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Um homem sério

Um comentario sobre o novo filme dos irmãos Cohen, que não é só para judeu ver. Trata-se de uma pérola hermética de sabedoria judaica, no melhor estilo woody allen. Dizem que se trata de uma adapatação do livro de Jó. Se for, é justamente a mensagem oposta! Deus não está nos testando. Na verdade, Deus não está nem aí pra nós. Se existe, esqueceu de dar as caras por aqui há muito tempo. A vida é uma piada e não tem sentido. Ria se conseguir. A suposta sabedoria rabínica é uma cascata como outra qualquer, apenas mais bem elaborada (já que conseguiu enrolar o povo mais esperto do planeta, ou pelo menos aquele que se julga assim). Tanto faz o rabino ser junior, senior ou caquético: nenhum deles tem competencia para interpretar mensagens esdrúxulas como textos em hebraico impressos na arcada dentaria inferior de um goi. Vá viver sua vida. Ela pode ser boa, ela pode ser uma merda. Voce pode ser abandonado pela mulher ou morrer num acidente de carro idiota. Pode ou não ganhar estabilidade no emprego, independente de sua competencia ou honestidade. Pode decorar um monte de baboseiras que não fazem o menos sentido e ser o herói da comunidade ou fumar um baseado, esquecer o texto e ser a chacota da velha guarda (ou ainda, com muita sorte, pode conseguir os dois). Quem sabe o que significa um vendaval? Deus esqueceu de me dizer.
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Israel faz simulação sob premissa de arma atômica no Irã

Uma simulação militar envolvendo ex-generais e diplomatas de Israel, realizada no último domingo, concluiu que um Irã com armas nucleares seria um golpe para a autonomia militar israelense, embora alguns participantes tenham previsto também que Teerã demonstraria comedimento.

O evento de domingo, em um campus ao norte de Tel Aviv, segue-se a outras simulações relevantes nos últimos meses em Israel e Estados Unidos. Mas o exercício inovou ao pressupor a existência de armas nucleares no Irã - algo que Teerã nega a intenção de desenvolver, a despeito da desconfiança que gera nos EUA e seus aliados.

"A dissuasão iraniana se mostrou vertiginosamente efetiva", disse o brigadeiro da reserva Eitan Ben-Eliahu, que "interpretou" o ministro israelense da Defesa, em seu sumário do evento, que reuniu 20 especialistas.

O exercício supôs que o Irã irá se declarar uma potência nuclear já em 2011, e que os confrontos seguintes serão "por procuração", no Líbano.

Num deles, a guerrilha Hezbollah, animada com o avanço de seus aliados iranianos, dispararia mísseis contra a sede do Ministério da Defesa israelense, em Tel Aviv. Em seguida, conforme a simulação, agentes dos EUA e de Israel descobririam que o Irã estava contrabandeando material para que seus aliados no Líbano montassem uma bomba radiativa semiartesanal.

Rivais árabes do Irã então dariam - sempre segundo a simulação - um discreto incentivo a uma retaliação do Irã, mas ainda não seria desta vez que o Estado judeu atacaria. Israel prefere então confabular com os EUA, que manifestam publicamente apoio ao "direito à autodefesa" de Israel, além de mobilizarem reforços militares na região. Por outro lado, Washington insiste discretamente para que Israel recue e dê uma chance às negociações.

"No que dizia respeito aos Estados Unidos, Israel estava feliz (demais) em apertar o gatilho. (Israel) buscaria usar o ataque do Hezbollah (com mísseis) como justificativa para aquilo que os EUA seriam informados de que seria uma guerra total", disse Dan Kurtzer, ex-embaixador dos EUA em Tel Aviv, que "interpretou" o presidente dos EUA.

Kurtzer manifestou satisfação com a reação da sua equipe à "bomba suja" (bomba radiativa), que consistiu em pressionar outras potências da ONU a aceitarem uma intervenção armada contra o Hezbollah.

"Países como China e Rússia têm seus próprios terroristas e não querem vê-los obtendo armas nucleares", disse o ex-diplomata.

"Sob certas circunstâncias, a ágil diplomacia dos EUA pode realmente funcionar nesta região, e (Washington) acaba não só controlando Israel como também liderando uma coalizão internacional com disposição."
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Exposição mostra raízes judaicas da história em quadrinhos

Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: The Spirit (e) e Super-homem Museu Judaico, em Berlim, conta a história dos quadrinhos e desvenda ligação da indústria com as tradições judaicas, do Super-Homem e o Incrível Hulk à revista Mad.

A caminho do Museu Judaico, os visitantes se deparam com uma escultura com o título Até os super-heróis têm dias ruins. O Super-Homem parece ter aterrissado de ponta-cabeça no chão. Ele pode ter ido parar numa rua de Berlim, mas de onde vem o Super-Homem? É uma pergunta que a exposição dentro do museu, em cartaz até 8 de agosto de 2010, tenta responder.

Em parceria com o Museu de Arte e História do Judaísmo, em Paris, e o Museu Histórico Judaico, em Amsterdã, a mostra Helden, Freaks und Superrabbis (Heróis, freaks e super-rabinos) vai buscar as raízes das histórias em quadrinhos, e demonstra como a indústria foi construída a partir do amadurecimento de filhos de imigrantes judeus vindos da Europa Oriental.

A história começa nos anos 1890, com perfis psicológicos de pioneiros como Rudolph Dirks, criador dos Sobrinhos do Capitão (The Katzenjammer Kids, no original) e, por acaso, um dos primeiros a utilizar os balões de diálogos (speech bubble), Harry Herschfield. Ele começou em 1910 desenhando o personagem Abie, o agente, para o New York Evening Journal.

Após passear por mais de 100 anos da história do HQ, a exibição conclui com uma seleção de artistas que atualmente trabalham em Israel. "A tese da mostra não é que os quadrinhos sejam uma especialidade judaica. Ela aborda, antes, o porquê de tantos judeus se tornarem artistas de quadrinhos, e quais assuntos os preocupavam", diz a curadora Anne Helene Hoog.

Super-Homem é judeu

Para quem não estava ciente que um sem número de personagens foram criados por judeus – do Homem Aranha aos X-Men e o Quarteto Fantástico –, os curadores certamente conseguem passar essa mensagem adiante. A exposição evidencia claramente que a história dos desenhistas de quadrinhos judeus é nada menos do que a própria história dos quadrinhos.

Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Trabalho de James Sturm exposto no museu
Em muitos casos, as origens judaicas dos personagens das tirinhas mais antigas são muito aparentes. Um exemplo óbvio é o caso de Milt Gross que, nos anos de 1920, escreveu histórias para o diário New York World num inglês com influência iídiche, e que frequentemente retrabalhou contos famosos, como o de Aladim e Lâmpada Maravilhosa em Nize ferry-tail from Elledin witt de wanderful lemp.

Mas foi por volta da década de 1930 que a era dos super-heróis teve sua aurora. Os escritores até podiam ser judeus – embora com nomes americanizados, como Robert Kahn/Bob Kane, o inventor do Batman – mas nada havia de declaradamente judeu nesses personagens. No entanto, como mostra a exposição, o inimigo eram geralmente os nazistas.

"Eu gostaria de dar um soco 100% não-ariano no seu queixo", diz uma tirinha de 1940 "Como Super-Homem terminaria uma guerra", em que o Homem de Aço segura Hitler pelo pescoço.

Depois de outro episódio naquele mesmo ano, em que o super-herói destrói parte da chamada "Linha Siegfried", entre a Alemanha Ocidental e a França, o ministro da propaganda nazista, Joseph Goebbels proclamou: "Superman ist ein Jude" (Super-homem é um judeu), e sumariamente baniu das bancas de jornal os quadrinhos de Siegel e Shuster.

Fantasias de assimilação

Um grande número de especialistas afirma, já há alguns anos, que o núcleo da personalidade do Super-Homem é, de fato, a de um imigrante. Originalmente, ele é uma criança que veio do espaço: seus pais o colocaram numa nave pouco antes da destruição do planeta Krypton, e ele viajou milhões de anos-luz até a Terra, como único sobrevivente.

Outros se perguntam o que os super-heróis fazem, se não for praticar o preceito judaico de tikunn olam – "consertar o mundo", em hebraico.

Apesar de a exposição mais "mostrar" do que "falar", Anne Helene Hoog faz coro à teoria, dizendo que super-heróis eram frequentemente tratados como "forasteiros" que, com um profundo patriotismo de imigrante, batalhavam para salvar o país de adoção das ameaças estrangeiras.

"O Super-Homem não veio de Krypton, foi do planeta Minsk ou Lodz ou Vilna ou Varsóvia", escreveu um outro popular cartunista americano, Jules Feiffer, em 1996, num artigo para o The New York Times Magazine com o título "A teoria Minsk de Krypton".

"O Super-Homem foi a fantasia assimilacionista por definição", sugere Feiffer

Imaginário do Velho Testamento

E enquanto que o Incrível Hulk, criado pelo antigo presidente da Marvel, Stan Lee – cujos pais eram imigrantes judeus nascidos na Romênia –, apresenta similaridades óbvias com a antiga lenda judaica do Golem, a possibilidade de o Super-Homem ser visto como uma encarnação de Moisés pode surpreender a alguns.

Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Visitante de 'Heróis, freaks e super-rabinos'
"Como Moisés, Super-Homem foi descoberto como criança aparentemente abandonada e criado pelas pessoas que o encontraram", disse a diretora de programação do Museu Judaico, Cilly Kugelmann. Outros especialistas destacam que, assim como Super-Homem tinha o pseudônimo Clark Kent, Moisés também tinha identidade dupla: um príncipe egípcio e o libertador do povo judaico.

Mas foi somente bem depois da Segunda Guerra que os artistas de quadrinhos se tornaram menos indiretos e passaram a abordar frontalmente os temas judaicos.

Acompanhando o movimento de contracultura da década de 60, ganhou impulso o subversivo "comix", escrito e publicado por feministas como Trina Roberts e Aline Kominsky-Crumb. Elas mostravam, deliberadamente, a vida e a experiência judaicas. O mesmo se aplica às tirinhas declaradamente autobiográficas de Diane Noomin, com títulos alusivos como Life in the Bagel Belt with DiDi Glitz ou Meet Marvin Mensch.

Enquanto isso, na revista Mad, lançada em 1952 por Harvey Kurtzman, escritores sarcásticos e cartunistas como Al Jaffee, Will Elder e Mort Drucker alcançaram que a publicação se tornasse sinônimo de uma sensibilidade urbana judaica.

Outro herdeiro do movimento underground dos quadrinhos dos anos 60 e 70 foi Art Spiegelman, que estabeleceu novos parâmetros com RAW, uma antologia editada em parceria com Francoise Mouly, de 1980 a 1991. Um dos trabalhos mais notáveis publicados em RAW foi a série "Maus", do próprio Spiegelman, ganhadora do Prêmio Pulitzer. Ela conta a história do pai do artista, judeu sobrevivente do Holocausto nascido na Polônia, os sentimentos de culpa e ódio de Art contra si próprio, à medida que ia crescendo, e como sua biografia afeta seu presente.

Tradição

Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Incrível Hulk (e) e True Glitz, de Diane Noomin
Quem visitar a exposição no Museu Judaico provavelmente jamais mais lerá o HQ da mesma maneira.

No livro Disguised as Clark Kent: Jews, Comics and the Creation of the Superhero, publicado em 2008, o autor Danny Fingeroth cita Will Eisner, criador do personagem The Spirit.

"Havia judeus nos meios (de quadrinhos) porque era uma porcaria de meio... um meio fácil de se entrar", escreveu Eisner. "Então... você tinha um meio considerado como lixo, a que ninguém realmente queria pertencer... e um grupo de pessoas que... trouxe consigo seus 2 mil anos de história de narrativa... O único meio de eles comunicarem a técnica da sobrevivência uns aos outros era contando histórias."

Autora: Jane Paulick (np)
Revisão: Augusto Valente
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Petición para que estudien las asignaturas básicas en yeshivot

El Tribunal Superior de Justicia ha recibido una petición pidiendo que se exija de la Knéset y el Ministerio de Educación, una explicación sobre por qué las escuelas ultra-ortodoxas no se ven obligadas a enseñar las asignaturas básicas, como Matemáticas e Inglés.

Entre los peticionarios están los profesores Amnón Rubinstein, Uriel Reichman, y el general de Brigada retirado Elazar Stern, ex jefe de la Subdirección de Recursos Humanos del Ejército y jefe de educación.

La misma critica una ley aprobada en 2008, que determinó que el Estado financiará a aquellas escuelas que decidan no enseñar las materias de base, siempre y cuando no se trate de contenidos que se oponen a la ideología democrática, judía e israelí.

La petición añade que antes de la aprobación de la ley en 2008, el Ministerio de Educación no hizo nada para hacer cumplir el estudio de asignaturas básicas, a pesar de una orden judicial para hacerlo. Se dice que la ley fue aprobada con el fin de conceder inmunidad de la Corte Suprema a las yeshivot.

