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Pêssach este ano

“Epidemia” e “Pandemia” são termos científicos para descrever uma ameaça que requer respostas extremas imediatas para impedir que uma forma de vida se infiltre e aniquile a nossa.

 

Não visto simplesmente de uma perspetiva científica, um termo apropriado para esse tipo de intrusão é "praga", como nas "Dez pragas do Egito".

 

É verdade que hoje não é sangue, sapos, piolhos, moscas, pestilência, furúnculos, granizo, gafanhotos, trevas, mas um único vírus que ameaça a civilização mais poderosa do mundo. Não são os primogênitos que estão sendo mortos, mas seus pais e avós.

 

As pragas são referidas nas Escrituras Hebraicas como "sinais", isto é, eventos que transmitem uma mensagem; todas as pragas têm uma demanda.

 

A miséria que caiu sobre o maior império de seu tempo se deveu ao faraó e seus "mágicos" não prestarem atenção à mensagem mas ao próprio fenômeno. Como poderiam? Eles estavam tão despreparados, estavam tão ocupados construindo exércitos e fortes para proteger suas fronteiras, pirâmides maiores e mais luxuosas: túmulos para satisfazer seus egos.

 

Quando as pragas vieram, parecia algo repentino, inesperado. A prioridade não era enfrentar a ameaça em sua raiz. Somente depois que a severidade incremental de cada novo nível de praga finalmente forçou o Faraó a se ajoelhar, os egípcios não tiveram escolha senão reconhecer a mensagem. (Infelizmente, esse momento foi muito curto. Por fim, não aprender com a história levou a civilização deles a ficar registrada em museus ao redor do mundo)

 

Depois que a severidade de cada novo nível da praga finalmente os colocou de joelhos, eles não tiveram escolha a não ser prestar atenção à mensagem. (Lamentavelmente eles fizeram isso por pouco tempo e, eventualmente, sua civilização terminou em museus ao redor do mundo)

 

A mensagem então como hoje é muito semelhante:

 

Os seres humanos devem ser mordomos do mundo respeitando, se não protegendo, todo ambiente natural e todo habitat animal, certamente não invadindo seu território.

 

Se queremos viver uma vida longa, devemos fazê-lo não nos tornando turistas em tempo integral, navegando em cruzeiros cada vez maiores e mais luxuosos, mas meditando em nossas vidas, ajudando as novas gerações, transmitindo o que aprendemos para eles.

 

Em vez de continuar a construir cidades lotadas, corroendo as costas e ignorando todas as formas de vida que não a nossa, devemos reconhecer que compartilhamos o mundo com outras formas de vida.

 

Não aprendemos nada com o Egito? É por isso que não lemos a Torá e, se o fazemos, interpretamos como algo que que só pode acontecer com o "outro", não conosco ?

 

Em mais alguns dias os judeus vão se sentar ao redor de uma mesa para refletir sobre essa mensagem. A estratégia para fazer isso é nos vermos como se cada um de nós tivesse deixado pessoalmente a terra do Egito. ” Este ano, esse salto de nossa imaginação não deve ser muito difícil de realizar.

 

As chances são de que, por não estarmos com toda a família, podemos comemorar a Pêssach não apenas como uma reunião familiar ou social, mas pelo motivo certo: lembrando a mensagem de que o mundo não existe para que possamos dominar a natureza. mas para que possamos compartilhá-lo e protegê-lo.

 

Chame de "Deus", chame de "o mundo", o fato é que estamos sendo avisados

 

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Faces humanas por Paulo Blanck

Lá pelas tantas a amiga comentou que andava lembrando da avó. Ela costumava trancar suas cinco crianças num quarto da fazenda assim que um deles aparecia com catapora, sarampo, o que fosse a epidemia da vez. A ideia era forçar o contagio. Brincar de médico e doente revezando os papeis ajudava a suportar a situação. Livrava a garotada do horror de ficarem esperando a ameaça invisível. O pai lhe contou que os irmãos nunca estiveram tão unidos como naqueles dias de espera forçada. Enquanto ela passeava pela memória comecei a pensar na fala da Angela Merkel.
Angela Merkel acertou em cheio: “isto é um teste para a nossa solidariedade, nosso senso de comunidade, nossa empatia e consideração pelos outros”. O que cada um consegue aprender das catástrofes vai depender da própria visão de humanidade e de seus interesses imediatos. Se Weintraub, ministro brasileiro da educação, citou salmos supondo que o divino autor da Bíblia resolveu castigar a presidente do movimento “Educação Já”, despejando sobre ela a praga da corona vírus, é porque a sua maneira de aproveitar do Livro dos Livros é essa. A sua humanidade é essa.
Para bancar uma quarentena só mesmo transformando a restrição em liberdade. Consciência de proteger o ausente. Aquele que nem consigo imaginar quem seja. Não me deixar infectar é cuidar do anônimo que não é parente. Caso eu não consiga dar essa reviravolta na minha percepção vou acabar prisioneiro emparedado. Reagir como a criança contrariada. Foda-se. Faço o que bem entendo. Em pleno crescimento do número de vítimas ainda nos falam em histeria. Claro, a terra é plana e os campos de concentração também não existiram. O que importa ao anti-humanismo é negar a razão a fraternidade e a ciência. “Abajo la inteligência. Viva la muerte!” Mais do que nunca o teste de Merkel faz sentido
.
Quando o medo esgarça a própria pele e o pânico se instala, o corpo deixa de funcionar como última trincheira. Perco o sentimento de ser eu mesmo. Sair de casa é perigo mortal. Minha fronteira são dois metros e minhas luvas. É a guerra de todos contra todos. O jeito é subverter a equação do virtual que afasta os próximos e buscar o rosto de quem não vemos mais. Seu olhar. O rosto do outro está gravado na minha alma. Dá sentido ao humano que sou desde que nasci. Desde que o meu olhar encontrou o da mãe. É ancora em momentos de solidão. Um santo remédio inscrito no livro que Weintraub não sabe ler. Viralização, sinônimo de sucesso quando se trata de internet, virou ameaça. O que era palavra cobiçada, virou palavra de medo.
Derrotar o anti-humanismo não é tão difícil assim.
Eles não suportam o amor.

