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O Google anunciou nesta segunda-feira que após 24 séculos os Manuscritos do Mar Morto já estão liberados para consulta pública na internet. Escritos entre os séculos III e I, os Manuscritos incluem o texto bíblico mais antigo de que se tem notícia.

 

O projeto abre para acesso global e gratuito aos cinco pergaminhos digitalizados dos manuscritos de 2.000 anos – considerados uma das maiores descobertas arqueológicas do século passado – ao colocar na rede imagens de alta resolução que são cópias exatas dos originais. Segundo o comunicado do Google, as fotografias têm resolução altíssima de 1.200 megapixels (200 vezes a resolução de uma câmera comum), permitindo que o usuário visualize todos os detalhes dos documentos.

Os manuscritos estão disponíveis nas línguas originais – hebraico, aramaico e grego – e, inicialmente, em tradução para o inglês apenas do manuscrito principal, atribuído a Isaias. A empresa prevê a tradução para o espanhol e outros idiomas. Também é possível realizar buscas no texto (no site do manuscrito ou via Google) e deixar comentários ao ler os manuscritos.

No ano 68 a.C. os textos foram escondidos em 11 cavernas às margens do Mar Morto para serem protegidos durante a invasão do exercito romano. Esses documentos não foram descobertos novamente até o ano de 1947, quando um pastor beduíno jogou uma pedra em uma caverna e percebeu que havia algo lá dentro.

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Veja também:
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Janelas para o passado

Desde 1965, os Manuscritos são mantidos no escuro, em salas climatizadas do Museu de Israel, em Jerusalém, onde somente quatro funcionários especialmente treinados têm autorização para manusear os pergaminhos e papiros. O museu possui oito dos manuscritos, que estão divididos em 30 mil fragmentos, mas ainda existem outros em poder da Autoridade de Antiguidades de Israel e colecionadores particulares.

Especialistas queixavam-se há tempos de que apenas um pequeno número de estudiosos tinham acesso, a cada momento, aos manuscritos. Cada pesquisador recebia três horas de acesso, e apenas ao fragmento específico que pediu para ver. / estadão.com.br com AP e Efe

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SHANÁ TOVÁ DO PARANÁ A TODOS!!!

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O NÚCLEO DO JH DO PARANÁ DESEJA A TODOS DO JH BRASIL.

 

  Que o novo Ciclo de 5772 seja repleto de Realizações

 para o JUDAÍSMO HUMANISTA do Brasil e do mundo e que Seja Doce e Maravilhoso .

 

Judeus Humanistas do Paraná.

 

 