Decenas de miles de estudiantes están siendo privados de los conocimientos, herramientas y "la formación básica necesaria para el cumplimiento de la autonomía humana, la capacidad de ganarse la vida honradamente, y la posibilidad de incorporarse en la sociedad israelí como activos, contribuyentes, e iguales a todos los ciudadanos" dice la petición.

Además, añadieron que la ley desprecia los derechos legales de los estudiantes que asisten a las pequeñas yeshivot, y que "perpetúa su dependencia económica de la comunidad y de los pagos por parte del Estado".

Ningún estado democrático, concluyen, se compromete a financiar un sistema educativo careciente de inspección gubernamental. ( Fonte : AURORA)

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Parashat “Bamidvar” Autor: Rabina Sandra Kochman *

Interpretación y comentario
Esta semana comenzamos a leer el cuarto libro de la Torá, el libro “Bamidvar”, “En el desierto”. Este libro también es conocido como “Jumash HaPekudim”, “El libro de los censos”, y ambos nombres están relacionados con el contenido del mismo:
Por un lado, el relato de los variados acontecimientos por los cuales pasó el pueblo de Israel en su travesía por el desierto luego de la salida de Egipto, y por otro, las listas de los diversos censos a los cuales ellos fueron sometidos.
Esta primera parashá es diferente a las otras en lo referente al ritmo conocido del relato bíblico, generalmente caracterizado por la narración de tramas, y, -como si hiciera una pausa en el mismo- describe censos, números, listas de nombres, el orden, el lugar y las funciones de cada tribu del pueblo.
Parecería que estas listas y censos son solamente “detalles técnicos” cuyo objetivo es ayudar al orden y a la organización, pero, en realidad, son datos básicos e importantes, no sólo para saber “cuántos” eran los hijos de Israel, sino -principalmente- para saber “quiénes” eran los hijos de Israel.
Como es sabido, dentro de la tradición judía nuestro nombre completo -que es lo que define nuestra identidad personal- está compuesto por un nombre que incluye también el nombre de nuestros padres, cuyo objetivo es destacar nuestra relación con las generaciones anteriores y así crear una sensación de pertenencia a la cadena de generaciones del pueblo de Israel.
Hace dos años, se inauguró en Jerusalén un nuevo museo, especial y diferente a los demás, que hace unos meses ya recibió un prestigioso premio por su diseño, por parte de la mayor organización internacional de creadores y diseñadores de museos y parques temáticos.
Este museo está instalado al lado del Muro Occidental, y se denomina: “Centro de la Cadena de las Generaciones”.
La idea del mismo es hacer una travesía por la historia del pueblo de Israel en sus generaciones, mediante un recorrido alrededor del cual se encuentran columnas hechas por capas de vidrio y sobre las cuales están escritos los nombres de los hombres y mujeres que conforman la cadena de generaciones del pueblo de Israel.
Comenzando por Adán y Eva -que simbolizan la relación con la Creación del mundo y la humanidad toda-, pasando por los Patriarcas y Matriarcas de nuestro pueblo y los Sabios del Talmud, hasta los soldados y soldadas caídos en las guerras de Israel y las mujeres y hombres fallecidos en atentados en Israel, tienen sus nombres esculpidos en los vidrios, indicando que cada uno y cada una de ellos fue un eslabón importante en la cadena de las generaciones, en la formación y en la existencia del pueblo de Israel.
En el libro “Bamidvar” y sobre todo en esta parashá, recordamos algunos nombres de una generación especial: “la generación del desierto”. Una generación fuerte y frágil al mismo tiempo, como el vidrio. Una generación que vivió la amargura de la esclavitud y la responsabilidad de la libertad, las dificultades del desierto y el sublime momento de la entrega de la Torá.
En el primer versículo del libro de “Bamidvar” y de nuestra parashá está escrito: “Y habló Adonai a Moshé en el desierto de Sinai...”. Ahí, el Sinai es llamado “desierto”.
Paralelamente, en el libro de “Shemot” (Éxodo), cuando se describe el momento de la entrega de la Torá, el Sinai es llamado “har”, “montaña”.
El “har”, la montaña, era el lugar donde una sola persona podía acercarse y subir: Moshé. El “midvar”, el desierto, es el lugar de todos, el lugar del pueblo. Pero ambos conceptos tienen en común la palabra, el lugar, el nombre: Sinai, donde ocurrieron acontecimientos centrales en la historia y en la formación del pueblo de Israel.
Lo individual y lo grupal forman a un pueblo. Cada nombre es una persona, y personas juntas forman familias, pueblos, cadenas y generaciones.
Dentro de dos semanas vamos a celebrar la Fiesta de la Entrega de la Torá y en ella recordaremos la presencia de nuestros Padres y Madres en el “desierto” de Sinai, frente al “monte” Sinai.
Que podamos nosotros también volver a sentir cada día como individuos -y como pueblo-, “como si nosotros mismos hubiéramos estado en el Sinai”, y agregar así con nuestras acciones, -con alegría y orgullo-, nuestros nombres a la larga cadena de las generaciones del pueblo de Israel.

Estudio y análisis
Rabino Dr. Alexander Even-Jen
Profesor de Pensamiento Judío, Instituto Schechter de Estudios Judaicos Jerusalén
“Censad toda la congregación de los hijos de Israel según sus clanes y según sus casas paternas, con enumeración de nombres. Todo varón, cabeza por cabeza. De edad de veinte años para arriba, todo apto para el ejército de Israel, los habréis de contar según sus huestes, tú y Aarón. Y con vosotros estarán un hombre por cada tribu: el hombre que es cabeza de su casa paterna”. (Números 1:2-4)
“Estos son los censados que habían contado Moshé y Aarón y los jefes de Israel, doce hombres, un hombre por cada casa paterna. Fueron todos los censados de los hijos de Israel según su casa paterna, de edad de veinte años para arriba, todo apto para el ejército de Israel”. (Números 1: 44-46)
1- ¿Por qué era importante que los jefes de las tribus participen del censo?
2- ¿Acaso el objetivo era evitar su oposición? Si es así, ¿cómo su participación en los censos iba a contribuir a eso?
3- ¿Acaso el objetivo era “educativo”: demostrar al pueblo cuál es su fuerza concreta? ¿Elevar la confianza interior del pueblo mediante la enorme cantidad de soldados “Fueron todos los censados seiscientos tres mil quinientos cincuenta/“ (Números 1:46)?
4- ¿Será que el objetivo de los censos era aclarar a las tribus cuál era la fuerza de cada una de ellas?
5- A continuación de nuestra parashá, leemos la ubicación de cada tribu alrededor del Tabernáculo. ¿Hay relación entre el “tamaño” de la tribu, la cantidad de soldados con la cual cada tribu va a participar del próximo esfuerzo militar, y la ubicación de la tribu alrededor del Tabernáculo? ¿Por qué?
6- ¿Será que los censos tenían el objetivo de calmar las tensiones entre las tribus?

Editado por el Instituto Schechter de Estudios Judaicos, la Asamblea Rabínica de Israel, el Movimiento Conservador y la Unión Mundial de Sinagogas Conservadoras.
Traducción: rabina Sandra Kochmann
* Comunidad “Masortit Mishpajtit beBeit Hakerem”, Jerusalén
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COMO CONSERTAR O SER HUMANO

Shalom Uvracha a todos e a todas!

Gostaria de compartilhar um pouco mais sobre a forma abordada nas palestras sobre a cultura de paz nas escolas. Como no post anterior, mostrei que usamos a pequena estória do menininho que montou o mapa-múndi ao montar a imagem do homem. Com isso percebemos que se arrumarmos o homem, arrumamos o mundo.

Porém, a questão é: como arrumar o homem?

Uma das formas que usamos, é fazendo com que o ser humano se conheça primeiro. Segundo a psicologia, existem 8 passos que podemos estudar e aplicar à nossa vida. Esses 8 passos são chamados: AS OITO FUNÇÕES DA PERSONALIDADE. Se entendermos o mecanismo que nos molda, entenderemos como usar esse mecanismo para que sejamos moldados para o bem, para alcançarmos uma humanidade que viva pela cultura da paz e não da guerra.

Segue uma breve descrição das 8 funções da personalidade:

1-SENTIMENTO – primeiro nos vem uma sensação, um impulso;

2-PENSAMENTO – nos vem um pensamento sobre esse impulso ou sensação; se compartilharmos esse pensamento com outra pessoa (seja bom ou mau), esse pensamento já não pertencerá apenas a nós; já não seremos o único dono desse pensamento; e já não teremos controle sobre ele, pois a outra pessoa poderá repassar tal pensamento expressado a uma terceira, e assim, sucessivamente; dessa forma, devemos analisar bem nossos pensamentos, e nunca repassá-los a outros se esses forem negativos; um pensamento falado perde o controle por não pertencer apenas a nós;

3-DELIBERAÇÃO – essa é a parte onde pesamos na balança os prós e contra acerca desse pensamento; fazemos uma breve investigação sobre os resultados que serão obtidos; como exemplo, peguemos uma pessoa que sentiu o desejo de fumar (1), logo lhe veio o pensamento desse sentimento (2), em seguida a pessoa analisa os prós e contra acerca de fumar (3); em seguida a pessoa passará ao quarto passo:

4-DECISÃO – o quarto passo vem após a pessoa pesar na balança os prós e contra de seu pensamento; no exemplo citado, após a pessoa decidir fumar, ela age, atua, entra em ação, o quinto passo;

5-AÇÃO – após a decisão ter sido tomada, a pessoa age, põe em prática esse pensamento, que, já deixou de ser apenas um pensamento e passou a ser uma ação; e como toda ação tem uma reação, de acordo a ação tomada será a reação a ser desencadeada; se a ação for positiva, a reação também o será; se a ação for negativa, lamentavelmente a reação também o será. Quantos já ouviram a expressão: VIOLÊNCIA GERA VIOLÊNCIA? por exemplo...

6-HÁBITO – à medida que nossas ações são repetidas, formamos um hábito, que vem pela repetição de nossas ações; se nossas ações forem boas, teremos bons hábitos; se forem ruins, teremos hábitos ruins. Por exemplo: como uma pessoa vira um fumante ou um alcoólatra? Começa com um cigarro ou um copo de bebida, e logo isso vai tendo ações repetidas que acabam formando um hábito; o hábito sendo formado faz com que a pessoa entre em um ciclo contínuo, de forma que o hábito acontece de forma espontânea, e, muitas vezes de forma automática, tornando-se difícil para a pessoa deixar tal hábito, seja ele bom ou mau;

7-CARÁTER – de acordo aos hábitos adquiridos ao longo de nossa vida, criamos em nós mesmos um caráter, o qual foi moldado a partir dos seis primeiros passos: sentimento, pensamento, deliberação, decisão, ação e hábitos; esse caráter foi moldado a partir de processos contínuos, e foi adquirido através de diversos fatores, os quais passaram por esses passos anteriores;

8-DESTINO – por fim, o caráter em nós formado definirá qual será nosso destino nesta Terra. Hoje vemos muitos jovens morrerem nos vícios, em brigas, em acidentes de trânsito, tendo uma vida breve; vidas ceifadas cedo demais, devido a terem escolhido o lado errado nessas funções da personalidade. Vemos uma geração violenta, com tendência para a intolerância, racismo, extremismo religioso e fanatismos, caminhar rumo à sua própria destruição.

Nosso trabalho consiste em fazer com que os jovens parem para meditar, analisar, repensar sua vida nesta Terra; e, fazê-los entender esses processos pelos quais todo ser humano passa; e, por ser um processo rápido, só nos damos conta dele quando já estamos na sexta etapa: o hábito. As cinco etapas anteriores ocorrem tão rapidamente, que, se não entendermos elas, as passaremos por alto, nada podendo fazer para alterar o curso de nossa vida.

Bom, foi apenas para compartilhar um pouco com vocês, prezados amigos que visitam este espaço.

Mês que vem estaremos iniciando um trabalho com as crianças e adolescentes que diz respeito á falta de alimentos no mundo, o desperdício destes, e a destruição dos recursos naturais; assim que estejamos mais avançados compartilho o trabalho com vocês.

Shalom! Lehitraot!

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Na tradição judaica - Águas: um encontro de texto e palavras
Evaristo Eduardo de Miranda

Para a tradição judaica, das águas pode surgir um universo. No relato bíblico da criação (Gn 1), Deus cria os céus, a terra, a luz... Sua palavra não cria as águas. Para alguns místicos do judaísmo, elas já existiam. Precederam a criação. De onde surgiram? As águas não são mencionadas de forma explícita no Gênesis, conhecido como Bereshit11 pelos judeus. As águas são como pressupostas na obra da criação, refletindo as faces de Elohoim12.

O mundo criado, Deus mobiliza e usa as águas para fazer barro com o pó da terra e modelar o humano. Nobre propósito. Daí em diante, as águas seguirão sendo convocadas pelo divino e pelo humano ao longo de todo o texto bíblico. Das 664 citações ou empregos da palavra água na Bíblia, 591 ocorrem nas úmidas páginas do Primeiro Testamento. No Segundo Testamento são apenas 73 citações onde ocorrem episódios fortes, belos, poéticos, trágicos, cômicos, sinistros, românticos, miraculosos...