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Hoje pela manhã, logo que acordei, me deu vontade de escrever esse texto. O interessante foi que, assim que abri o celular, observei uma mensagem de um amigo meu de SP, o Washington Wanvvar. Ele me contou que estava se sentindo, nesses dias conturbados, como o povo hebreu no Egito, que precisou ficar de quarentena até que todas as pragas e doenças no Egito estivessem terminadas.
Só que a diferença hoje é que o vírus invisível da COVID -19 não faz distinção entre os antigos egípcios e os hebreus. Todos estão, de uma forma ou de outra, de quarentena.
Mas o que o Judaísmo fala sobre as doenças?
Esse tema daria para escrever um livro, pois não existe no judaísmo nenhuma separação entre fé e ciência. Pelo contrário, elas estão até bastante conectadas. Não é por acaso que a medicina é uma das práticas profissionais mais antigas entre os judeus. Exemplo disso é o grande médico e sábio rabino da Idade Média Rambam, ou também conhecido como Maimonedes. Ele via a medicina como a ciência da cura, não só do corpo, mas também da alma!
E essa é uma questão importante para se aprofundar pois, independente de sabermos que doença realmente é algo muito ruim e logicamente preocupante, no judaísmo a doença pode servir como uma ponte que tem dois caminhos, que nos leva a uma determinada direção: da vida para a morte ou da morte para a vida. Para quem não sabe, no Judaísmo vida e morte estão integradas de forma absoluta na criação, onde para nós a morte é um fim,mas no contexto celestial : "Nesse mundo nada se perde tudo se transforma". O que é morto será transformado em matéria, e se transformará como parte inseparável do ciclo da cadeia da vida.
O que não sabemos é o que acontece com a alma, ou melhor com a Neshama. Estamos limitados de ver em que essa neshama (ou energia) será transformada. No judaísmo temos várias e diferentes interpretações. Uma delas é o Olam haBá (o mundo vindouro). Outra interpretação é que essa neshama, ou melhor essa energia, se transforma no fluído de novas vidas, seja animal ou vegetal.
O Judaísmo é muito prático. Apesar de que, com o tempo, foram criados muitas regras e dogmas, partes delas se transformaram em leis, que na maioria das vezes não estão nem escritas na Torá. Porém há um conceito antigo dos nossos sábios que diz: "Recuperar-se de uma doença é uma forma de renascer à ameaça que nos aflige".
Sair de uma doença é como nascer novamente. Doença pode matar, é claro! Mas doença pode curar a alma de muita gente, pois é o momento onde podemos parar e refletir sobre nossas vidas e a forma que a encaramos.
Nós, seres humanos, muitas vezes nos comportamos como se fossemos viver pela eternidade, somos realmente arrogantes com nós mesmos. Porém a doença nos mostra a fragilidade de nossa vida.
Interessante observar que, muitas vezes, as pessoas que ficaram doentes e se recuperaram, tiveram uma oportunidade única de fazer uma reflexão profunda no seu interior, para retornar à vida mais forte,mais saudável e equilibrado.
A medicina hoje está muito avançada. Ela com certeza nos ajuda muitíssimo para curar nossas doenças, mas não só um excelente médico é responsável por nossa cura. Nós mesmos temos que fazer a nossa parte. O médico e a medicina ajudam a curar o corpo, mas somente nós podemos curar a nossa alma.
O Judaísmo acredita que cada ser humano tem dentro de si a centelha Divina instalada num corpo físico.
O Interessante é que a Torá relata: "E D'us formou ADAM (o ser humano) do pó do chão, e Ele soprou em suas narinas a alma da vida, e ADAM (o ser humano) se tornou uma alma viva" (Bereshit 2:7).
No Judaísmo não existe algo mais sagrado nesse mundo do que a Vida! por isso que na Torah está escrito: "Preserve a si mesmo e a sua alma de forma cuidadosa." (Devarim 4:9).
Estou aqui em Israel fechado em casa, como muitos de vocês em vários lugares do mundo. Sem poder trabalhar, sem ter nenhum sustento, mas com muito tempo para refletir sobre a minha vida e sobre meus passos e me perguntar: “Para Onde Vamos?”
Sim é verdade. O COVID-19 está trazendo momentos muitíssimo difíceis para toda a humanidade! Mas no pensamento judaico sempre devemos procurar o segredo oculto das situações difíceis que vivemos. É o segredo ainda a ser desvendado!
Como meu neto de três anos me ensinou nesses dias, ao mostrar a ele uma caixa cheia com coisas antigas do meu passado, que para mim era uma caixa com bugigangas, para ele era um segredo que foi desvendado. E ele me disse, na sabedoria de uma criança: “Vovô, isso não é uma caixa, é o seu lugar (sodi) secreto!” Verdade Boaz, meu querido e amado neto, temos que ver as coisas fora de uma caixa e procurar o segredo das situações complexas e amargas que vivemos.
Essa tragédia que chamamos COVID19, nos dá a oportunidade de podermos fazer uma grande reflexão interior sobre o caminho que a humanidade está tomando e descobrir que não somos mais grupos que podem viver isolados, somente com nossas verdades. Apesar de nossas diferenças de idiomas, de cultura, nacionalidade e religiões, somos parte integrante de um todo que se chama Humanidade.
Sim! Com todos os danos que irão ocorrer, vamos conseguir superar esta crise. Talvez seja uma oportunidade única para a humanidade de compreender o que é uma coisa óbvia. Mas estávamos tão fechados em nossas "caixas", que não conseguíamos enxergar o sodi (o segredo) que "somos todos parte da criação" e estamos navegando num mesmo barco que se chama Humanidade.
Com tudo isso estaremos aprendendo a enfrentar esse inimigo invisível, através da luta sem fronteiras, onde países colaboram entre si, trocam informações. Está havendo, como nunca, a ajuda mútua e a solidariedade entre nações e até uma trégua de guerras e de violências foram no momento consagrados.
Vamos aproveitar e aprender a respeitar e valorizar os nossos médicos, enfermeiras e os diversos auxiliares da saúde que estão nesse momento no campo de batalha para salvar preciosas vidas humanas. Vamos fazer uma retrospectiva de nossas vidas e sentir como é frágil o ser humano, como necessitamos um do outro e como sozinhos não somos Nada! Pois "De pó viemos e ao pó voltaremos".

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A lembrança do passado

 Quando o ser humano não é considerado em termos puramente biológicos, somos o que lembramos. A memória é fundamental para a pergunta "quem sou eu?" A amnésia total é, de fato, uma perda total de si.

 

De fato, quando queremos nos entender, procuramos em nossa memória o que é mais valioso em nossas vidas.

 

O ato de lembrar não é uma simples reflexão interna, envolve agir de acordo. A memória é altamente seletiva e, consequentemente, o passado que escolhemos lembrar determina não apenas nosso presente, mas também nosso futuro.