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O homem foi criado (Gênesis 1-27) e formado (Gênesis 2-7) pelo senhor nosso D’us, bendito seja. O ser humano é pois uma criatura especial, único ser que quando adequadamente preparado e em níveis especiais de consciência (estado alfa) pode observar e navegar (explorar astralmente) por 3 dos 4 mundos (planos de consciência) criados: 4. Mundo da Matéria – Olam HhaAssiá; 3. Mundo da Formação – Olam Haletizirá; 2. Mundo da Criação – Olam HaBriá; e, 1. Mundo da Emanação – Olam HaAtzilut. Mundo da Matéria É o plano da Ação ou Reprodução (Olam HhaAssiá), a ‘casa’ do nosso corpo (Nephesh) com o princípio vital, onde a criação atinge o seu maior grau de materialidade. E mesmo assim, em nosso atual nível de evolução, o que a maioria de nós percebemos hoje com os olhos corporais é somente a esfera inferior e mais densa da matéria, onde o ego humano ainda impera. E é este império do ego a causa principal das injustiças, egoísmos, orgulhos, preconceitos e tantos outros desequilíbros que têm acorrentado a evolução da sociedade humana neste planeta. No entanto, esta incapacidade de percebermos esferas mais evoluídas (menos densas), inclusive em nosso próprio mundo material no qual vivemos, é temporária e varia de um ser humano para outro. É uma questão de evolução pessoal. Atualmente os seres humanos encontram-se em estágios de vibrações dimensionais entre 3,05 à 3.72 – e aumentando de forma lenta, mas progressiva. Espera-se para a partir de 2012, acelerações nos níveis dessas vibrações dimensionais jamais vistas em todo a história humana. Como filhos e filhas, e parte da criação dos mundos, cada um de nós – ao seu próprio tempo – evoluirá, atingirá e habitará outros planos de consciência. Há as exceções para as massas de energia negativa, os demônios, os anjos caídos e as entidades do mal, que seguem a um falso poder. Ler matérias Do outro lado da luz e Liberdade aos Cativos. Mundo da Formação É o plano, a ‘casa’ da nossa alma (Ruach), sede da vontade (a personalidade e ego humanos). Pensamentos, emoções e/ou atos visando sexo só para prazer pessoal, conquistas, poderes materiais para usufrutos, etc., são impulsos da alma. Esses impulsos são emitidos conforme formações – educacional, cultural, ética e moral – pessoal. A alma é como se fosse uma camada intermediária entre o corpo e o espírito. Flutua entre a atividade e a passividade, entre a inferioridade do corpo e a superioridade do espírito, no que desrespeito ao grau de interação entre os mundos criados. Mundo da Criação É o plano, a ‘casa’ do nosso espírito (Neshamah), a centelha divina. É no corpo (linguagem ilustrativa) etérico do espírito que estão fixados as 144 (144/9) chakras (centros de recepção, transmutação e transmissão de luz/energia). As maiores e principais (para o plano material) são: chakra da Coroa, da 3° Visão, da Garganta, do Coração, do Plexus Solar, da Alma e a da Base da Espinha. O espírito é um ser imortal, puramente interior. Sua atividade dominante é a receptividade e é imune a sensibilidade passiva do plano material. Vive sua própria vida e vive só para o geral e para o mundo espiritual. Dispõe de si mesmo e manifesta-se por e para fora do corpo em ações livres e voluntárias, normalmente quando o corpo está em repouso (meditando, dormindo). Mundo da Emanação É o plano Divino, sede das 10 saphiroths, casa (sentido ilustrativo, pois não há palavras para descrever O Único, O Tudo…) de D’us e conseqüentemente do nosso próprio espírito, já que o mesmo é uma partícula do próprio Criador. É para Esta ‘Casa’ que nosso espírito retornará após longa jornada, muito embora para muitos espíritos esta jornada será muitíssimo longa, quase eterna. Este plano é impossível de ser descrito e o único vedado ao ser humano como conhecemos, pois é tão puro, justo e perfeito que absolutamente nada de impuro e imperfeito pode se aproximar. O tetragramaton é uma formula cabalista do poderoso e impronunciável nome de D’us, louvado seja. Compreendê-la e aplicá-la é ter acesso a umas das principais chaves da criação. Interação dos três mundos acessíveis ao ser humano Apesar de distintos, esses 3 mundos interpenetram-se uns nos outros, interagindo-se constantemente, numa simbiose tão maravilhosa e perfeita que leva a muitas interpretações equivocadas (exemplo: alguns afirmam que as chakras estão fixadas no corpo físico e não no espiritual!). Essa exata interação pode ser expressa