Nessas quase 600 citações do Primeiro Testamento estão, entre muitos episódios, o das águas brotando no deserto para salvar a escrava e concubina de Abrão, Agar e seu filho; as águas infinitas do dilúvio (mabul); as do orvalho, das chuvas e tempestades bíblicas; as águas dos rios (Mesopotâmicos, Yaboc, Jordão...) atravessadas por homens caminhantes e passantes (ivrim); as águas das emersões (Moisés no Nilo); das imersões (Jonas); as das transmutações (água transmutada em sangue, em amargura); as águas partidas e separadas como muralhas na travessia do Mar dos Limites (Yam Sof), do Mar Vermelho; as das nascentes, cisternas e poços (Berot, Ber Sheba, Jacó...), fontes de alegrias, namoros, guerras e disputas; as águas em gotas, copos, jarras, vasos e bebedouros; a águas das abluções cultuais e rituais (lavando pés, corpos, mãos, rostos, entranhas de animais, vestimentas etc.); as raras águas das secas decretadas por profetas... e tantas outras.

E as águas terrestres são, também, águas corporais. Depois da tragédia do jardim do Éden, o humano deverá ganhar o pão com as águas salgadas do suor da sua fronte, uma forma de santificação. A mais santa das águas será sempre fruto de dons pessoais e entregas corporais. Santificação, contaminação e imaculização, sempre possível e presente em todas secreções líquidas e humanas: saliva, esperma, sangue menstrual, lágrimas, urina e suor. Todas essas secreções estão mobilizadas pelo divino, pois vêm de uma única fonte de águas primordiais, origem da maleabilidade do barro humano.

Em hebraico, não existe a palavra água, no singular. Elas são sempre plural: águas, maim (mem-iud-mem), cuja pronúncia lembra, em português, a palavra mãe. Há algo de ambigüidade, de ambivalência, nessa pluralidade hídrica, nesse agá dois ó, nesse mem dois iud, como em todo envoltório materno. As águas matriciadoras, uterinas e misericordiosas (rahamim, rehemim em hebraico), essas fontes da vida, também matam, afogam, inundam e destroem. Podem ser fontes de morte. As águas de fontes murmurantes, límpidos regatos, orvalhos reluzentes, chuvas abençoadas e criadeiras, são as mesmas das tempestades, trombas d’água, inundações, nevascas, maremotos e tsunamis, aquelas vagas imensas produzidas por terremotos submarinos ou erupções vulcânicas.

Notas
1 Doutor em ecologia, pesquisador da Embrapa Monitoramento por Satélite
(mir@cnpm.embrapa.br).
11 Origem, início, começo, princípio, bereshit em hebraico, arké em grego, o arquétipo, nossa inserção. Bereshit é a primeira palavra do Tanach e também o nome do primeiro livro da Bíblia (Gênesis). É empregado substantivamente uma única vez na Bíblia. A riqueza desta palavra hebraica é demonstrada pelos milênios de exegese que ainda não esgotaram seus significados. Sua composição é a seguinte: Be = em; rosh = cabeça; it = desinência que dá um sentido abstrato à palavra. Réshit significa "começo, parte inicial, princípio". A palavra diz "Em princípio" e não "No princípio". A ausência de artigo indica um estado construído. Trata-se de uma palavra deliberadamente criada.
12 Primeiro nome divino escrito na Bíblia, o Deus dos hebreus, o criador dos céus e da terra, conhecido pelo nome próprio IHVH (Gn 2,4). O nome Elohim soa como um plural de El, designação semítica de Deus. Evoca um passado de politeísmo. É um paradoxo que o Deus único dos hebreus, seja designado na Bíblia com um nome plural, homônimo de deuses.

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La corrección de la noche de Shavuot Autor: * Rav Dr. Michael Laitman

La fiesta de Shavuot se llama también la fiesta de la entrega de la Torá porque simboliza la entrega del método que ayuda al hombre a llegar a sentir el mundo espiritual y experimentar la revelación de la fuerza superior. Sin embargo, la entrega de la Torá en sí, aún no significa que el hombre haya sido capaz de recibirla.

Para que el creado pueda recibir la Luz Superior tiene que preparase mediante un proceso llamado el “Conteo del Omer”.

De un alma fragmentada a una vasija íntegra
En el comienzo de su camino espiritual, el hombre descubre que las cuarenta y nueve partes de su alma están separadas y, por lo tanto, también se encuentran desprendidas del Creador. Para corregir su alma, el hombre tiene que convertirlas en semejantes a la cualidad del Creador, la cualidad de entrega y amor. El cabalista efectúa este proceso durante el “conteo espiritual del Omer”. Es decir, unifica los fragmentos de su alma y los cuenta, lo cual resulta en que éstos se llenen con la Luz Superior.
Durante las siete semanas que dura este proceso, el cual comienza en Pesaj y culmina en la noche de Shavuot, solemos contar cuarenta y nueve correcciones que nosotros, los creados, debemos realizar en nuestra preparación para recibir la Torá.

Atrayendo la luz de corrección
La sabiduría de la Cabalá enfatiza que el hombre no es quien realiza esta compleja corrección por sus propios medios, sino que es la Luz Superior que lleva a cabo esta tarea cuando ilumina nuestras almas.
Los cabalistas explican que no es suficiente leer el libro de oraciones, mencionando cada día el nombre de la Sefirá correspondiente a ese día, durante el conteo del Omer, sino que cada persona tiene que aportar su porción al proceso y supervisar personalmente la acción apropiada que se realiza en cada fase de su desarrollo espiritual. El individuo tiene que vigilar la acción de la Luz conscientemente y por voluntad propia, siendo ésta la única manera de poder llegar a igualarse al Creador.
La lectura en los libros de Cabalá nos permite atraer una Luz especial que nos corrige y que nos va desarrollando en nuestro sendero espiritual. Este proceso único de corrección nos acerca, cada vez más, al cuadro íntegro y verdadero de la realidad. Mientras más avanzamos, más profundamente sentimos el proceso de corrección de nuestra alma y mejor entendemos los términos espirituales sobre los cuales leemos en los libros sagrados. Como resultado, empezamos a descubrir estos términos dentro de nosotros hasta que, en última instancia, nuestras almas se vuelven totalmente semejantes al Creador.
Esta última etapa evolutiva es representada por la fiesta de Shavuot -cincuenta días a partir de la fiesta de Pesaj-, cuando el hombre logra alcanzar una total revelación del Creador, colmando su alma con la Luz Superior, la Luz infinita que rige sobre el total de la realidad.

Corrección de las sefirot
La Luz del Creador se expande de arriba hacia abajo, del Creador al creado y, por lo tanto, también el orden de la corrección es descrito en esa misma dirección, o sea, desde la Sefirá de Jesed hasta la Sefirá de Maljut.
En la primera semana del Conteo del Omer, se corrigen todas las partes inferiores de la Sefirá de Jesed: Jesed de Jesed, Gevurá de Jesed, y así sucesivamente hasta la Sefirá Maljut de Jesed. En la segunda semana se corrige la Sefirá de Gevurá con todas sus Sefirot internas correspondientes, y así sucesivamente, hasta la corrección de la última Sefirá -Maljut de Maljut- que se corrige en el día cuadragésimo noveno del Omer.
Cuando se concluye la corrección del alma, se unifican todos sus fragmentos en una vasija íntegra, capacitada para recibir la Luz del Creador dentro de ella. Al final de todo el proceso, en el día quincuagésimo, el hombre alcanza un estado espiritual especial que se llama “Matán Torá” (Entrega de la Torá), que ocurre en la fiesta de Shavuot (Pentecostés).
El término “Matán Torá” indica la entrega de la Luz especial llamada “Luz de la Torá” que brilla desde las Alturas sobre el alma corregida del hombre.

La recepción de la Torá
En la noche de Shavuot, que marca la conclusión del Conteo del Omer, los cabalistas acostumbran estudiar Cabalá toda la noche para marcar el total de las cuarenta y nueve correcciones efectuadas en preparación para la recepción de la Torá.
El estudio principal de Shavuot se realiza en la medianoche, ya que es cuando nos encontramos en el estado espiritual más “oscuro”, tal como es la hora más oscura antes del amanecer en el mundo material. Por lo tanto, los cabalistas se reúnen en la noche de Shavuot, y estudian con la intención de corregirse a sí mismos para llegar al grado del amor absoluto y recibir la Luz Superior.
Después que logran corregirse, habiendo cumplido la condición principal para recibir la Torá -el amor al prójimo-, experimentan la verdadera “Entrega de la Torá”. Entonces se puede decir que han realmente recibido la Torá; cuando la Luz Superior brilla en todas las partes de sus almas cumpliendo, así, el Plan de la Creación.
* El Rav Dr. Michael Laitman es máster en cibenr„ética, doctor en filosofía y Cabalá, profesor de ontología y teoría del conocimiento. Es fundador y presidente de Bnei Baruj y del Instituto ARI, en Israel. Más información en www.laitman.es , www.kabbalah.info/es y www.kab.tv/spa
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Rabi Yossef Caro, autor do Shulchan Aruch

Rabi Yossef Caro, autor do Shulchan Aruch
por Tev Djmal



Rabi Yossef Caro foi um dos mais influentes sábios em toda a história judaica. Orgulho e glória da comunidade sefardita mundial, é o celebrado autor do Shulchan Aruch, Código da Lei Judaica.

A obra, que influenciou o povo judeu na sua totalidade, é o texto jurídico sobre o judaísmo - fonte primária de consulta nas dúvidas ou questões sobre as leis da Torá. Sempre que se deve tomar uma decisão concernente a qualquer dos mandamentos Divinos - suas ordens e proibições - a palavra final reside no Shulchan Aruch.

Para melhor apreciar a contribuição do Rabi Yossef Caro ao judaísmo, faz-se necessário iniciar pela seguinte pergunta: se D'us transmitiu toda a Torá a Moshé Rabenu, por que razão há diferenças de opinião no Talmud? A simples resposta à pergunta é que, no judaísmo, como em praticamente tudo na vida, pode haver mais de uma verdade e mais de uma maneira de fazer as coisas da forma certa. Até na Matemática, uma ciência exata, há problemas com mais de uma solução. Este argumento, porém, não deve sugerir que é possível manipular as Leis do judaísmo. Diferentes comunidades judaicas podem ter diferentes costumes; todos, no entanto, têm que ser calcados na Torá. Voltando à analogia matemática, a raiz quadrada de 4 é 2 e -2, mas nenhum outro número além destes.

O Talmud é o texto básico da Lei Judaica. Todas as suas afirmações são válidas e refletem a Vontade e a Sabedoria Divinas transmitidas no Monte Sinai. No entanto, se cada um de nós seguisse as opiniões talmúdicas de sua preferência, o judaísmo se tornaria fragmentado - uma combinação e permutação de diferentes leis - e nosso povo deixaria de possuir uma única Torá. A missão de unificá-la e, conseqüentemente, unificar o nosso povo, coube ao Rabi Yossef Caro. Foi ele quem absorveu a Vontade e a Sabedoria Divinas, desdobrando-as e as explicando em um trabalho acessível ao estudo e ao cumprimento por qualquer um que a isso se dedicasse. Para realizar tamanho feito, Rabi Caro analisou os pontos de vista e as discussões do Talmud e dos sábios que o precederam, só então apresentando sua opinião final sobre todas as questões práticas à Lei contidas na Torá.

Em hebraico, a expressão "Lei Judaica" é traduzida por Halachá - literalmente, "o caminho". O propósito da Halachá é determinar o caminho que D'us deseja que sigamos em nossa vida, quer estejamos envolvidos em trajetórias sagradas ou seculares. Pode-se argumentar que não importa qual o caminho escolhido, desde que se chegue ao destino pretendido. Mas há que se ter em mente que em cada jornada há caminhos longos e caminhos curtos, uns seguros outros perigosos. Assim sendo, o desafio enfrentado pelo Rabi Caro ao redigir um Código de Lei Judaica acarretava uma responsabilidade assombrosa: ele não apenas se propôs a desvendar de que maneira D'us quer que sigamos Seus mandamentos, mas também estabelecer qual seria a Halachá - o caminho - que cada um dos judeus deveria percorrer. Sua missão conseguiu sair-se vitoriosa, uma vez que o povo judeu aceitou seu trabalho como a "sentença final e determinante" em assuntos da Lei da Torá.

Breve relato de sua vida

Rabi Yossef Caro nasceu em Toledo, Espanha, no ano de 1488 desta era, o ano judaico de 5248. Quando tinha apenas 4 anos, deixou a Espanha juntamente com sua família e milhares de outros judeus, pois os Reis Católicos haviam decretado, em 1492, que nenhum judeu viveria em seu reino. Restava-lhes escolher entre a conversão ou a expulsão. A família Caro peregrinou de país em país até que, por fim, fincou raízes em Constantinopla, na Turquia, no ano de 1497.