 

Em outras palavras, o que um indivíduo procura se tornar determina o que ele se lembra

 

"Não é acidental", escreveu Leo L. Honor, professor do Dropsie College "que tantas das provisões humanas da Torá estão associadas ao refrão:" E você se lembrará de que era escravo na terra do Egito ". O povo judeu não poderia ter sido forçado a amar o estrangeiro, a menos que houvesse um esforço consciente e deliberado para manter viva as memórias de sua significativa experiência passada. "

 

A Torá tem muito mais a dizer sobre o tratamento adequado dos estrangeiros do que sobre qualquer outro conjunto de leis. Como o Talmud aponta, a Torá nos adverte sobre nosso comportamento em relação a um estrangeiro nada menos que trinta e seis vezes! Nenhuma outra Mizvah, nem mesmo os mandamentos para amar a Deus, manter o Shabat, a circuncisão ou abster-se de comer alimentos proibidos são mencionados com tanta frequência.

 

A maneira como a Torá trata o estrangeiro diz algo muito importante sobre o coração de Israel e o Deus que deu essas regras.

 

“"Tome muito cuidado e respeite sua vida, para não esquecer as coisas que seus olhos viram e que elas não desaparecem de sua mente enquanto você vive, ensine-as a seus filhos e aos filhos dos seus filhos.” (Devarim 4: 9)

 

"O discurso de despedida de Moisés, sua última lição", acrescentou o professor L.L. Honra, "pode ​​ser resumido assim: 'Lembre-se do que você experimentou e viverá sua vida nacional em termos da Torá que eu lhe ensinei. Esqueça e você será Kejol-ha-goyim [como qualquer outra pessoa]."

 

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A ajuda imprevisível e inexplicável que encontramos

Com o êxodo do Egito algo radicalmente novo aconteceu, a história tomou um rumo inesperado, e com ele, o mundo mudou repentinamente.

 

O êxodo, o livro que narra este acontecimento, diz-nos que quando a atividade humana segue um caminho autodestrutivo, a única saída é fazer uma mudança radical de direção.

 

A história está cheia de exemplos onde no último momento pequenos grupos heroicos ou mesmo seres humanos solitários apareceram em cena para salvar suas nações de cair num abismo. Mas a história também está cheia de escombros de povos, nações e indivíduos que, incapazes de reunir a vontade necessária que só a fé pode inspirar, caíram no nada e no esquecimento.

 

A ciência levou mais de três mil anos para chegar às conclusões do Êxodo. Em 1962, Thomas Kuhn, um influente filósofo da ciência, proporcionou uma nova maneira de ver a mudança em todas as formas de vida, modificando a maneira como as pessoas entendiam a ciência.

 

O professor judeu de Cincinnati, licenciado em física pela Universidade de Harvard - que mais tarde ensinaria em Berkeley, Princeton e MIT - cresceu, com a ideia de que o progresso era inevitável, gradual e linear, movido lentamente por cientistas de mente aberta que, em vez de estarem presos pelo preconceito, estavam dispostos a questionar as ideias herdadas.

 

Ele acabou descobrindo que, na realidade, esses avanços não eram consequência de um progresso gradual e linear, nem que os líderes da disciplina estavam livres de preconceitos e tinham a mente aberta. O que Kuhn conseguiu demonstrar foi que a ciência, tal como a história, se desenvolve através de momentos revolucionários que ele veio a chamar de "mudanças de paradigma".

 

Estamos em presença de uma mudança de paradigma, quando, por exemplo, a Terra não é mais vista como o centro do universo, velhas noções de verdade são descartadas e novas tomam seu lugar. Quando é apenas um ser humano que chega a essa conclusão, o peso do opróbrio dos que não estão dispostos a mudar é sentido em todas as suas forças.

 

A realidade da vida, testemunhada pela ciência, assim como a presença constante de revoluções políticas na história, compartilham com o Êxodo a compreensão de que a complacência com formas de vida que estão longe de ser perfeitas é intolerável, e que o progresso não é uma marcha direta para frente. Correções radicais são muitas vezes necessárias e requerem seres humanos fortemente inspirados para marcar o caminho a seguir.

 

As mudanças nos sistemas de valores, a rejeição de tudo aquilo com que se cresceu requer mais do que vontade psicológica, requer fé. Este é o tipo de fé que diz: "pode ser feito", "há um caminho melhor", "a vida pode ser redimida e tornar-se o que se pretendeu ser".

 

Como é que sabemos isso? Porque durante toda a história judaica, desde o Êxodo até a Revolta Macabean, passando pelas cinzas do Holocausto nazista, até a criação do Estado de Israel moderno, o resultado final não foi as consequências esperadas. Foi algo que ultrapassou até mesmo as especulações mais otimistas sobre os limites da capacidade humana.

 

O filósofo judeu Martin Buber tinha dito que, por vezes.

 

"Quando estamos profundamente angustiados, podemos nos sentir completamente perdidos, além da ajuda de qualquer um, especialmente além de qualquer coisa que possamos fazer por nós mesmos. E no entanto, às vezes acontece que saímos das profundezas, talvez com mais precisão, que algo nos puxou para fora dela. Não foi uma iniciativa nossa ou um reflexo básico; estávamos além disso. Por assim dizer, uma mão nos estendeu a mão e nos ajudou com um poder que não era o nosso. ”

 

Esta ajuda imprevisível e inexplicável que encontramos, diz Buber, ensinou-nos que Deus redime. E nossa experiência popular do Êxodo e seus ecos na história judaica atestam que Deus liberta tanto os povos quanto os indivíduos.

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"Ausência" de Deus

O Livro do Êxodo é o documento fundador da história nacional de Israel. Aqui encontramos os eventos que, mais do que qualquer outro, moldaram os sentimentos e atitudes do povo judeu: o relato do êxodo do Egito e a aliança com o Monte Sinai.

 

Por meio de interpretações posteriores, as experiências da geração Êxodo foram incorporadas a este livro, o que é indiscutivelmente uma obra-prima literária e uma das grandes meta-histórias do mundo ocidental.

 

O objetivo do livro não era fazer com que os leitores discutissem quem era o faraó ou algum outro elemento da trivialidade histórica. Mas, nas palavras da egiptóloga alemãJan Assman, foi escrito para abordar "as duas questões mais importantes que as mentes humanas têm abordado desde tempos imemoriais: a questão do papel desempenhado pelo divino em nossas vidas. e a questão de quem "nós" somos ".