pelo espectro solar que, apesar de possuir várias cores, funde-se uma nas outras ao ponto de não se distinguir exatamente. Por isto o ser humano é um ser trino, composto de 3 esferas de energia com vibrações distintas, mas ao mesmo tempo una. Cada uma dessas esferas possui 3 subdivisões analógicas “que provém da localização e dos reflexos dos respectivos princípios. Desta forma, destinguimos no ser humano 9 elementos; ou seja, 3 partes principais com 3 graus cada uma”: Corpo (Nephesh): a) O concreto no concreto; b) o particular no concreto; e, c) o geral no particular; Alma (Ruach): a) o concreto no particular; b) o particular no particular; e, c) o geral no particular; e, Espírito (Neshamah): a) o concreto no geral; b) o particular no geral; e c) o geral no geral. O corpo Além do corpo físico propriamente dito, “também é corpo fluídico (perispírito dos espiritas). Sua atividade ideal é quase nula. A sensibilidade passiva para o mundo material é sua marca”. Recebe impulsos da alma e do espírito, com quem age e interage via atividade cerebral (pensamentos, emoções e ações mentais – boas ou más). A alma Interage constantemente com corpo e o espírito em 3 níveis: 1. A alma é excitada pelo corpo (que lhe é inferior) e sobre este age dando-lhe impulses para pensamentos, emoções ou ações (boas ou más) específicas, dependendo da vibração mental (pensamentos conscientes e/ou inconscientes), daquele determinado ser humano. Daí o porque da grande necessidade de controlarmos nossos impulses e ações, de sermos simples, humildes, gentis e tolerantes, de perdoarmos todas as ofensas que recebermos. 2. A alma recebe influências da matéria (conforme sua natureza coletiva – se boa ou má, se positiva ou negativa) e sobre este também influência. Daí a razão de influenciarmos positivamente a comunidade em que vivemos, não só com bons pensamentos, mas com ações e obras que proporcionem satisfações e felicidades para outras pessoas. 3. A alma é estimulada pelo espírito (que lhe é superior) a progredir, desenvolver-se, elevar-se espiritualmente. Nestes momentos, comunica ao espírito suas experiências individuais. Daí a razão de praticarmos a religião da consciência de cada um, de crer acima de tudo em D’us, de orarmos, de nos humilhar perante Aquele que foi, que É e que sempre Será. A alma recebe sensações (vibrações de energia) do plano material, impulsionando essas sensações, intuições para realizações (boas ou más). Como o espírito a alma dispõe de si mesmo e manifesta-se por e para fora do corpo em ações livres e voluntárias. O espírito “O corpo e a alma são imagens exterior do espírito. O que há de quantitativo no corpo e qualitativo na alma vêm do espírito, que é puramente interior e ideal”. Portanto, se todos nós, apesar de todas as batalhas que temos que travar diariamente para vivermos, nos prepararmos psicologicamente para o dia que vamos ao Templo da nossa crença, com certeza estaremos em sintonia com as energias revigoradoras do nosso espírito, com canais abertos para recebermos energias do próprio Criador. Além das relações com a divindade o espírito está em constante relação com a alma e o corpo, em que se reflete e para os quais constantemente (nem sempre os canais de recepção estão adequadamente alinhados, em virtude das obrigações diárias de todos e/ou pensamentos, emoções e ações comandadas pelo ego) passa impulsos (vibrações de energia) de elevados princípios espirituais. Dai a grande importância de freqüentarmos o templo (sinagoga, igreja…) da nossa crença, onde ao mesmo tempo muitos elevam (concentração de energia) seus pensamentos (colocando muitos em alfa – intensidades variáveis), alinhando nossos canais de recepção e nos possibilitando um contato com o Divino via nossos próprios espíritos. Evolução do ser humano Portanto, o grande segredo da evolução humana é que o corpo físico, via atividade cerebral consciente, pode (e deve) influenciar as estruturas do seu próprio ser, emitindo impulses (pensamentos ritmados) para a alma que, por sua vez retransmitirá ao espírito que, confirmando a autenticidade e pureza (sinceridade) desses impulsos, nos abrirá canal direto com a própria divindade… É exatamente isto que ocorre em cultos religiosos quando os presentes estão com seus corações puros, com fé e boas intenções, e seus dirigentes esquecem momentaneamente seus dogmas terrenos.
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Estado Palestino e Processo de Paz