Seu primeiro mestre foi Rabi Ephraim, seu pai, grande estudioso e conhecedor da Torá, que exerceu uma profunda influência sobre o filho. Após o falecimento do pai, Rabi Yossef Caro foi adotado por um tio, Rabi Yitzhak Caro, que o educou como se fora seu próprio filho. Desde cedo, percebeu-se que o jovem era um prodígio. Certamente se tornaria um grande sábio e erudito. Ainda jovem, era procurado e consultado em assuntos sobre a Lei por rabinos e estudiosos bem mais velhos do que ele.

Em 1522, Rabi Yossef Caro se mudou para Adrianópolis a fim de estudar com o Rabi Taitazak, um dos grandes nomes do judaísmo turco. Nesta cidade se casou com a filha de um erudito, Rabi Chaim Ibn Albalag e fundou um Beit Midrash, uma Casa de Estudo. Enquanto lá vivia, conheceu um grande cabalista, Rabi Shlomo Molcho, posteriormente queimado vivo pela Igreja Católica, em Mântua, na Itália, por suas "crenças heréticas". A personalidade carismática de Rabi Shlomo Molcho e seu martírio tiveram enorme influência sobre Rabi Caro. Este afirmou abertamente que também desejava morrer em santificação do Nome de D'us, al Kidush Hashem - a dizer, morrer por ser judeu.


Posteriormente, Rabi Caro deixou Adrianópolis, mudando-se para Nikopol, na Bulgária, onde conheceu o Rabi Shlomo Alkabetz, autor de Lechá Dodi, a mística e bela oração que cantamos na noite de sexta-feira, para acolher o Shabat (ver Morashá n· 35). O místico logo se tornou seu grande amigo e companheiro de estudos. Foi uma amizade que se manteria por toda a vida. Juntos instituíram o costume do Tikun Leil Shavuot - a recitação de versos de partes da Torá Escrita e da Torá Oral durante toda a noite de Shavuot.

Após a morte, ainda jovem, de sua esposa, Rabi Yossef Caro casa-se novamente com a filha de Rabi Yitzhak Salba. Decide viver na Terra de Israel. Lá chegando com a família, em 1536, estabelece-se em Tzfat, cidade que se tornou centro do misticismo judaico. Viveu o restante de seus anos nesta cidade, ganhando a vida como mercador de especiarias, pois jamais tirou seu sustento de suas atividades relacionadas à Torá.

Em Tzfat, Rabi Caro passou a integrar o Beit Din, o Tribunal de Justiça Rabínico, presidido por Rabi Yaacov Beirav, sábio renomado. Fundou também uma ieshivá onde lecionava, tendo muitos discípulos. Entre os mais destacados incluíam-se Rabi Moshe Alshich, Rabi Moshe Galanti e Rabi Moshe Cordovero, pai do estudo da Cabalá, conhecido como o Ramak (ver Morashá - edição nº 53). Com o falecimento do Rabi Beirav, assumem a direção do Tribunal Rabínico de Tzfat o Rabi Yossef Caro e Rabi Moshe de Trani, o Mabit.

Foi sob a liderança de Rabi Caro que o Beit Din de Tzfat se tornou o Tribunal Central de Justiça Rabínica de toda a Terra de Israel e até mesmo da Diáspora. Isto significa que não havia assunto de importância para o mundo judaico que não fosse levado à sua atenção e a de seu tribunal. Suas sentenças eram aceitas como a palavra final, determinante e conclusiva. Mantinha uma volumosa correspondência com correligionários de todas as partes do mundo.

As lideranças judaicas mundo afora buscavam sua opinião sobre a Lei, endossando-as e as aplicando em suas respectivas comunidades. Rabi Yossef Caro foi líder indiscutível de toda a sua geração.

O Beit Yossef e o Shulchan Aruch

A maior contribuição do Rabi Caro ao judaísmo foram os tesouros escritos que deixou. Seu primeiro trabalho de destaque, intitulado Kessef Mishná, constituía uma fonte de referências para a extraordinária obra de Maimônides sobre a Lei Judaica - o Mishnê Torá. Aos 34 anos, idade prematura face à responsabilidade da tarefa, Rabi Yossef Caro começou a escrever seu trabalho monumental - Beit Yossef, a Casa de Yossef. Tamanho é o respeito por esta obra em meio ao povo judeu, que à pessoa dele comumente se referem como o "Beit Yossef" ou HaMechaber1 - O Autor.

A obra Beit Yossef é o Shulchan Aruch em forma não abreviada, isto é, em sua totalidade. Trata-se de um completíssimo comentário sobre a obra de Rabi Yaacov ben Asher - Arba Turim, os Quatro Pilares - um verdadeiro compêndio de sentenças e pareceres jurídicos sobre a Halachá. O Arba Turim (conhecido como Tur) é uma obra de quatro volumes. O primeiro deles, intitulado Orach Chaim, contém as leis que regem o nosso cotidiano: os mandamentos sobre as orações, o uso dos tefilin, o Shabat, as festas sagradas, entre outros. O segundo volume, Yorê De'á, versa sobre as leis de cashrut e pureza ritual. O terceiro, Even Ha'Ezer, traz as leis do casamento e divórcio e similares. O último volume, Choshen Mishpat, contém as leis judiciais, que envolvem testemunhas, juízes, propriedade, heranças e outros.

Rabi Yossef Caro apontou nesta obra, o Tur, de onde as normas que contém haviam sido retiradas. Começou por citar o Talmud, a seguir mostrou como os primeiros comentários interpretavam as passagens talmúdicas. Era um traço típico do "Autor" reunir todas as várias opiniões de forma clara e concisa, tornando compreensível a qualquer um as razões que embasavam os pareceres ditados por sua mente iluminada.

O propósito do Rabi Caro ao escrever um código definitivo sobre nossa Lei era unificar o povo judeu através da solução de disputas e ambigüidades quanto ao entendimento e à aplicação dos Mandamentos Divinos expressos na Torá. Foram necessários vinte anos para que ele terminasse a obra Beit Yossef. Ele o fez em Tzfat e a mesma foi aceita em praticamente todo o mundo judaico como referência suprema sobre a Halachá - a Lei da Torá. Em Beit Yossef, Rabi Caro reuniu as decisões das maiores autoridades haláchicas existentes até a época. Ele opinava e sentenciava calcando-se em opiniões discordantes, estabelecendo um consenso entre os pontos de vista de três renomadíssimas autoridades no assunto: Maimônides (o Rambam), Rabi Yitzhak Alfassi (o Rif) e Rabenu Asher (o Rosh). Quando havia discordância entre as opiniões dos três sábios, ele próprio, Rabi Yossef Caro, sentenciava de acordo com o parecer da maioria. Em caso de um assunto sobre o qual nenhuma das três autoridades tivesse proferido julgamento, Rabi Caro seguia o parecer majoritário entre Rabi Moshe ben Nachman (Nachmânides), Rabi Shlomo ben Aderet (o Rashba) e Rabenu Nissim (o Ran).

O Beit Yossef foi publicado no ano de 1542, mas Rabi Caro continuou a editá-lo e refiná-lo durante os 12 anos seguintes. Acabou por publicar uma segunda edição da obra, incluindo o Tur. Sua Enciclopédia foi publicada em diversos volumes, com os mesmos títulos usados por Rabi Yaacov ben Asher.

A obra Beit Yossef era longa e rica em detalhes, a ponto de ser de difícil alcance para o homem comum. O mundo judaico carecia de um trabalho simples e de fácil absorção, no qual as profundezas de nossa Lei fossem apresentadas de uma forma que todos pudessem estudá-las e as compreender. Por essa razão, anos depois, o Rabi Yossef Caro pôs-se a escrever uma versão concisa e abreviada do Beit Yossef, que, quando pronta, continha as decisões finais da Halachá, sem no entanto se deter nos incontáveis e diferentes pareceres e sem enumerar as fontes que embasavam a sua própria sentença. "O Autor" a chamou de Shulchan Aruch - "Mesa Posta", pois a obra continha todas as leis esmiuçadas, como se estivessem dispostas sobre uma mesa, diante dos olhos de qualquer judeu, de modo claro e objetivo.

Rabi Yossef Caro calcava suas determinações, via de regra, sobre os costumes e a opinião dos grandes Sábios sefarditas. O líder da comunidade asquenazita, à época, Rabi Moshe Isserlis, o Ramá, não concordava com todas as decisões jurídicas ditadas pelo Beit Yossef. Assim sendo, ele próprio editou um Código de Lei Judaica para as comunidades asquenazitas - e o fez anotando todas as passagens em que o Shulchan Aruch ia contra os costumes e pareceres dos sábios oriundos das kehilot de Asquenaz. Tal controvérsia serviu apenas para fazer correr, ainda mais longe, a fama e a ampla utilização do trabalho do Rabi Caro, que se tornara o estatuto haláchico, nos aspectos em que o Ramá não discordava, até para as comunidades asquenazitas. Finalmente, em 1578, os pareceres do Ramá foram adicionados ao Shulchan Aruch, em uma obra publicada em Cracóvia, na Polônia. Tornava-se, assim, ainda que editado, o Código Oficial de Lei Judaica de todas as comunidades judaicas asquenazitas, no mundo. E, com isso, o Rabi Yossef Caro deixava sua marca gravada em sua geração e em todas as gerações de judeus que se seguiram, sendo sua obra aceita, por nosso povo, como Dvar Hashem - a Palavra de D'us.

A visita de um Anjo

Rabi Caro é conhecido pelas obras Beit Yossef e Shulchan Aruch, mas não foram estes os seus únicos trabalhos extraordinários sobre a Torá. Mencionamos acima que o primeiro a ganhar fama, quando ele era ainda bastante jovem, foi o Kessef Mishná, uma explicação sobre o Mishnê Torá, de Maimônides. Até hoje, esta obra é considerada uma das mais abrangentes e respeitadas sobre a Lei Judaica. Em seu Kessef Mishná, Rabi Caro explanava e percorria todas as fontes em que Maimônides se apoiara para ditar as normas de seu magistral Mishnê Torá - fontes estas não indicadas pelo próprio autor.

Ainda que tenha sido basicamente um homem da Halachá, não se pode negar o profundo conhecimento do Rabi Yossef Caro sobre o misticismo judaico. Juntamente com Rabi Shlomo Alkabetz, ele tornou mais facilmente compreensível algumas das passagens mais difíceis do Zohar. No conceituado Pardês Rimonim, obra cabalística de autoria do Rabi Moshe Cordovero, este faz menção a vários dos inovadores ensinamentos de Rabi Caro sobre a Cabalá.

Como outros grandes sábios de nossa história, o Rabi Yossef Caro vivenciou fenômenos sobrenaturais. Entre estes, é legendária a história das visitas que recebia de um Maguid - Anjo enviado pelos Céus - que o guiava quando que ele proferia suas sentenças sobre a Lei Judaica, revelando-lhe muitos ensinamentos da Cabalá. Rabi Shlomo Alkabetz deu um testemunho de que presenciara, ao lado de Rabi Caro, uma dessas visitas, havendo confirmações do fato por outras testemunhas. Tais ensinamentos do Maguid estão registrados em uma das obras de Rabi Caro, "Maguid Meisharim". No entanto, Rabi Chaim David Azulai (o Chidá) afirma que foi publicado apenas 1/50 desse manuscrito. Os encontros de Rabi Caro com o Anjo se davam no porão da construção que abrigava o Beit Midrash e o Beit Din de Tzfat. A parte desse edifício que conduz ao porão permanece fechada, desde então, em virtude de uma tradição local de que o Maguid ainda lá se encontra.

No início deste artigo mencionamos a vontade expressa por Rabi Caro de morrer al Kidush Hashem - pela Santificação do Nome Divino. No entanto, ele próprio revelou que D'us não lhe concederia tal graça. O Maguid lhe informara que, em sua vida, ele fizera algo que desagradara aos Céus - por essa razão, fora decretado que não morreria pelo fato de ser judeu, mas de morte natural, sem ter seu desejo atendido.

O legado do Beit Yossef

Até o último de seus dias, o Rabi continuou imerso no estudo da Torá, escrevendo importantes tratados, e à frente do Tribunal Rabínico de Tzfat. Ascendeu ao Mundo da Verdade no dia 13 de Nissan de 5335 (1575 desta era), aos 87 anos de idade, deixando enlutado todo o povo judeu. Sua dedicação à Torá e em especial à Halachá consumiram toda sua vida. Deixou este mundo em meio a uma responsa, uma consulta sobre uma Lei. Na página em branco que deixou, seu filho escreveu: "Neste ponto, o Mestre, de Abençoada Memória, deixou a página em branco, ainda por terminar. Ele a teria preenchido, tinha as respostas, mas foi convocado para a Academia das Alturas". "O Autor", HaMechaber, foi enterrado entre vários outros Tzadikim como ele, na sagrada cidade de Tzfat. Desde seu falecimento até os dias de hoje, perdeu-se a conta dos judeus que visitaram seu túmulo, lá orando e rogando que ele interceda, em seu favor, perante o Eterno.