 

Para ser preciso, quatrocentos e trinta anos - "Shemot", o nome hebraico do livro, nos diz - o povo de Israel vivia no Egito. No entanto, William Propp - considerado o eminente estudioso do livro - observa que:

“Os quatro séculos no Egito passam sem uma história que merece ser contada. Como em grande parte do período de Israel no deserto e no subsequente cativeiro da Babilônia, a Bíblia parece considerar essa permanência desprovida de eventos notáveis. "

 

Esse tipo de apagão histórico levou os críticos a perguntar: "O que Deus estava fazendo durante aqueles anos em que os israelitas sofreram opressão egípcia?"

 

Essa é uma das perguntas mais sérias e provocativas que podem ser feitas sobre Deus: uma pergunta que foi repetida em momentos diferentes, não apenas ao longo da história de Israel, mas através da vida de quase todas as comunidades religiosas.

 

 Depois que os dois primeiros capítulos do livro contam como uma série de calamidades caem sobre os israelitas em Egito, Deus torna sua presença conhecida. É essa aparição repentina no final do segundo capítulo do livro que destaca a ausência anterior, particularmente quando os israelitas são severamente tratados e seus recém-nascidos masculinos são ameaçados de genocídio.

 

em que, mais do que em qualquer outro, o que é necessário é experimentar a presença de Deus, e ainda assim todos O que ele sente é a sua ausência.

 

O TaNaKh e os teólogos falam de "ocultação", "retirada" e até "desaparecimento", para se referir àqueles momentos em que a experiência da presença de Deus é mais necessária do que em qualquer outra circunstância, e ainda assim o que é percebido e sua ausência.

 

O filósofo judeu francês Andre Neher adverte, no entanto, que:

 

“No diálogo entre Deus e os seres humanos, o silêncio é mais do que apenas uma pausa, um hiato sem significado ou conteúdo. O silêncio divino é tão essencial para a compreensão da mensagem revelada quanto uma pausa musical é para a compreensão de uma peça musical. O silêncio não é uma interrupção da palavra: é o contrário, a alternativa, a outra face. "

 

O livro garante que o "silêncio" de Deus durante essas centenas de anos não seja interpretado como ocultação, nem desaparecimento. De fato, ele estava cumprindo ativamente a promessa feita aos patriarcas de Israel de multiplicar seus descendentes "como as estrelas no céu". Assim, o texto, em seus primeiros versos:

"Os filhos de Israel foram frutíferos, tornaram-se muito numerosos, multiplicaram-se e tornaram-se cada vez mais fortes: todo o país estava cheio deles. "

 

A promessa Divina estava por trás do processo de doação de vida durante toda a estadia no Egito.

 

O êxodo é um dos livros teológicos mais ricos de TaNaKh, no sentido de que encontramos aqui uma grande série de textos sobre Deus.

 

As “concepções de Deus”, escreve o teólogo de Harvard Gordon D. Kaufman, "são sempre construídas a partir das metáforas disponíveis na cultura."

 

Portanto, não é que em Êxodo encontramos um descrição definidora de quem é Deus. O que descobrimos são as intenções de Deus para com a humanidade.

 

"A revelação divina da Torá", escreveu o professor de filosofia judeu Norbert Max Samuelson, "é um plano ou programa de comportamento humano cujo objetivo é alcançar a perfeição que, em certo sentido, Deus não pode alcançar sem ajuda humana ".

 

Deus não se deixa ser usado. “Sua presença” e, portanto, poder, dependem da iniciativa e da resposta humana.

De acordo com o estudioso bíblico. Terence E. Fretheim:

 

"O longo período de espera no Egito não se deveu a uma certa imobilidade divina, mas à expectativa de Deus de que a configuração correta dos eventos humanos e naturais estabelecesse um novo nível de atividade. em relação a esta situação ".

 

Levou Israel quatrocentos anos para pedir ajuda. Perceber que eles estavam vivendo em uma "civilização que gastava seu capital excedente para fornecer sepultamento luxuoso e cuidados perpétuos caros para cadáveres da classe alta, enquanto os corpos de escravos eram jogados para os crocodilos ou para uma cova comum".

 

Os atores e detalhes podem ter mudado, mas o enredo subjacente ainda está aqui. O que faz de êxodo um livro  tão relevante hoje como era quando sentiu a necessidade de ser editado.

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È uma das músicas mais cantadas em Chanucá e foi escrita nos anos 60 ela é sempre muito atual até os dias de Hoje.
por Jayme Fucs Bar
" Viemos expulsar a escuridão para iluminar a humanidade na esperança de paz e da coexistência entre povos, culturas e religiões"
"Viemos expulsar a escuridão para iluminar os nossos lares trazendo o amor e compreensão"
"Viemos expulsar a escuridão para iluminar o caminho da esperança e de justiça a todos os desabrigados, e famintos neste mundo"
"Viemos expulsar a escuridão do fanatismo religioso, da xenofobia, do antisemitismo, das guerras e da violência."
"Viemos expulsar a escuridão para iluminar o caminho de uma sociedade mais justa e o direito a todos a educação, a saúde e ao bem estar social "
"Viemos expulsar a escuridão para iluminar os caminhos da paz e o fim do conflito entre Israel e os Palestinos"
"Viemos expulsar a escuridão para iluminar o nosso respeito, a mãe natureza."
"Viemos expulsar a escuridão para iluminar as nossas vidas."
Chanucá Sameach!

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Somos judeus um povo?

Na tradição judaica, Abraão é conhecido como 'Avraham Avinu', o pai do povo judeu.

 

Ultimamente, no entanto, tornou-se uma espécie de moda questionar se os judeus são realmente um povo.

 

Usando uma definição reducionista que equipara "povo" a "etnia", "nação" e "raça", alguns acadêmicos como o emérito professor de história da Universidade de Tel-Aviv, Shlomo Sand, questionaram se os judeus são, de fato, descendentes de Abraão.

 

 A questão, assim estruturada, é significativa por causa de sua conclusão. Como o professor Sand escreveu em seu livro de 2008, A invenção do povo judeu:

 

"Fui acusado de negar a existência do povo judeu e preciso reconhecer que essa afirmação ... não é totalmente infundada."

 

Antes de Moisés, o rei Davi, Theodore Herzl, o TaNaKh diz sobre Abraão:

 

Eu o destaquei, para que ele instrua seus filhos e sua posteridade a seguir o caminho do Senhor, fazendo o que é justo e correto.

 

Enquanto os cientistas sociais procuram marcadores linguísticos, geográficos e biológicos, entre outros, para diagnosticar a existência de um povo, os judeus, de Abraão em diante, determinaram que o que nos torna um povo é o nosso senso de missão. A partir daí, é um senso de história comum compartilhada e um senso de solidariedade coletiva única que sela os laços do povo judeu.