 

Política externa de Israel é autodestrutiva

por Moisés Storch, publicado no Terra Magazine
 

O pedido de adesão dos palestinos à ONU é mais que legítimo. Já em 1947, a ONU sancionou a partilha da Palestina entre um Estado Judeu e um Estado Árabe. A mesma resolução internacional que legitimou a criação do Estado de Israel, legitima igualmente a construção de um Estado Palestino.

À época daquela decisão da ONU, palestinos e países árabes, em bloco, recusaram a partilha. Por muito tempo pregaram o boicote e a destruição de Israel. Em meados dos anos 70, esta rejeição começou a se dissolver, o que levou à assinatura de acordos de paz de Israel com Egito e Jordânia. O reconhecimento mútuo da OLP e Israel, em 1993, criou condições para uma partilha negociada e a coexistência de dois Estados - Israel e Palestina.

A Liga Árabe aprovou uma proposta, em março de 2002, onde todos seus membros estabeleceriam relações pacíficas com o país, sob a condição de Israel recuar de todos os territórios ocupados em 1967. Jerusalém Oriental seria a capital do Estado Palestino e o problema dos refugiados palestinos teria uma solução acordada com Israel conforme a Resolução 194 da ONU (a redação deste aspecto é um tanto dúbia, mas poderia ser esclarecida logo no início das eventuais conversações).

O governo Sharon simplesmente ignorou a proposta (que vige até hoje), assim como a Iniciativa de Genebra (www.pazagora.org/genebra), onde personalidades israelenses e palestinas chegaram a um acordo não-oficial que oferecia soluções de compromisso para cada tema crítico do conflito.

O atual presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, antes de suceder Yasser Arafat, já condenava publicamente os ataques terroristas palestinos (posição rara àquele tempo). A principal plataforma na sua eleição, que sempre honrou, é a busca da solução de dois Estados, mediante negociações com Israel. Vários de seus ministros participaram ativamente da Iniciativa de Genebra.

Abbas, certamente, é o melhor interlocutor potencial para se chegar a um acordo de paz. Mas praticamente não encontrou eco nas autoridades israelenses. E jamais houve governo tão averso ao diálogo quanto o atual.

Hoje, com a longa estagnação do processo de paz, o pedido de admissão na ONU é uma cartada arriscada, mas talvez não haja outra forma de assegurar a calma na Cisjordânia, face ao contínuo avanço dos assentamentos judeus sobre terras palestinas.

O clima crescente de frustração dos palestinos, que apostaram na promessa de Abbas construir um Estado, pode hoje resultar numa "primavera" árabe-palestina que ameace o governo da Fatah (partido de Abbas) e fortaleça o Hamas e outros grupos extremistas que pregam a destruição de Israel. Se Abbas cair, é muito grande a probabilidade de uma nova Intifada.

A ida à ONU talvez seja o último recurso pacífico, neste momento, para o reinício das negociações e a construção efetiva do Estado árabe-palestino, dada a obstinação do governo Netanyahu em boicotar o processo de paz e prosseguir na política suicida de ocupação da Cisjordânia.

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É vital que Israel adote atitudes imediatas e decisivas para catalizar positivamente este momento delicado e histórico. Caso não haja o atendimento mínimo dos legítimos anseios do povo palestino, a violência explodirá.

A política externa de Israel, conduzida pelo ultra-direitista Avigdor Lieberman, tem sido absurdamente autodestrutiva. Israel, cada vez mais isolado acaba de perder seus principais aliados no Oriente Médio, Egito e Turquia. Se as relações exteriores do país continuarem seguindo este modelo, a perspectiva será desastrosa.

As centenas de milhares de israelenses, que têm ido às ruas protestar contra o governo Netanyahu/Lieberman, começam a correlacionar seu empobrecimento com os enormes investimentos de dinheiro público canalizados para os assentamentos na Cisjordânia ocupada.

A ocupação está destruindo Israel e o processo de paz.