Rabi Yossef Caro foi, sem sombra de dúvida, uma das almas mais ricas e profundas que já habitaram nosso mundo. O Rabi Chaim Vital, principal discípulo e escriba de Rabi Yitzhak Luria, maior cabalista de todos os tempos, louvou a grandeza da alma de Rabi Caro, revelando que se originava da alma de um dos grandes sábios do Talmud, Rabi Yehudá bar-Ilai. Este, também, era um homem mais devotado à Halachá do que à Cabalá e acreditava que, em se tratando da Lei da Torá, mais importante são os atos do que as intenções.

O legado de Rabi Yossef Caro ao judaísmo e ao nosso povo é eterno e quase inigualável. Sua obra foi considerada - e ainda o é - o mais confiável compêndio da Lei Judaica. Rabi Moshe Isserlis, o Ramá, adaptou o Shulchan Aruch de modo a compatibilizá-lo com os costumes asquenazitas, muito embora tenha aceito a maioria das determinações de Rabi Caro. O Shulchan Aruch passou a ser sinônimo de Dvar Hashem - a Palavra de D'us. Em verdade, estudamos e nos referimos ao Talmud e ao Midrash e a uma infinidade de outros livros sagrados, pois sabemos que são todos Divinos. Mas, em se tratando da Halachá - da Lei Judaica - torna-se imprescindível buscar a resposta na obra-prima de Rabi Yossef Caro. Dito de outra forma, o processo iniciado no Monte Sinai culminou em Tzfat, pelas mãos do grande Beit Yossef.

Para concluir, uma história. Rabi Yeshayahu Horowitz, o Shelá HaKadosh (1560-1630), escreveu que numa noite de sexta-feira, em Rosh Chodesh Cheshvan, trinta anos após Rabi Caro ter deixado este nosso mundo, este apareceu a um sábio de Tzfat, em um sonho. Segundo relatou o Shelá HaKadosh, o tal erudito viu o Rabi Caro "sentado em um trono majestoso, na presença de grande número de sábios. Sua face brilhava como a luz do céu claro, enquanto ele ensinava as meditações aplicáveis à Kedushá" - que é o ápice da Amidá, a Grande Oração, na qual proclamamos a Santidade de D'us, afirmando que o mundo todo está repleto de Sua Glória.

Traduzido por Lilia Wachsmann

Bibliografia

Rabbi Yossef Caro, The Master, Rabbi Moshe Miller, Kabbala Online.Org

Rabbi Yosef Caro of Zefat - Ascent of Safed - Your Jewish Home in the City of Kabbalah

Rabbi Yosef Caro, Sephardic Rabbis Impact Halachah, Online Journal

Great Leaders of our People - Rabbi Joseph Karo, OU.org

Hakham Yosef ben Ephraim Karo, International Sephardic Leadership Council

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Mensagem de Paulo Blank


Caros amigos.
Quando em 1982 ajudei a criar no Rio de Janeiro um movimento de apoio ao Paz Agora em Israel a intenção era a mesma que me move a divulgar este manifesto que nasceu a algumas semanas na Europa. É preciso que forças pacifistas em Israel tenham o apoio dos judeus que,fora dela, se identificam com o seu esforço. É preciso que o apoio a Israel não seja privilégio das instituições comunitárias judaicas que se arvoram em ter o monopólio das vozes dos judeus. É preciso que as vozes discordantes se façam ouvir e,neste sentido,temos esta iniciativa nascida entre intelectuais franceses que apóiam o estado de Israel e nos ensinam a discordar de sua política. Hoje, domingo, 9 de maio, a Folha de São Paulo publicou um artigo do Marcelo Ninio que aponta para novas iniciativas do campo pacifista em Israel e grande novidade é a ação conjunta com Palestinos em manifestações contra a ocupação de território palestino. Fazem hoje três semanas que estive em Israel e pude ver e ouvir sobre o episodio de Sheik Jarah do qual o Marcelo Ninio fala em sua reportagem e constatar que a política do governo de Israel se apóia em iniciativas civis de ir expandindo a ocupação em nome de um direito divino a toda e qualquer porção de terra palestina e,particularmente,em Jerusalém. Trata-se de uma política suicida que só serve para dar mais munição às correntes extremistas como o Hamas que,desta maneira,dão andamento à manutenção do ódio e ao avanço dos fundamentalismos de ambos os lados que nunca se dão ao trabalha de ouvir e reconhecer as necessidades do próximo em ser tratado como um outro igual em direitos e deveres. Apoiar iniciativas como esta permite,ao menos,quebrar o isolamento daqueles que,em Israel,apóiam a paz e a sobrevivência do estado. Como dizia o editorial da revista Le Nouvel Observateur : Para Salvar Israel.
Foi atraves desta revista que tomei contato com este manifesto gerado na Europa e que hoje recebi em Espanhol do cientista social Bernardo Sorj. Ali,entre tantos outros, onde vi o nome do cientista considerado uma das grandes cabeças do pensamento complexo, o intelectual judeu Henri Atlan que,que leciona em Paris e também e dá aulas na Universidade de Tel Aviv. Tentemos,portanto,tentar salvar Israel.
----- Original Message -----



Se puede firmar la adhesion en
http://www.petition.fm/petitions/jllamado

Se puede integrar el grupo en Facebook
http://www.facebook.com/group.php?gid=115050341861637
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Pacifismo israelense renasce nas ruas

Embora ainda modesto, ativismo contra ocupação dos territórios palestinos tenta fazer frente à apatia da população


Protestos contra o governo atraem intelectuais como o escritor David Grossman e incitam palestinos a abrir mão da resistência violenta


MARCELO NINIO

DE JERUSALÉM


Sara empunha o megafone. Sharon esmurra um bumbo. Alon distribui panfletos. Diante deles, uma fileira de policiais os impede de chegar a Sheikh Jerrah, bairro árabe de Jerusalém que virou foco de atritos desde que palestinos foram despejados para dar lugar a judeus nacionalistas, em agosto.


Os três jovens fazem parte de um grupo diminuto -mas persistente- de israelenses que decidiu levar para a linha de frente do conflito seu protesto contra a ocupação dos territórios palestinos. Enfrentam a polícia, o gás lacrimogêneo e a indiferença geral que os cerca.




O som dos megafones e bumbos tem pouca ressonância em Israel, onde predomina um silencioso consenso em torno do status quo. Mas as manifestações têm atraído um número crescente de insatisfeitos, entre eles proeminentes intelectuais do país, como o escritor David Grossman.


"Em outubro, na primeira passeata, éramos uns 30", diz Sara Benninga, 27, que grita no megafone palavras em hebraico, árabe e inglês contra a ocupação judaica de Jerusalém Oriental. "Hoje somos centenas. Não é muito, mas mostra que o círculo está crescendo."


Embora as manifestações semanais tenham atraído alguma atenção, sobretudo a estrangeira, chamá-las de um movimento é prematuro. Por enquanto, são um ponto isolado no mapa político de Israel.


Nos anos 90, o chamado "campo da paz" levava milhares de pessoas às praças de Israel, dando sustentação popular aos primeiros acordos de paz assinados com palestinos. Parecia que o conflito caminhava para uma solução. Até que, no fim da década, o processo desandou.


Para muitos israelenses, os sangrentos atentados suicidas palestinos foram o início da desilusão. Em 2000, logo após o colapso das negociações entre o premiê Ehud Barak e Yasser Arafat, a segunda intifada (revolta) palestina mergulhou a esquerda israelense numa paralisia que persiste até hoje.


Desde então, o campo da paz não para de perder terreno.


Entre 1992 e 1996, auge do processo de paz, a bancada esquerdista formada tinha 56 deputados, quase metade das 120 cadeiras do Parlamento. Hoje ela está reduzida a 16.


Gershon Baskin, veterano pacifista, diz que a retórica do governo israelense de que os palestinos não são parceiros para um acordo foi usada para sabotar um entendimento e justificar a ocupação.


Mas ele lembra que hoje muitos líderes palestinos reconhecem que o terror os afastou da meta de criar um Estado.


Por isso, Baskin vê com otimismo a estratégia de resistência não violenta que a Autoridade Nacional Palestina tem defendido ultimamente, e que inclui parcerias com os jovens judeus que protestam em Jerusalém Oriental e em aldeias palestinas divididas pelo muro de separação israelense.


"Os palestinos perceberam que precisam conquistar corações e mentes israelenses, e que a não violência é o melhor caminho para isso", diz Baskin.


Protestos como o de Sheikh Jerrah têm se tornado mais frequentes. Em Bilin, pequena aldeia palestina na Cisjordânia que foi praticamente dividida pela cerca israelense, os protestos já duram cinco anos.


"Woodstock político"

Apesar do gás lacrimogêneo lançado pelo Exército, o clima é geralmente leve, de confraternização. Uma espécie de "Woodstock" político, como definiu um participante.


Vendedores de sorvete disputam a atenção com os ativistas que distribuem panfletos.


A professora israelense Michal Shahar, 42, conta que sofre pressão das filhas adolescentes para ir aos protestos. "As amigas vão, levam os pais, e elas pedem o mesmo", diz.


Mesmo com pouca chance de mudar o quadro político, os ativistas israelenses insistem em que há uma obrigação moral.


"Quando venho aqui não estou pensando no efeito que isso vai ter", diz David Grossman em Sheikh Jerrah.


"Venho porque não posso ficar de braços cruzados."
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Yom Yerushalayim

NACHAMU AMY

Consolem, consolem o meu povo, diz o Deus de vocês.

Encorajem a Jerusalém e anunciem que ela já cumpriu o trabalho que lhe foi imposto, pagou por sua iniqüidade e recebeu da mão do Senhor em dobro por todos os seus pecados.


Parabéns Jerusalém, que teus muros conheçam a Paz, que seus filhos sejam plenos de felicidade, para que se cumpram em tuas ruas todas as boas promessas para Israel.


Marcos




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Martin Buber: El filósofo humanista - Rafael Winter
Uno de los pensadores judíos más originales, creativos e influyentes de los últimos siglos ha sido Martin Buber. No es el objetivo de este artículo profundizar en su vida, obra y pensamiento. Simplemente escribir y explicar someramente acerca de él.

Nació en 1878 en Viena. Pero durante su infancia vivió en Lemberg (Galitzia) con su abuelo paterno Salomón Buber, estudioso, autoridad en Midrash y en literatura rabínica medieval. De 1896 en adelante Martin Buber estudió en las universidades de Leipzig, Viena y Zurich. Finalmente en la Universidad de Berlin.

Ingresó al Movimiento Sionista en 1898. Fue delegado al tercer Congreso Sionista en Basilea en 1899. Pero no adhiere a la vertiente política del Sionismo sino a la corriente sionista cultural de Ajad Haam, enfatizando ya entonces la importancia de la educación y la necesidad de una nueva creatividad cultural judía lo que lo conducirá, en el quinto Congreso Sionista, a la Facción Democrática. Integrará la misma por un tiempo.

Tenía 26 años cuando comienza a interesarse en el Jasidismo. Con el paso del tiempo traduce relatos jasídicos al alemán, adaptándolos libremente, por ejemplo “Las historias de Rabí Najman”, “La leyenda del Baal Shem” entre otros.

Buber se consustanció totalmente con el mensaje del jasidismo original, viendo en dicho movimiento algo “distinto”, cercano e identificado en muchos aspectos con su propia concepción de lo que era la religión, religiosidad y espiritualidad. Sí: aquel jasidismo transmitía espiritualidad, alegría, entusiasmo, sentimiento, devoción, apuntando al corazón más que al intelecto. Consideró necesario trasmitir el mensaje del jasidismo al mundo tanto judío como no judío. Más aún, lo popularizó. Su apego por este movimiento lo acompañaría hasta el fin de sus días.

Por otro lado Buber, judío creyente, no concordaba con la religión institucionalizada. Hay quienes lo han definido como “anarquista religioso”. No era el judaísmo normativo, la Halajá, el culto sinagogal, los rituales, aquello en lo que Buber hacia hincapié. En lo que sí hacía hincapié era en la religiosidad del corazón. A su manera se consideraba religioso y al mismo tiempo era profundamente humanista. Ambas condiciones, religioso y humanista no siempre van juntas. En el caso de Buber una complementaba a la otra. Alguna vez se le preguntó si podía señalar un pasaje especialmente significativo de la Biblia, y él respondió, citando aquel versículo del Génesis que traducido, dice: “Camina delante de Mi y sé íntegro”.