 

Como a pedra angular é ter uma missão, não é tanto o caminho que define o povo de Israel, mas o seu futuro.

 

Martin Buber, um dos fundadores da Universidade Hebraica, escreveu que o espírito de Israel é o ... cumprimento da verdade simples, que o ser humano foi criado para um propósito. Existe um propósito para a criação e um propósito para a raça humana, que não criamos a nós mesmos ou concordamos entre nós; não decidimos que, daqui em diante, isso, aquilo ou outro servirá ao propósito de nossa existência. Não, o propósito em si revelou sua face para nós e nós o contemplamos. "

 

E, em boa medida, acrescentou em outra ocasião, que o importante "não é se sentimos ou não que somos escolhidos ...", mas "que nosso papel na história realmente foi único".

O povo de Israel começa com Abraão, e sua carga e ensino são o que o define.

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"No dia quinze do sétimo mês, ao recolherem o fruto da terra, comemorem uma festa para o Criador por sete dias. O primeiro dia será um dia de descanso, e o oitavo dia, será um dia de descanso… Durante sete dias, habitem em tendas. Cada nativo de Israel deve viver em barracas de palha, Isto é para que as futuras gerações saibam que eu fiz com que os Filhos de Israel vivessem em tendas, quando eu os tirei da terra do Egito. Eu sou Adonai, o seu Deus".
A Torá neste trecho nos apresenta de forma clara a razão de viver durante 7 dias numa sucá , porem a beleza da Torá é que nos deixa muitas perguntas em abertas para pensar e refletir, e uma delas é qual seria o verdadeiro significado dessas cabanas?
Essa pergunta se complica quando logo depois encontramos um termos misterioso na Torá chamado o "Hananei Kavod" (Nuvens de glória).
“Que em sucot eu fiz com que os (Filhos de Israel) vivessem sob Hananei Kavot - Nuvens da glória."
O que Vem a ser essa "Hananei Kavod" Nuvens de Glória?
É comum as interpretações da palavra “sucot” se referindo a simplesmente as cabanas, porem Rashi e Maimondes entenderam essa ideia “sucot” (cabanas) de forma diferente.
Na Opinião de Rashi as "Hananei Kavod" tem um significado espiritual mais profunda da palavra “sucot”, embora de fato Bnei Israel tenham vivido em cabanas , porem a sucá que Deus fez para eles, eram protegida por "Hananei Kavod"
Maimondes explica que o significado literal de sucá (cabana), são Hananei Kavod"! " Um grande escudo de proteção espiritual ao Bnei Israel no deserto."
O Rav Moshe Feinstein nos ajuda mais um pouco ao explicar que a geração de Bnei Israel alcançou um nível espiritual muito elevado durante seus 40 anos no deserto, que esse fato possibilitou o surgimento dos futuros profetas, e que mesmo vivendo em cabanas genuínas eles precisavam dessas "Hananei Kavod" para se elevarem espiritualmente.
Apesar das explicações desses grandes sábios sobre "Hananei Kavod" que rodeava as cabanas de Bnei Israel no deserto durante sua difícil e árdua caminhada em direção a terra prometida é ainda um grande mistério!
Sucot é uma festa que se comemora, na prática, não se necessita fazer grandes rezas, e sim praticar a construção de sua própria sucá familiar ou comunitária.
A sucá deverá ser erguida ao ar livre é constituído de folhagem, onde possamos ver o céu as nuvens e as estrelas, ela devera ser construída pelo trabalho conjunto do grupo, da família ou da comunidade.
O ato da prática de construirmos juntos a sucá e realizar nossas refeições e se possível dormir dentro dela, nos faz lembrar a cada ano a fragilidade dos bens materiais , e a necessidade de uma vida mais modesta, menos individualista, menos consumista e competitiva.
Hananei Kavod" foi o escudo protetor dos Bnei Israel nos seus 40 anos no deserto, foi essa experiência espiritual coletiva que determinou a mudança de sua realidade como seres humanos livres e não mais com escravos no Egito.
Sucot também nos lembra que neste mundo ainda existe milhões de pessoas que vivem em casas frágeis desprotegidas vagando sem uma terra prometida no deserto da pobreza.
O Talmude nos conta que o mandamento da sucá, "Taassé veló min Heassui " O que quer dizer, em hebraico: faça você mesmo as coisas e não espere que os outros as façam por você!
Ou melhor, não fique de lado olhando as coisas acontecerem e assuma responsabilidades para poder mudar a realidade de nossas vidas!
Sucot é a Festa do judaísmo pratico, que não se concretizada com pensamentos e palavras, mas sim em atos, onde na construção física material da Sucá com nossas próprias mãos, nos humanizamos e nos elevamos espiritualmente para alcançar as Nuvens de Glória " Hananei Kavod".
Chag Sameach!

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O significado oculto do Yom Kipur - Jayme Fucs Bar