Moisés Storch é coordenador dos Amigos Brasileiros do PAZ AGORA - www.pazagora.org  

 

Opiniões expressas aqui são de exclusiva responsabilidade do autor e não necessariamente estão de acordo com os parâmetros editoriais de Terra Magazine.

 

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Con optimismo, el próximo Año Nuevo augurará la concreción de nuestras aspiraciones por la paz, mayor seguridad y crecimiento económico, mientras continuamos esforzándonos por salvaguardar el futuro del Pueblo Judío y fortalecer los lazos entre Israel y nuestros hermanos judíos en la Diáspora. Cambios drásticos se extendieron por nuestra región durante el último año, cambiando - para siempre- el rostro de Medio Oriente. Fueron generados por una joven generación que luchó, con valor, para liberarse de las ataduras de los regímenes opresivos que los gobernaban, poniendo sus vidas en peligro mientras exigían, con firmeza, sus derechos básicos a la libertad, democracia, dignidad y trabajo. Hasta que pase la tormenta, resulta difícil pronosticar qué nos espera en el futuro pero, junto con los riesgos, el año entrante podría ofrecer estupendas oportunidades y posibilidades, y debemos tener el coraje y la previsión de aprovechar esta gran encrucijada para garantizar un futuro mejor. La tendencia hacia la democracia y la libertad en la región beneficiará, también, a Israel y podremos observar, de cerca, su progreso. También acontecieron cambios en Israel. El movimiento comunitario por la justicia social, surgido a lo largo del país, demostró que el Pueblo de Israel está comprometido y socialmente consciente, denotando el espíritu de solidaridad de unos hacia otros y hacia su sociedad. Están dispuestos a luchar por un futuro mejor para ellos y sus hijos, siendo, el resultado, una experiencia edificante : ser testigos de la presencia de cientos de miles de personas, alzando - al unísono - sus voces y, de manera pacífica, pidiendo por sus derechos. Aquí también existe una oportunidad de cambio, y no debe ser desperdiciada. Los judíos en Israel y en la Diáspora comparten un destino y un vínculo en común; son responsables los unos de los otros. Esos vínculos nunca deben debilitarse sino, siempre, fortalecerse y, para este fin, la educación de los jóvenes judíos sobre Israel, cultivando su compromiso hacia Israel, resulta de suma importancia. No menos importante es la educación de la juventud israelí acerca de sus hermanos y hermanas en la Diáspora, dejando en claro, a los jóvenes y los ancianos, tanto en Israel como en el exterior, que Israel pertenece a todo el Pueblo Judío, y que una fuerte relación entre Israel - Diáspora constituye el puente que nos conecta. Juntos podemos desarrollar una visión para el futuro del Pueblo Judío basada en los valores judíos de paz y Tikun Olam. El próximo año será un período decisivo para Israel, toda la región, y el mundo, con complejos cambios por delante. Mantenernos unidos mientras enfrentamos las amenazas existenciales, nos dará la fortaleza para triunfar. Pero, también, será un período de oportunidades, y espero que aprovechemos estas posibilidades para crear un año de crecimiento, compromiso y seguridad. Mientras aspiramos por un futuro mejor, desde Jerusalén, extiendo mis mejores y más cálidos deseos al Pueblo Judío en todo el mundo por un año de paz, dicha, buena salud y prosperidad. Shana Tová, Shimon Peres
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Evangélicos, Israel, Política externa e cia. limitada

acabei d'asistir um programa na tv5 monde, q na vera, foi produzida pela radio canada q m'encasquetou um tiquinho...

O documentário falava sobre o avanço das posturas religiosas e conservadoras no país no que tange a variados aspectos, e no caso especifico a do aborto (independente dos posicionamentos sb o tema, lembrei-me do Brasil no discurso utilizado). porem o q + me chamou atenção foi a aliança q esa direita evangelica (nada contra os irmãos evangelicos...tenho inclusive alguns parentes do genero!) stá fazendo c a direita de Israel (tb n sou vinculado a squerda ou a qlqer partido politico ate agora!).