Buber fue, demás está decir, profundo conocedor de la Biblia. Junto con su amigo Franz Rosenzweig, otro gran filósofo contemporáneo, deciden traducir la Biblia al alemán, tarea necesaria pues muchos de los lectores de ambos, parte de su “audiencia”, eran versados en estudios seculares pero no sabían hebreo y eran poco conocedores de la herencia espiritual judía. En la elección de las palabras, en la estructura, Buber intentó en su traducción preservar su carácter original, ser lo más fiel posible a su letra y espíritu, más allá de la interpretación que pudiera darle. Buber consideraba además que la Biblia debía leerse con mente abierta pero la misma no solo debía ser “leída” sino “escuchada” como si su voz nos hablara. De hecho, y el agregado es personal, considero que la Biblia nos sigue hablando generación tras generación. Es el encuentro permanente con el Libro. Lo importante es, y allí los judíos diferimos entre nosotros, cuales son las enseñanzas, mensajes y valores que extraemos del Libro.

Al mismo tiempo Buber continuaba con su labor educativa y sionista, brindando conferencias, escribiendo artículos, estando en contacto con organizaciones de estudiantes judíos, influyendo en ellos. Eran los años de la Primera Guerra Mundial y posteriores. Buber, que consideraba al Sionismo distinto a otros movimientos nacionales, siguió activo en la causa. En su condición de judío también consideraba que el sionismo era la vía para llegar a ser uno mismo. Es posible afirmar que Buber se encontraba cercano a una postura sionista socialista, entendiéndose en este caso por “socialista” una combinación de elementos extraídos de nuestras fuentes bíblicas –de allí deriva su humanismo- sumado a ideas de los socialistas utópicos del siglo XIX entre otros. Buber consideraba la formación de comunas en la tierra de Israel en las cuales la gente podría convivir, relacionándose directa, cercana y personalmente. Interactuando. Seguramente esto no era muy distinto a la experiencia kibutziana que había surgido hacia el año 1909 y que tanto habría de gravitar en las décadas anteriores y posteriores a la creación de Israel.

En 1925 comenzó a dar conferencias de ética y religión judía en la Universidad de Francfort, continuando con su tarea docente hasta 1933 cuando el ascenso de los nazis al poder le hace dejar el puesto. En los sombríos años que van desde 1933 a 1938 Buber cumplió una notable tarea educativa. Fue designado por la comunidad Director de la Oficina Central para la Educación Judía Adulta, establecida con el objetivo de encargarse de la educación de los judíos luego de que a los mismos el nazismo les prohibió estudiar en institutos de enseñanza en Alemania. En los primeros años de la época nazi, Buber viaja por el país dando conferencias, enseñando, transmitiéndoles al mismo tiempo coraje y valor a los judíos alemanes, siendo uno de los principales líderes espirituales del judaísmo alemán de aquellos tiempos.
En todos estos años y posteriores Buber continuó escribiendo, más allá de los temas y traducciones vinculadas al Jasidismo. Entre sus obras principales tenemos “Yo y Tú” (a la que nos referiremos después), “El eclipse de Dios”, “Moisés” entre otras. En 1938 se establece en la tierra de Israel. Enseña en la Universidad Hebrea hasta 1951. En sus últimos 10-15 años, se mantiene activo en la vida pública y cultural judía. Fue el primer presidente de la Academia Israelí de Ciencias y Humanidades y uno de los fundadores del Instituto Bialik. También dicto cátedra fuera de Israel.

Conocido en el mundo como uno de los principales líderes espirituales de su generación, influyó profundamente en pensadores y filósofos tanto judíos como cristianos. Su fallecimiento tiene lugar en el año 1965.
“Yo y Tú”: La filosofía del diálogo. Explica Barylko interpretando a Buber: “Estamos nosotros. Concretamente tú y yo. Lo demás – los demás – es una abstracción… Somos nuestras relaciones. Para Buber yo soy mi relación…la relación me define…somos. Estamos…yo y el otro…”.
El eje central del pensamiento filosófico de Buber es la relación del “Yo y Tú”, presentada sistemáticamente en su obra del mismo título. Menciona dos tipos de relaciones: la del “yo-tu” y la del “yo-ello”. La relación “yo-ello”, y aquí nuevamente me inspiro en Barylko, es la más común. La palabra “ello” indica lo impersonal. Si es impersonal, aunque la relación sea entre personas es como si fuera a relacionarse a un objeto, a algo material. Relación muchas veces “utilitaria” que tiene lugar no por algo sino para algo. Sirve. Es útil. No es que sea malo. Incluso puede ser necesario. Pero es impersonal.

Sin embargo la relación ideal es la de “yo-tu”. Siguiendo a Barylko “La relación con el tú es directa. Entre el ‘yo y el tu’ no se interpone ningún sistema de ideas, ninguna imagen previa… ‘yo-tu’ es un encuentro de persona a persona…significa total entrega, total fe, total necesidad del otro sin ningún tipo de condicionamiento. Para Buber la fe no es cosa de teología sino de vida comprometida. En el ‘yo-tu’ se da el compromiso…toda vida verdadera es un encuentro… en la actitud de ‘ello’ no existe acción mutua. En la actitud de ‘tu’ hay relación mutua: el otro se encuentra con el yo”.

Buber lleva su postura del diálogo yo-tu al máximo extremo posible. Diálogo entre judíos y cristianos en Alemania, del cual el es artífice, todavía varios años antes de la guerra. En 1924 saca a luz una publicación, la primera editada conjuntamente por un judío, un católico y un protestante. Un precedente. Luego de la Segunda Guerra Mundial, años después intentó, hasta donde fuera posible ayudar a recomponer las relaciones entre judíos y alemanes lo que no fue aceptado – el horror era demasiado escalofriante y reciente- por muchos.

En cuanto al conflicto con los árabes Buber fue uno de los primeros en darse cuenta que en la misma tierra habitaban dos pueblos. Es famosa su propuesta al 12º Congreso Sionista (1921) referida a la situación de los árabes en la tierra de Israel. Dice entre otros conceptos: “…el vigoroso núcleo del pueblo judío está dispuesto a retornar a su antigua patria y construir allí una nueva vida basada en el trabajo independiente el cual se desarrollará y perdurará como el elemento orgánico de una humanidad nueva. Ningún poder sobre la tierra podrá atentar contra esta determinación por la cual generaciones de nuestros pioneros han entregado su vida y su muerte para realizarla…Sin embargo, esta voluntad nacional no está dirigida contra otra nación. El pueblo judío que ha sido una minoría oprimida durante 2000 años….ahora que ingresa nuevamente a la historia mundial como dueño de su destino, está definitivamente liberándose de aquellos infames métodos del nacionalismo imperialista, cuya víctima ha sido durante muchísimos siglos. No es para desplazar o dominar a otro pueblo que nos estamos esforzando para retornar al país con el cual estamos ligados espiritual e históricamente en forma imperecedera y cuyo suelo habitado espaciosamente, ofrece suficiente lugar…Nuestro regreso a Eretz Israel, el cual va a tomar la forma de una ininterrumpida inmigración, no se propone usurpar los derechos de los otros”.

La postura al extremo minimalista de Buber, que tuvo algunos adeptos en el Movimiento Sionista –el grupo Brit Shalom- no fue correspondida. No hubo un Brit Shalom entre los árabes, no hubo un Buber (quizás alguna honrosa excepción) entre los árabes en aquellos tiempos. En realidad hubo y habrá muy pocos como el humanista Martin Buber: ayer, hoy y siempre.

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Parashat “Behar-Bejukotai” Autor: Rabino Dr. Harvey Meirovich*

Interpretación y comentario
En la haftará que leeremos este sábado, el profeta Jeremías resume su forma de ver la naturaleza humana: “Engañoso es el corazón más que todo. Y enfermo es: ¿quién podrá conocerlo?” (Jeremías 17:9). La intranquilidad del profeta por la tendencia del ser humano a engañar, se refleja también en otra pregunta que el profeta presenta delante de Dios en otro lugar: “¿Por qué es exitoso el camino de los impíos y tienen bien todos los que se comportan deslealmente?” (Jeremías 12:1).
El profeta Jeremías no esperaba la respuesta que recibió: “Si corriste con los de a pie y te cansaron, ¿cómo contenderás con los caballos?” Dios no responde de manera directa a la pregunta punzante del profeta Jeremías, sino que le dice que él todavía no aprendió lo que es el verdadero pesar y el dolor. Hasta aquí, la vida del profeta era relativamente fácil en comparación con lo que le esperaba. Competir en una carrera contra deportistas es una cosa, pero la competencia contra caballos es completamente en otro nivel, que exige otro tipo de fuerzas.
El profeta Jeremías es como cualquier persona. No puede escaparse de los perversos caminos del corazón y el intento se vuelve más difícil a medida que pasan los años. Las exigencias del trabajo, las preocupaciones y la responsabilidad de ser padres, dificultan y complican nuestra vida. La salida a la jubilación sólo desvía un poco la naturaleza de este enfrentamiento, pero no cambia la esencia del desafío de llenar los días de nuestra vida con un sentido personal.
Frecuentemente, el enfrentamiento a situaciones difíciles nos brinda la fuerza necesaria para enfrentarnos a las presiones. La amarga verdad es que el enfrentamiento a las dificultades de la vida nos debilita. De las difíciles experiencias que la vida nos coloca en el camino, podemos acumular los recursos espirituales que necesitamos. Esta posibilidad y la madurez nos ayudan a confrontarnos de mejor manera con lo deshonesto, y nos enseñan a competir de manera más eficiente con los “caballos”.
El profeta Jeremías no recibió ninguna explicación ni tampoco ningún consuelo en la respuesta a su pregunta de por qué le fue decretado enfrentarse a la frustración y al pesar. Pero, a pesar de todo, logró juntar fuerzas para luchar contra los “caballos”. El legado del profeta Jeremías queda como un auténtico desafío para nosotros.

Estudio y análisis
Rabino Dr. Alexander Even-Jen
Profesor de Pensamiento Judío, Instituto Schechter de Estudios Judaicos, Jerusalén
Al pueblo que experimentó el sufrimiento de una vida de esclavitud, le es exigido comprender y comprometerse que bajo su gobierno, la esclavitud será solamente “temporaria”. No hay lugar para la esclavitud sin esperanza de emancipación. En el proceso de la presentación de las leyes de la Shmitá, Dios aclara: “Mas la tierra no habrá de ser vendida a perpetuidad ya que Mía es la tierra; pues residentes y extranjeros sois vosotros ante Mí” (Levítico 25:23).
¿Por que había realmente necesidad de decir este versículo?
¿Este versículo refleja el temor de que el pueblo liberado -ya sea todo o sólo una parte del mismo- se convierta en un pueblo en el que “amos” gobiernen sobre las tierras y esclavicen a sus hermanos?
¿Este versículo no es peligroso, en el sentido de que puede llevar a ir contra la idea de entrega total a la tierra de Israel?
¿Puede un pueblo sobrevivir cuando le es exigido referirse a su tierra Patria como a algo que no le pertenece y cuando debe verse en ella como un “residente extranjero”?
¿Cómo puede el pueblo que salió de Egipto y que debe construir un hogar para sí mismo, reaccionar a esta demanda Divina?
Franz Rosenszweig dijo cosas muy duras sobre la relación del pueblo con su tierra:
“Las naciones del mundo no están satisfechas con los lazos de sangre. Ellas hunden sus raíces en la noche de la tierra, -ella misma sin vida en sí misma pero influyente en la vida-, y desde la longevidad de la tierra, ellas suponen que la misma le garantizará su propia longevidad. La voluntad de eternidad de ellas se aferra a la tierra y al control de la misma. Por la tierra Patria derraman sangre de sus hijos, pues ellas no confían en la vida de una comunidad de sangre, sin que ésta esté anclada en una base sólida de territorio. Nosotros somos los únicos que confiamos en los lazos de sangre y abandonamos la tierra. De todas las naciones de la tierra, sólo nosotros desconectamos lo que vive entre nosotros de toda relación con lo que está muerto”.
(Franz Rosenzweig, “La Estrella de la Redención”).
Estas duras palabras fueron dichas por un pensador que se oponía al Movimiento Sionista. Se puede, por supuesto, determinar que él no “pertenece” a “nuestro campamento” y no hacer caso a sus dichos. Sin embargo, de la lectura de sus palabras se ve que las mismas fueron dichas por una persona inteligente, preocupada por el destino de su pueblo, por lo que debemos enfrentarlas y ver dónde nos ubicamos con respecto a ellas.
¿Cuál es la intención de Rosenzweig cuando dice que “los lazos de sangre” representan la base de la unión del pueblo judío?
¿Quiere decir que el pueblo judío es una gran familia?
¿Cuál es el punto débil de esta concepción?
¿Existe realmente una sensación de pertenencia y compromiso “familiar“ de este tipo en el pueblo judío, que se compone de tantos grupos tan diferentes?
¿Se puede entender la “desconexión” de la tierra que surgió -consecuencia de la destrucción del Templo y la salida al exilio- como una “bendición”? ¿Es una “bendición” el hecho de que el exilio llevó al pueblo de Israel a construir una “Patria” diferente, es decir, una “Patria espiritual”?
¿Por qué a las naciones del mundo no les alcanzan los “lazos familiares”? ¿Por qué necesitan una tierra Patria como base de esta unión?
¿La relación con el territorio es tan negativa?
¿Es aceptable el concepto de que la tierra Patria “encadena” al pueblo? Si es así, ¿por qué lo “encadena”?
¿La relación de un pueblo con su tierra es como la relación de un pueblo con “un muerto”?