No período do primeiro e segundo templos, o Yom Kipur tinha um conteúdo único, bem diferente do atual. Era uma cerimónia longa e mística, com detalhes impressionantes, realizada pelo Cohen Hagadol (sumo sacerdote). O foco central do ritual era o Kipur, que literalmente significa “ato de arrependimento pelo pecado”. Que pecado seria esse?
O pecado do Bezerro de Ouro.
Com certeza, esse foi um episódio de grande impacto para os nossos antepassados. Moshê subiu o monte para receber as tábuas com as leis, e o povo, impaciente com a demora de seu regresso, começou a adorar o Bezerro de Ouro.
A tragédia aumenta quando Chur, filho de Míriam, irmã de Moshe, decide enfrentar sozinho essa delicada situação. Chur, corajoso, se pôs de pé num lugar de onde todos pudessem escutá-lo e bradou: "Será essa a gratidão por todos os milagres que D'us realizou para nós?”. E exclamou: “Parem! Moshê voltará. E mesmo que não volte, não lhes está permitido fazer imagens. Custe o que custar não os deixarei fazê-las!".
Chur pagou com a vida, foi assassinado.
O pecado da adoração do Bezerro de Ouro e o assassinato de Chur, o Justo, passaram a integrar o DNA do povo de Israel. Dois episódios que jamais poderão ser esquecidos.
Nesse cenário dramático de traição e morte, foi criado o Yom Kipur.
É importate colocar os tempos bíblicos em perspectiva se quisermos compreender as nossas atuais tradições. No período do primeiro e segundo templos, o Cohen Hagadol vinha a público confessar os seus pecados e os de sua família e fazia uma drasha (um sermão), no qual ele lembrava o povo de Israel do pecado do Bezerro de Ouro.
A cerimônia incluía uma limpeza geral do templo. O povo não desempenhava qualquer papel especial nessa cerimônia de Yom Kipur, a não ser a obrigação de estar presente e jejuar durante todo o dia, como forma de ratificar sua fidelidade ao D´us Único.
De acordo com a Mishná, o povo de Israel chegava ao templo antes do nascer do sol e era obrigado a tomar um banho ritual para se purificar e poder participar como ouvinte desse momento sagrado. Somente em Yom Kipur, o Cohen Hagadol podia entrar no templo (o Sagrado do Sagrado). Antes, porém, ele tomava um banho ritual e vestia uma roupa branca, diferente da colorida e adornada com pedras de uso diário. Para entrar no templo, ele era amarrado por uma corda. Acreditava-se que a energia que emanava da Arca da Aliança era tão forte que talvez o Cohen Hagadol não regressasse. Ele primeiramente acendia incenso e, depois entrava no Sagrado do Sagrado.
Esse era o momento máximo do Yom Kipur. Pode-se dizer que era uma experiência mística de perigo. E de grande impacto. Todo o povo de Israel observava em silêncio solene, apreensivo, na expectativa de ver o Cohen Hagadol sair com vida do Sagrado do Sagrado. Sua saída significava que o Todo Poderoso havia aceitado o arrependimento pelos pecados e danos.
A Mishná cita a saída do Cohen Hagadol do Sagrado do Sagrado como "uma bênção para todo o povo de Israel", um sinal de que os pecados do povo haviam sido expiados e perdoados.
Após a destruição do segundo templo e com o fim da autonomia judaica na terra de Israel, o trabalho do sumo sacerdote deixou de existir. Para sobreviver, o judaísmo precisou recriar cerimônias e cultos que substituíssem as cerimônias e os sacrifícios do templo. Tudo o que conhecemos hoje em dia do judaísmo foi recriado pelos nossos sábios .
O jejum de Yom Kipur foi um imperativo especial que manteve sua originalidade desde os tempos bíblicos. Nessa data, a atenção é transferida das necessidades físicas para a contemplação do eu interior e a transformação desse dia em “reshbon nesfesh” (ou seja, prestar conta com sua alma). A combinação de jejum e oração, que marca a data, aparece na Bíblia como as duas ações para eliminar amarguras.
Muitos dos historiadores acreditam que o antigo Kol Nidrei foi criado pelo rabino Yitzchak de Tirana. Essa oração tem origem na Babilônia, e deve ter sido escrita em aramaico, a língua comum daquela região.
Na Ibéria, entre os séculos V e VI, vamos ter a versão mais próxima da que adotamos hoje. Isso aconteceu no período do rei Ricardo, que decretou o fim do judaísmo em seu reino .
Muitos judeus tiveram que renegar sua fé, ficaram entre a cruz e a fogueira. Foi daí que surgiram os criptojudeus. Eles mantiveram em segredo a sua identidade judaica e adotaram o Kol Nidrei.
Esses criptojudeus se reuniam secretamente e faziam a oração do Kol Nidrei (todos os votos) em nome dos judeus forçados a abandonar sua fé, e então declaravam nulos todos os juramentos que haviam sido impostos a eles.
Essa foi a tradição dos judeus de Espanha e Portugal que se espalhou mundo afora com a fuga de muitos judeus da Península Ibérica. Essa passará a ser uma oração especial que fazemos até hoje em Yom Kipur .
Outra oração que foi criada, Avinu Malkeinu,( Pai Nosso Rei Do Universo) também teve origem no Talmude babilônico. Muitos a atribuem a rabino Akiva. Na verdade, trata-se de um grito de suplício. E, todos os anos, ela é dita também como forma de pedir perdão por nós, por nossa família e pela humanidade.
Quem quiser, pode criar o seu Avinu Malkeinu em Yom Kipur. Compartilho o meu aqui com vocês:
Avinu Malkeinu, ilumine os meus caminhos, me conceda saúde, paz e realizações também para meus filhos e netos.
Avinu Malkeinu, envie sabedoria e inspiração para curar a falta de espiritualidade, benevolência e compaixão da humanidade.
Avinu Malkeinu, abençoe todos aqueles que lutam pela vida e desejam o fim das guerras e da violência.
Avinu Malkeinu, receba e ouça as nossas orações pela paz de Israel e de todos os povos.
Avinu Malkeinu, ilumine os caminhos para que possamos construir uma vida melhor para todos, com direito a educação, saúde e bem-estar social.
Avinu Malkeinu, assinamos o livro da vida para toda a humanidade.

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CHEGOU ROSH HASHANÁH - 5780.

11419599056?profile=originalJá estamos vivenciando ROSH HASHANÁH, um solene instante para o Judaismo e para todos que são Monoteistas, aqueles que acreditam que D-us é UM. Um portal Cósmico relacionado com a formação do primeiro homem, Adam Harishon, e inicio de uma Nova Era, 5780 da Criação.

Para nós Cabalistas um instante necessário para uma reflexão sobre os nossos atos, e inicio de Shelichot, orações pedindo ao Criador, que se anulem nossas promessas não cumpridas,e que ao chegar YOM KIPUR, tenhamos nossas faltas perdoadas e os nossos nomes escritos no livro da vida, e assim tenhamos um ano novo Bom e Doce: SHANÁH TOVÁH UMETUCHÁ.
Moréh Altamiro Paiva (Avraham Bar-Zohar.

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Através de uma série de metáforas, a liturgia de Rosh Hashana levanta e responde a perguntas sobre nosso lugar e nosso papel no mundo. Se alguém quiser procurar o que o judaísmo tem a dizer sobre o que significa ser um ser humano, não há lugar melhor do que o livro de orações de Rosh Hashana e Yom Kipur, o "Mahzor".

Em um dos momentos mais dramáticos do culto matinal de Rosh Hashana - o som do shofar, por exemplo, é seguido por uma oração com uma declaração especial. Começando com as palavras "Hayom Harat Olam", a sentença sugere que o começo do mundo não deve ser entendido como um ato de criação isolada, mas sim comparado ao processo dar à luz, com a concepção.

Ao declarar que "hoje [em Rosh Hashana], a gestação do mundo começou" (em vez de dizer "hoje o mundo foi criado"), a vida não é entendida como um evento passado, mas como um processo contínuo do qual fazemos parte.

