tranquilice las “santas almas” de los que decimos no discriminar pero que ejercemos el racismo como instrumento cotidiano, cuando la piel del otro, en verdad, atenta contra nuestros propios poderes e intereses. * Rabino de la comunidad Bet-El