* Profesor de Pensamiento Judío y Midrash en el Instituto Schechter de Estudios Judaicos, Jerusalén
Editado por el Instituto Schechter de Estudios Judaicos, la Asamblea Rabínica de Israel, el Movimiento Conservador y la Unión Mundial de Sinagogas Conservadoras.
Traducción: rabina Sandra Kochmann
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Alemanha | 06.05.2010

Centro de documentação Topografia do Terror é inaugurado em Berlim

http://www.dw-world.de/dw/article/0,,5542264,00.html

Em comemoração aos 65 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, o presidente da Alemanha, Horst Köhler, inaugurou nesta quinta-feira (6/05) o centro de documentação e exposição Topografia do Terror, no local onde funcionavam os quartéis-generais da SS e da Gestapo, em Berlim.

Na área localizada no centro da capital alemã, próxima à praça Potsdamer Platz, mais de 15 mil opositores do regime nazista foram interrogados e torturados, entre 1933 e 1945. Após a Segunda Guerra, os restos dos edifícios foram derrubados e o terreno foi terraplenado – caindo em esquecimento à sombra do Muro de Berlim, erguido em 1961.

Em 1987, como parte das comemorações dos 750 anos da cidade, foi inaugurada a exposição ao ar livre Topographie des Terrors (Topografia do Terror), em um espaço provisório no local, visitado anualmente por mais de meio milhão de pessoas. No início dos anos 1990, surgiu a ideia de construir um edifício permanente para abrigar a exposição.

Após diversos transtornos em torno da edificação a ser erguida no local – que incluíram a demolição de parte da estrutura já construída de um primeiro projeto feito pela estrela da arquitetura suíça Peter Zumthor – um prédio sóbrio e transparente passa a abrigar os 800 metros quadrados da exposição permanente sobre o sistema de terror instalado pelos nazistas.

Importância para história

O historiador alemão Ulrich Herbert participou, em seus primórdios, da concepção do centro de documentação Topografia do Terror em Berlim. Herbert disse considerar o novo memorial "um êxito".

Devido ao edifício sóbrio e funcional, o local e o objeto da exposição estariam no centro das atenções, mas não a "problemática da estética de um prédio de museu", declarou o professor de história recente e moderna na Universidade de Freiburg.

Na exposição, disse o professor, está representado todo o conjunto do aparato de segurança nacional-socialista, como também a história do período subsequente. "Porque a grande maioria dos funcionários do aparato de segurança não foi penalizada após 1945", salientou o historiador.

Para Herbert, a exposição é de grande importância para história da República Federal da Alemanha. "Porque, querendo ou não, este país se encontra na tradição desse regime", afirmou.

Fundação Topografia do Terror

O centro de documentação que, juntamente com o paisagismo dos 4,5 hectares do terreno onde está localizado, custou 26 milhões de euros, mostra, entre outros, uma versão ampliada da exposição ao ar livre, que até poucas semanas atrás se encontrava no local. Além disso, o prédio abriga salas para seminários, uma biblioteca e escritórios da Fundação Topografia do Terror.

Além do presidente alemão, participaram da cerimônia de inauguração do centro nesta quinta-feira o prefeito de Berlim, Klaus Wowereit, a presidente do Conselho Central dos Judeus da Alemanha, Charlotte Knobloch, e o ministro alemão da Cultura, Bernd Naumann.

CA/apn/epd/dw/dpa

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El público laico teme una mayoría religiosa en Israel

Una encuesta en conjunto del portal Ynet y Guesher, revela que muchos ciudadanos laicos de la población israelí temen que el sector ultra-ortodoxo pronto será una mayoría en Israel, y que esto constituye un gran riesgo para la existencia del estado.

La encuesta fue realizada entre 501 personas - todos ellos adultos judíos, que viven en ciudades judías.

La primera pregunta fue: "¿Qué harías si Israel se convierte en un país ultra-ortodoxo?" Para el 41% la respuesta fue que "estaría preocupado, por temor a la existencia de Israel", mientras que el 37% dijo que estaría a favor, y el 12% dijo que abandonaría el país porque no quieren vivir en un "Estado fanático".

Sin embargo el 87% de aquellos que se identificaron como religiosos y el 92% de los jaredim estaban convencidos de que la minoría secular no sufriría los efectos de una mayoría de ultra-ortodoxos.

A los participantes en la encuesta se les preguntó si el Estado debería tratar de evitar la inclinación demográfica. A esto, el 37% respondió que todos los beneficios para los jaredim deben ser retirados, el 32% dijo que no debe hacerse nada al respecto porque "lo que será, será", un 10% apoyó que se fomente la inmigración de población laica, y el 10% dijo que estaría contento con el cambio.

La tercera pregunta fue "¿Cuál de las siguientes propuestas cree usted que sería mejor para incorporar a los jaredim a la sociedad?".

A esta cuestión, el 40% respondió que deberían cumplir el servicio militar obligatorio, el 28% se inclinó por que hicieran servicio nacional, el 21% recomendó la formación ocupacional que les permita insertarse mejor en el mercado laboral, un 3% pidió por acciones concisas en cuanto en la aceptación de jaredim a puestos de trabajo, mientras que el 4% dijo que el Estado no debe involucrarse.

Ilan Gael-Dor, director general de Guesher, comentó con respecto a las conclusiones, diciendo que "es claro para todos que los jaredim actualmente constituyen una parte importante de la sociedad israelí y a la población le preocupa que ellos tomen el control de la sociedad".

"La encuesta demuestra que el público israelí está abierto a aceptar los jaredim pero, al mismo tiempo, cree que ellos deben asumir una posición de responsabilidad civil nacional, a través del ejército o el servicio nacional", agregó Guesher.
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COSTUMES DE SHAVUOT

Costumes de Shavuot


Tikun Laila Shavuot - Noite de vigília e reflexão - onde é costume se realizar uma vigília dedicada ao estudo da Torá, durante toda a noite. A Cabalá enfatiza a importância desse ritual, conhecido como Tikun Leil Shavuot. Uma explicação para a tradição é que o povo judeu não acordou cedo no dia em que D'us lhes outorgaria a Torá, tendo sido necessário que Ele Mesmo os despertasse. Como uma espécie de contrapartida ao fato, foi instituído o costume de se permanecer acordado desde a véspera, estudando a Torá.


Leitura dos Dez Mandamentos - Na manhã seguinte, primeiro dia de Shavuot, se faz a leitura dos Dez Mandamentos.

O outro costume se lê- o Livro de Ruth. Os sábios consideravam a história de Ruth - uma moabita que abraçou o judaísmo , apropriada para a data, não apenas por se passar durante a colheita, mas especialmente em razão de seus ensinamentos. Na célebre passagem bíblica, que se tornou símbolo de profunda devoção e fé, Ruth, após a morte do marido judeu, declara à sogra: "Teu povo será meu povo e teu D'us será meu D'us". Ruth voltou a se casar e seu bisneto foi o rei David, que nasceu e faleceu durante Shavuot.

Folhagens verdes - Costuma-se enfeitar casas , nesta festa, com flores e folhagens. O Midrash ensina que quando a Torá foi entregue ao povo judeu, o Monte Sinai - uma montanha deserta e árida - viu-se subitamente coberto de flores, árvores e grama. As folhagens simbolizam, principalmente, o costume vigente na época do Templo Sagrado de se levar a Jerusalém as primícias, ou seja, os primeiros frutos colhidos dentre as sete espécies que caracterizam a Terra de Israel.

Alimentos à base de leite - Outro costume é consumir, durante os dois dias, laticínios, já que a Torá é comparada ao leite. A palavra hebraica para leite é chalav. Quando se soma o valor numérico de cada uma das letras desta palavra chega-se ao total de quarenta. Quarenta é o número de dias que Moisés passou no Monte Sinai. Explica-se, também, que a Torá, fonte de vida para tudo, pode ser comparada ao leite que é sustento para o recém-nascido.

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Shavuot, além do tempo e espaço - por Rabino Avraham Cohen

Revista Morasha


Foi em Shavuot que D'us se revelou diante de todo o Povo Judeu e entregou-lhe a Torá, Sua Palavra - eterna e imutável.


Quando se utiliza o termo "Povo", temos em mente um grupo de seres humanos unidos por alguns elementos em comum. Os integrantes desse povo partilham valores, crenças e hábitos. Pode-se dizer que um grupo de pessoas faz parte de uma mesma nação quando possui um território comum, segue o mesmo código de leis e é ligado por laços históricos, culturais e lingüísticos.

Os judeus começaram sua trajetória na história da humanidade como uma grande família, só se tornando "povo" quando, já depois do Êxodo do Egito, receberam do Todo Poderoso a Torá e a promessa da posse de Eretz Israel. Era a aurora de Am Yisrael, o Povo Judeu. Desde então esses dois laços - a Torá e a Terra de Israel - unem todos os seus integrantes.

A importância da Torá é tão grande que o povo de Israel é reconhecido por todas as nações como o "povo do Livro". Apesar de muitos não saberem a que "livro" este título se refere, trata-se da Torá, entregue aos judeus no Monte Sinai.

Mas, qual teria sido a data exata desse acontecimento único e extraordinário? Em que dia da semana D'us se revelou no Monte Sinai? Sabe-se que foi durante a festa de Shavuot. Por isso, a festividade é também chamada de Chag Matan Torá, literalmente "a Festa da Outorga da Torá".

O curioso é que na Torá não há menção explícita sobre a data. Todos os demais dias sagrados do calendário judaico são definidos e registrados nas Escrituras. Pessach se inicia no dia 15 de Nissan; Rosh Hashaná, em 1º de Tishrei; Yom Kipur, em 10 de Tishrei; Sucot, em 15 do mesmo mês e, assim por diante. Mas, no que toca a Shavuot, é diferente. A Torá ordena: "Contarão 49 dias após o primeiro dia de Pessach e, no qüinquagésimo, será a festa de Shavuot...". Por que não consta claramente que Shavuot ocorreu em 6 de Sivan? Certamente há um propósito para a omissão.

No Talmud, os Sábios discutem acerca da data da entrega da Torá, quando D'us se revelou explicitamente a todo um povo, pela única vez na história da humanidade. A maioria afirma que esse evento ímpar ocorreu no sexto dia do mês de Sivan. Rabi Yossi, um dos pilares do Talmud, discorda e afirma que a Outorga ocorreu no sétimo dia desse mês. O Talmud elucida e esclarece a razão para a diferença de opinião.

Todos os Sábios concordam que a saída do Egito aconteceu no quinto dia da semana, no dia 15 de Nissan, e que a Torá foi entregue 50 dias depois, num Shabat. A dúvida é se o mês de Iyar daquele ano teve 29 ou 30 dias. Para se entender o porquê dessa dúvida, é necessário lembrar que como, na época, ainda não havia sido instituído o calendário fixo, o início do mês, Rosh Chodesh, era decidido de acordo com o testemunho ocular da aparição da Lua Nova. Assim que alguém visse a olho nu uma partícula da Lua, por menor que fosse, deveria declarar o fato perante a Corte. E, para que a Corte proclamasse o início do novo mês, eram necessárias duas testemunhas do mesmo fato. Naquela época, Rosh Chodesh podia ser celebrado durante um ou dois dias e, portanto, os meses poderiam ter 29 ou 30 dias.

Nossos Sábios concluíram que, se no ano em que foi entregue a Torá, o mês de Iyar foi de 29 dias, Rosh Chodesh Sivan, o primeiro dia do mês de Sivan, caiu no primeiro dia da semana. O Shabat, sétimo dia, ocorreu, portanto, no dia 7 de Sivan. Por outro lado, se o mês de Iyar daquele ano teve 30 dias, Rosh Chodesh Sivan caiu no segundo dia da semana. Por conseguinte, o primeiro Shabat daquele mês - dia em que foi entregue a Torá - ocorreu em 6 de Sivan.

Mas, com a instituição do calendário fixo por Hillel II, no ano judaico de 4419 (IV século desta Era), a necessidade de testemunho ocular deixa de existir, pois o calendário determina, de antemão, quais os meses com 29 e quais os com 30 dias. Vale a pena ressaltar que há apenas duas exceções: os meses de Cheshvan e Kislev, que, dependendo do ano, podem variar, entre 29 ou 30 dias. Quando ambos os meses têm apenas 29 dias, o ano é considerado "Chasserá", em falta. E, quando ambos têm 30 dias, o ano é chamado de Shelemá, completo. Por outro lado, quando Cheshvan tem 29 dias e Kislev 30, o ano é considerado Kessidrá - ou seja, todos os meses seguem a "ordem exata", uns com 29 e outros com 30 dias.

Portanto, desde a instituição do calendário fixo, Shavuot passou a ocorrer sempre no dia 6 de Sivan. Na Diáspora, as festas são observadas durante dois dias. Assim sendo, fora da Terra de Israel, Shavuot é celebrado nos dias 6 e 7 de Sivan.