Assim, pensando no começo do mundo, o judaísmo não procura descrever um evento, mas responder a perguntas críticas sobre nós mesmos. Por que nascemos sem conhecimento ou entendimento? Por que temos que passar por um processo de "maturação"? Já nos "graduamos"? Por que as carências assolam as nossas vidas? Como gerenciar o tempo limitado que temos para superá-las?

Os sábios de Israel geralmente enfatizam que tudo o que é criado é incompleto, inacabado, imperfeito. A experiência e, portanto, a sabedoria acumulada do judaísmo, é que a vida humana é um processo dotado de enorme potencial para contínuo crescimento espiritual e psicológico.

Em suma, Rosh Hashana não celebra a criação passada, mas o potencial que permite que os seres humanos levantem seus olhos, sonhos e expectativas.

O que a festa nos pede para explorar é o que pode nascer de novo, que barreiras físicas, emocionais, intelectuais e espirituais nos impedem de continuar a aprender e entender, a fim de que o processo iniciado no nascimento continue.

A festa nos convida a meditar sobre como novas possibilidades nascem à partir de oportunidades e esperanças do que podemos ser. É um dia em que temos que nos concentrar em sonhos e expectativas.

Rosh Hashana nos lembra que, embora sejamos judeus, também somos membros da comunidade global, com a missão de envolver o mundo como emissários de mudanças e justiça social, contribuindo para o bem-estar do mundo a que pertencemos.

A vida pode ser um desenvolvimento contínuo, um progresso, um desenvolvimento de crescimento moral, espiritual e intelectual, ou pode atingir um estágio de desenvolvimento interrompido, tornando-a sem rumo; Rosh Hashana nos diz que temos a escolha e que essa escolha nos pertence.

Esta é uma oração de Rosh Hashana em um linguagem que pode ser mais relevante para o nosso pensamento no século XXI, apesar de dizer o que os judeus vêm dizendo há milhares de anos:

"Que o ano novo seja uma oportunidade para melhorarmos a qualidade de nossas vidas, enriquecermos seu conteúdo e aprofundarmos seu significado.

 

Que a consciência de nossa existência nos ajude a manter nossas mentes vivas, abertas a novas idéias, alimentando dúvidas estimulantes, reexaminando até opiniões bem estabelecidas, alimentando uma curiosidade aguçada e nos esforçando para expandir nossa reserva de conhecimento.

 

Que Ele nos ajude a manter nossos corações vivos, a ter maior compaixão, a ser receptivo a novas amizades, a manter um entusiasmo feliz.

 

Sejamos mais sensíveis às necessidades dos outros, menos vulneráveis ​​à ganância que nos consome, mais atentos ao desejo de fraternidade.

 

Que nos ajude a manter nosso espírito vivo. Que possamos encarar o futuro com confiança, sabendo que cada época tem suas próprias alegrias e satisfações, que cada período de nossa vida é uma glória em si mesma.

Se Rosh Hashana envia uma mensagem feliz, é porque o passado e o presente nunca excluem o futuro. Embora o futuro não seja completamente aberto, ele permanece aberto e requer nosso esforço constante, nossa imaginação e nosso desejo de continuar crescendo.

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ESTUDANDO A BIBLIA MISTICA
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Ki Tetsê começa considerando o caso de uma mulher quando capturada por um soldado judeu durante uma batalha. Pelo resto da Porção, a Torá continua com uma lista de mitsvot. Comenta os direitos especiais de herança do primogênito, o caso do filho teimoso, e a importância de respeitar-se a propriedade de outras pessoas, e o cuidado de se de enxotar a ave mãe do ninho antes de apanhar os filhotes, e que não se deve vestir shatnez, mescla de lã e linho na mesma peça de roupa.
Outras situações são abordadas como: a difamação das mulheres, o adultério é proibido, a ordem no acampamento é arguida para que haja santificação. Há considerações também ao divórcio, discute o sequestro, o pagamento justo do trabalhador e o conceito de responsabilidade das ações dos indivíduos.
Nesta porção a Torá faz uma consideração muito especial ao órfão, a viúva, a questão do levirato e evoca a honestidade nos negócios com uma Mitsvá. Conclui portanto a porção exortando ao povo de Yisrael a se recordarem das atrocidades cometidas pela nação de Amalek contra o nosso povo após o Exodo. Numa abordagem moderna ao nosso mau instinto
O que a Parashá está nos revelando? Primeiro a importância de que existem Mitsvot, e que elas devem ser obedecidas. Segundo, quando cumprimos as Mitsvot, estamos obedecendo ao Criador, ou seja, estamos conectados Nele. Quando elegemos intermediários entre nós e o Eterno, além de praticarmos idolatria, estamos desconectados Dele.
Moré Altamiro de Paiva (Avraham Bar-Zohar)