Curioso - e profundo

Uma pergunta surge, espontaneamente: como é possível que uma data tão importante e marcante para o Povo de Israel, como a da Outorga da Torá, não esteja nitidamente definida na mesma? Há outras datas menos importantes para o nosso povo que, no entanto, estão registradas com clareza, não deixando margem para dúvidas. Há uma razão para tal. Ao omitir a verdadeira data de Shavuot, D'us ensina que a Torá está acima do tempo e do espaço. Por ser uma obra Divina, é válida para qualquer época e qualquer lugar. Não é limitada a uma estação do ano nem a um lugar específico.

O fato de estarmos no século XXI e vivermos longe da Terra de Israel não nos impede de continuar ligados à santidade da Torá e de seus mandamentos. Nosso povo sobreviveu a destruições, perseguições, pogroms e, sobretudo, ao Holocausto, em nossos dias. Passou 2 mil anos na Galut e sem o Templo Sagrado, mas jamais se afastou de D´us e de Sua sagrada Torá.

A Torá e sua proximidade com o homem

O Talmud menciona as medidas exatas das Tábuas da Lei. Ao contrário do que se pensa, eram de formato quadrado, não retangular. Tinham, segundo uma medida da época, 6 punhos de cumprimento e 6 punhos de largura.

O Midrash utiliza uma figura de linguagem antropomórfica, atribuindo características físicas a D'us quando descreve o momento em que o Todo Poderoso entregou as Tábuas com os Dez Mandamentos a Moisés. Segundo esse Midrash, as "Mãos" de D'us ocupavam um espaço de 2 punhos das Tábuas e as mãos de Moisés outros 2. Restava, pois, uma distância de 2 punhos entre as "Mãos" de D'us e as de Moisés, já que as Tábuas mediam 6 punhos. Ou seja, apenas essa pequena distância "separava" o profeta do Todo Poderoso. Porém, antes de lhe entregar a Lei, D'us diz a Moshé que o povo pecara ao construir um bezerro de ouro. E, para mostrar Seu descontentamento com o Seu povo, D'us quis tomar de volta as Tábuas das mãos de Moshé Rabeinu. Mas este não cedeu, usando de toda a sua força para retê-las junto a si. E o conseguiu, como que "arrancando-as" das "Mãos" de D'us.

É muito intrigante esta imagem do Midrash - atribuindo dimensões físicas à Revelação Divina e descrevendo o que é quase um "duelo" entre um homem finito e o Criador Infinito. O Maharal de Praga explica que desta passagem tiram-se duas grandes lições. A primeira é que a Torá está muito próxima do homem. Está a nosso alcance, já que apenas 2 punhos se interpunham entre o Criador e Sua criatura. Conforme ensinamento dos Sábios, um espaço entre dois objetos com menos de 3 punhos é considerado "unido e fechado", pois, segundo as leis de medição referidas na Torá, uma distância menor que 3 punhos não é considerada um "vazio". Como entre D´us e Moshé havia meros 2 punhos, isso significa que não há distância entre nós e a Torá - que está muito próxima de nós, praticamente ao alcance de "nossas mãos".

Uma pergunta pode vir à mente: "Que ligação tenho eu com o Criador, o Todo Poderoso, Onipresente e Onipotente? Afinal, sou apenas uma criatura pequena e insignificante perante a imensidão do Macrocosmo. Quem sou eu para que D'us transmita Sua mensagem a mim?" Certamente, somos todos muito pequenos. Mas, nossa grandeza provém do fato de que D´us se aproximou de nós e nos entregou Seus ensinamentos. O Todo Poderoso não nos elevou até os Céus para nos dar Sua Torá; Ele próprio desceu sobre o Monte Sinai para se conectar a Seu povo. Neste imenso Universo, o ser humano é minúsculo, porém sua força e sua grandeza provêm do Altíssimo, que lhe delegou tudo isso.

A outra lição a se depreender dessa passagem é que é vontade do Todo Poderoso que o ser humano se esforce para conseguir o que necessita para si e que tome suas próprias decisões. Ao nos entregar a Torá, deu-nos, também, todas as "instruções" necessárias para podermos fazer as escolhas certas. No episódio do bezerro de ouro, D'us, em Sua infinita bondade, deu a Moshé Rabeinu a oportunidade de meditar e decidir sobre a melhor maneira de agir. O Altíssimo poderia ter "arrancado" as Tábuas das mãos de Moshé; isto é, anulando o pacto que firmou com o Povo Judeu por meio da Torá. Mas não o fez, para ensinar ao homem esta grande lição. A Torá contém a essência da Infinita Sabedoria Divina e foi confiada ao Povo de Israel. Façamos bom uso dessa dádiva, dedicando nosso precioso tempo a estudá-la e a deleitar-nos com seus ensinamentos.

Rabino Avraham Cohen é rabino da Sinagoga Beit Yaacov

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Austríacos e húngaros lembram 150º aniversário de fundador do sionismo
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da Efe, em Viena

As cidades de Viena e Budapeste lembram neste domingo o 150º aniversário do nascimento do jornalista e escritor austro-húngaro Theodor Herzl, criador do sionismo político e "pai intelectual" do Estado de Israel.

Herzl, que viveu até os 17 anos em Budapeste e o resto de sua vida em Viena, ocupa um lugar de destaque na historiografia judaica.

"(Herzl) é um dos maiores. É uma espécie de Moisés moderno. Ele mudou totalmente a autoestima dos judeus", declarou à Agência Efe em Viena o historiador e escritor Doron Rabinovici.

A teoria de Herzl era de que, com a existência de um Estado próprio, os judeus poderiam ser fortes, algo "revolucionário" para um povo que tinha sofrido violentas perseguições durante séculos.

Com a chegada do sionismo, "os judeus se transformaram em protagonistas da história e deixaram de ser indefesos. Esta foi a grande conquista de Herzl", explica o autor austro-israelense.

Para lembrar Herzl e sua visão de um lar nacional para os judeus, as comunidades hebraicas de Viena e Budapeste realizam atos em suas respectivas sinagogas centrais neste domingo.

Histórico

Theodor Herzl nasceu em 2 de maio de 1860. Ele fazia parte de uma família judia de Budapeste que falava alemão em casa e apenas participava da vida religiosa da comunidade judaica local.

Em 1877, Herzl se mudou para Viena, onde estudou Direito e sentiu na pele o crescente antissemitismo austríaco, não só religioso, mas político e racial.

Apesar disso, em seus anos de estudante, esteve ligado a setores pan-germanistas, foi um admirador fervoroso de personagens como Martinho Lutero, Otto von Bismarck e Richard Wagner, além de ser um convencido defensor da assimilação dos judeus.

No entanto, ao terminar seus estudos universitários, viu que, como judeu, não poderia fazer carreira na administração pública, como desejava, e por isso decidiu se dedicar ao jornalismo.

Em 1891, aceitou a oferta de se mudar para Paris como correspondente do jornal "Neue Freie Presse", de Viena, então um dos diários de maior prestígio da Europa.

Na capital francesa, Herzl experimentou uma nova forma de antissemitismo, mais sutil do que a de Viena, o que fez amadurecer nele a ideia de elaborar uma solução revolucionária para o que er chamado então de "questão judia".

Um ponto de inflexão para o jornalista foi o processo em 1894 contra o militar judeu francês Alfred Dreyfus, acusado de espionagem e condenado com provas falsas e calúnias antissemitas.

Após seu retorno a Viena, Herzl se dedicou a elaborar sua ideia do sionismo. Em 1896, publicou "O Estado Judeu - Tentativa de uma Solução Moderna para a Questão Judaica".

Sua obra, de apenas 85 páginas, teve uma recepção que oscilou entre o grande entusiasmo e a mais cética rejeição.

Apesar das críticas, Herzl insistiu em sua visão de criar um Estado judeu, seja na América, África ou Palestina, e convocou para agosto de 1897 o primeiro Congresso Sionista Mundial.

Nesta reunião, realizada em Basileia (Suíça), Herzl apresentou pela primeira vez suas ideias para um grande público. "Queremos lançar a pedra fundamental para uma casa que aloje a nação judaica", afirmou então.

Sua visão era a de um Estado moderno, secular e poliglota, que seria um modelo para o resto de mundo.

"Ele era um nacionalista liberal e se irritava com os nacionalistas que queriam erradicar a relação com os árabes", explica o historiador húngaro Attila Novák, autor de uma biografia de Herzl.

Após o sucesso do primeiro Congresso Sionista, passou a viajar pela Europa e à Palestina para tentar convencer políticos, comunidades judaicas e também aos árabes das vantagens de um Estado judeu no Oriente Médio.

Em seus últimos anos de vida, Herzl sofreu revezes como o de ver sua ideia rejeitada pelo Império Otomano, então responsável pelo território da Palestina.

A alternativa de um estado judeu na Argentina ou em Uganda causou uma rebelião dentro do movimento sionista, que no final acabou por concentrar-se na Palestina como único lugar possível para satisfazer o nacionalismo judeu.

Herzl continuou sendo o líder do movimento sionista, mas seu intenso ritmo de trabalho acabou contribuindo para sua precoce morte em 1904, aos 44 anos de idade, devido a problemas cardíacos.

Sua visão se tornou realidade quase 50 anos depois do congresso de Basileia, quando a ONU decidiu dividir a Palestina em um estado judeu e outro árabe.

E como tinha antecipado o próprio Herzl em suas obras, os judeus tiveram que passar por um desastre maior para reconhecer a necessidade de criar seu próprio país.

"O paradoxo do Estado de Israel é que, para sua fundação, o Holocausto teve que acontecer primeiro", assegurou Novak.

O impacto psicológico da mera existência de Israel é enorme para os judeus, apesar dos graves problemas do país, tanto internamente como na relação com seus vizinhos árabes.

"Se um judeu vive hoje em Nova York, Paris ou Moscou, já não está no exílio como antes. A diáspora deixou de ser um exílio. O exílio e sua maldição terminaram", conclui Rabinovici.
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A JUVENTUDE NO CAMINHO PARA A PAZ

Shalom a todos e a todas! A falta de tempo me fez estar um pouco longe deste espaço (do que muito sinto falta). Mas já achei um espaço para estar compartilhando experiências e trabalhos com todos vocês, nobres amigos e amigas.

Faço parte da coordenação da AMISRAEL - O MENSAGEIRO DA PAZ, no Paraná, uma ONG que trabalha em prol da cultura de paz. Hoje em mais de 22 países, e, com mais de 40 milhões de agentes da paz.

Nosso trabalho é focado na prevenção de problemas como o antissemitismo, a violência - e, poderíamos dizer também, na Hasbará - buscando esclarecer e infrormar a sociedade quanto a assuntos ligados a Israel, bem como na manutenção da paz e criando formas para amenizar problemas, buscando soluções pacíficas.

Iniciamos fim do mês passado um trabalho nas escolas, utilizando palestras e também exposição de fotos, a fim de conscientizar aos jovens e adolescentes sobre o papel que cada indivíduo tem na manutenção da paz. Com a crescente onda de violência, fanatismos e antissemitismo, queremos adentrar na área de educação, onde mais podemos ajudar; pois é a partir de aí onde o caráter do cidadão é formado.

Compartilho com vocês a história a seguir, a qual usamos nestas palestras, e, que tem cativado aos alunos:

Um cientista vivia trancado em seu laboratório, procurando respostas para os problemas do mundo.
Certo dia, seu filho de sete anos invadiu sua sala, decidido a ajudá-lo. Impaciente, o cientista pediu que o filho fosse brincar em outro lugar, no entanto, sem sucesso.
Então procurou algum objeto que pudesse entreter a curiosidade do menino, logo encontrando o mapa-múndi impresso na página de uma revista.
Recortou o mapa em vários pedaços, pegou um rolo de fita adesiva e entregou tudo ao filho, dizendo:
- Você gosta de quebra-cabeças?
Então vou lhe dar o mundo, todo quebrado, para consertar. Veja se consegue fazer tudo direitinho.
Calculou que a criança levaria dias para recompor o mapa.
Porém, algumas horas depois, ouviu a voz do filho:
- Pai, pai, já fiz tudo. Consegui terminar tudinho!
Incrédulo, o cientista levantou os olhos de suas anotações, certo de que veria uma mapa sem sentido. Mas, para sua surpresa, o mapa estava completo, com tudo em seus devidos lugares.
- Você não sabia como era o mundo, meu filho. Como conseguiu?
- Pai , eu não sabia como era o mundo, tentei consertar, mas não consegui.
Mas quando você tirou o papel da revista para recortar, eu vi que, do outro lado, havia a figura de um homem. Então lembrei disso, virei os recortes e comecei a consertar o homem que eu sabia como era. Quando consegui consertar o homem, virei a folha e vi que havia consertado o mundo.

Nessa visão de que é mais fácil consertar o homem é que trabalhamos.

Caso queiram acompanhar nossos trabalhos, o site é www.amisrael.org.il.

Abraços fraternos a todos!


Alfredo Mocelin Jr.

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