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Era um dia claro e tranquilo na região de Tras – os - Montes antiga rua da Judiaria em Miranda do Douro com suas lindas casas bem decoradas, com suas flores em suas janelas, onde ainda mostrava a beleza e a riqueza que era essa rua que viveram os Judeus no passado.
Com a Inquisição já não havia nas rua Judeus, que podiam praticar suas crenças , não existia mais as sinagogas e seus centros de estudo, tudo agora era uma rua nova, a rua da Costanilha.
Nessa rua viviam em 1544 centenas de cristão novos, como parte de sua obrigações frenquentavam as Igrejas e seus cultos,mais em segredo muitos ainda guardavam suas praticas judaica.
Era um período de medo de insegurança de muitas denúncias, que poderia vir de qualquer lugar , até mesmo dentro de sua própia família,e as consequências eram sempre trágicas e terríveis para todos.
Nesse linda primavera de 1544 , chegou a Miranda do Douro o inquisitor o temível Franscisco Gil , que convidou toda a comunidade a vir a fazer parte de uma Missa "muito importante" na Igreja local , e mesmo com muita desconfiança as pessoas se apresentaram, e assim que todos de Miranda do Douro estavam presentes , o Inquisitor Franscisco Gil mandou fechar as Portas e disse:
" Sei que existe nessa cidade praticas judaica, aqueles que querem o perdão e salvar suas almas que se apresentem agora "
A Igreja da Sé de Miranda do Douro, que deveria se chamar "a Igreja das Portas Fechadas ",o terror era presente nas faces das pessoas, onde poderia se ouvir o soluçar do medo e as lagrimas que corriam como sangue nos olhos dos desesperados, que sabiam qual seria as consequências desse terrível encontro.
Pouco a pouco as pessoas se dirigiam a frente ao inquisitor e se joelhavam como forma de humilhação coletiva beijava suas mãos e pedia clemência " pelos seus erros".
Essas pessoas eram levadas e interrogadas e ganhavam sua liberdade denunciando aqueles que não se apresentaram, e assim em 4 de abril de 1544 Branca Gonçalves foi denunciada por seu marido e levada para escuridões das masmorras da inquisição na cidade de Évora.
Na acusação de Branca Gonçalves está escrito que ela mantinha praticas judaica de " jejuar e guardar as datas de Yom Kipur, de ter um livro na qual rezava e honrava as leis de Moises".
Branca Golçalves mesmo sobre torturas jamais denunciou ninguém de sua família ou de sua comunidade e isso irritou muito as autoridades do auto da fé, onde ficou 5 anos presa,e os seus inquisitores tentaram de tudo para que ela fizesse uma declaração publica na qual teria que abjurar de suas praticas judaica e pedir perdão aos seus erros e beijar o evangélico.
Branca Gonçalves era uma mulher de uma coragem exemplar e sempre que se apresentava frente a seus inquisitores se recusava abrir mão de sua fé .
Em uma de suas audiências em publico ela declarou:
" Eu Branca Gonçalves, não tenho nada que confessar e nem pedir nenhuma misericórdia tudo que está escrito sobre mim é verdade sou do povo judeu e acredito somente nas leis de Moises." E para finalizar disse " Se é para morrer que me matem se é para me queimar viva que me queimem "
Em 12 de abril de 1549 Branca Gonçalves para salvar seu irmão Manuel Gonçalves preso e torturado colocou a mão no evangélico e pediu perdão de seus atos, parece que tinha um plano bem armado junto com seu irmão, pois logo que consequiram sua liberdade sob condição de penitências, os dois sumiram de Portugal alguns dizem que consequiram chegar até o império Otomano e depois a Sfat.
Nos segredos ainda guardados entre os Bnei Anussim ( Cristão novos) de de Tras - os – Montes, Branca Gonçalves era a encarnação viva de Ruth
"Esse é meu Povo Esse é meus Deus"
Fontes ANTT Inquisição de Évora pag. 8905 de Branca Gonçalves

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SHABAT - DEVARIM

Hoje ao pôr do sol, entramos no dia mais negativo do ano, 9 de Av. Sendo o Shabat um dia positivo. Os Judeus jejuam no domingo, e os Justos das Nações, observam como uma fenda cósmica com fatos que ocorreram, especialmente a destruição dos 1° e 2° Templos, em Jerusalém.

No entanto, neste dia existe o potencial de uma grande Luz a ser revelada, como a chegada de Mashiach, do Messias. Em especial, não entre em conflitos e medite para a paz mundial. A paz começa dentro de nós.

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11419602890?profile=originalUm plano articulado por Midianitas e o povo de Moav estava sendo levado a cabo contra Moshê, depois dos acontecidos com Balak. Agora uma grande orgia estava sendo perpetrada para fazer o grande libertador de Yisrael desconectar-se do seu Criador, e assim certamente cair em desgraça e trazer a maldição sobre todo o povo, que rumava para Kenaan, em busca do cumprimento da promessa.

 

Na cena grotesca destaca-se em plena orgia Zimri príncipe dos Simionitas e Cozbi a Midianita filha de Tsur. Era a desmoralização de todo o povo, que muitos fizeram acompanhar em cenas de adultério a céu aberto, sob os olhares de Moshê que parecia impotente, surgindo na cena PINCHAS, filho de Eleazar, neto de Aharon, que busca ao líder Hebreu sobre o acontecido tomando conhecimento que a pena para tudo aquilo seria a morte.

 

Tomando de uma lança Pinchas, mata o casal adultero, estancando a mortandade de 24 mil homens que tombaram pela desobediência. Pinchas recebeu a bênção de Hashem, e tornou-se um dos sacerdotes escolhidos pelo Eterno e símbolo da cura nesta Parashá. Aproveitemos este Shabat de Pinchas para proceder as nossas devidas correções, voltando-se em direção da luz circundante, e atingindo assim a espiritualidade plena, a Tsion, Shalom!

 

Moréh.  Avraham Bar-Zohar (Altamiro Paiva)

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SHABAT - CHUCAT – O PODER DO OLHAR!

11419601098?profile=originalZOHAR VOL. 18

TORÁ: (Números 21:9)

וַיַּעַשׂ מֹשֶׁה נְחַשׁ נְחֹשֶׁת, וַיְשִׂמֵהוּ עַל - הַנֵּס; וְהָיָה, אִם - נָשַׁךְ הַנָּחָשׁ אֶת - אִישׁ - וְהִבִּיט אֶל - נְחַשׁ הַנְּחֹשֶׁת, וָחָי.
“E Moisés fez uma serpente de bronze, e a pôs sobre um poste; e aconteceu que, se uma serpente mordia um homem no acampamento, quando ele olhava para a serpente de bronze, vivia”.
Com isso, aprendemos que os nossos olhos são ferramentas poderosas que podem atrair energia específica e pode afetar o nosso ser físico, e olhar para aquela serpente, não era um ato de idolatria. No deserto, tudo o que se precisava era de olhar para a serpente de cobre para ser curado, a luz era refletida da serpente de cobre e geravam ondas cerebrais que ativavam uma força de cura.
HaShem nos deu a sua Torá como Luz para nós olharmos para ela. Escanear o texto sagrado da Torá e Zohar cura e purifica nossas almas. Evite olhar para as coisas negativas, como acidentes, atos de violência, conflitos e cenas de violências se não puder ajudar, etc. A pureza dos olhos traz pureza para a alma.
Adaptação ao Texto de Zion Nefesh
Tradução livre Moréh Avraham Bar-Zohar, (Altamiro Paiva).

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11419600653?profile=originalComo o tempo passa rápido, tudo parece ocorrer num piscar de olhos. Trabalho, casamento, filhos já casados, novo estilo de vida, traços de que estamos envelhecendo. É a jornada da existência cumprindo seu desiderato parecendo que tudo está a fenecer, o entardecer da existência.

Uma coisa apenas nos comove, só temos aquilo que o Criador nos concedeu. Prá que mais? Se o livro estará se encerrando? Pulsa, igualmente, ainda na nossa existência que há um esforço para melhorar e viver, relacionando-se com o Próximo e com o Criador. Quando somos gratos por tudo, o Universo conspira ao nosso favor. Chegou o Shabat, Shabat Shalom!.

Moréh Avraham Bar-Zohar (Altamiro Paiva)

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