Bem a treta é a seguinte: Ese grupo d'evangelicos creem q o fim stá proximo e p tanto todos os judeus devem star na Holy Land p q a redençao aconteça. té ai, no problems, ps cada 1 crê como bem entende, e inclusive a tradiçao judaica conservadora cre em coisas parecidas, ms o problema é q como o premier do pais sta relacionado a ese grupo, eles tão com uma politica de apoio irestrito a todas as açoes israelenses e iso é um negocio serio.

É ululante q eu apoio Israel, amo a terrinha, rezo p ela e a defendo c unhas e dentes (inclusive tive uma discusãozinha com uma ex-profª minha durante a graduaçao p causa dos conflitos, etc.), porem acho problematico toda postura "acritica", e imbuida de um carater misionario. Apesar de achar o programa mezzo tendencioso (daqele discurso

repetitivo e de vitimação da squerda), um apoio totalizante as politicas do governo israelense (q n é Israel e sim qm stá governando no momento!) é perigoso pq em nome da verdade q os céus me revelou eu poso achar q tenho o direito de fazer tudo contra os q s contrarios a mim, pq eses cabras s do Guerko (do Djabo= Diabo), do mal , do sitra achra, etc.

E se nem em Israel há unanimidade (inclusive é stranho a l'esprit juif), creio q esa é uma postura politica complicada.

Como é tb um certo tabu hoje no galut (se é q'ele inda existe) realizar criticas as posturas do governo israelense ou a nosos mitos fundadores dentro da comunidade. qm o faz é logo olhado de banda (os motivos p iso poso discutir depois e creio q o bernardo sorj xplica bem direitinho...).

esa mistura pode te ser coincidentes agora, ms se mostrarão problematicas + na frente a medida q Israel s'inclina + a direita religiosa, perde o apoio internacional, seus jovens se sentem menos representados e qndo cair a ficha q os charedim e os crentes n tão sperando o msmo justiceiro p o fim do mundo.

 

a proposito o nome do programa é Le point.

 

Shanah Tobah!

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El primer canal internacional de noticias judío, Jewish News 1 (Noticias Judías 1), iniciará sus emisiones el próximo miércoles y ofrecerá noticias de interés para el mundo judío en ocho idiomas. Bajo la abreviatura de "JN1", este nuevo medio se postula como una alternativa a las principales cadenas generales de noticias como CNN, Fox News o Sky News, con el objetivo claro de servir al público judío al estilo de la cadena panárabe Al-Jazeera, seguida por decenas de millones de televidentes en los últimos 15 años. El canal será difundido vía satélite a Europa, Norteamérica y Oriente Medio. La orientación será judía cultural laica, con el famoso cineasta estadounidense judío Steven Spielberg como primer entrevistado. "Nosotros somos ante todo un canal judío, por lo que emitiremos noticias sobre judíos y sobre temas que interesan a judíos. Israel ocupará gran parte de las informaciones", señaló el responsable de información, Alexander Zanzer. "Si (el jefe de Gobierno) Biniamín Netanyahu o (su ministro de Exteriores) Avigdor Lieberman hacen algo que se interpreta como negativo, informaremos sobre eso porque somos un canal de noticias. Por otra parte, evidentemente queremos difundir contenidos positivos sobre Israel y la diáspora judía", agregó. El medio, que emitirá noticias de Israel y del mundo las 24 horas del día, ha establecido estudios en Tel Aviv, Bruselas y Kiev, y prevé abrir oficinas adicionales en Washington, París y Londres en los próximos meses. La cadena cuenta con una plantilla de doce corresponsales de diferentes nacionalidades desplegados en seis países y espera completar en los próximos días el proceso de selección de reporteros para cubrir las noticias de Israel, Europa y Rusia. "JN1" iniciará su difusión el próximo miércoles en inglés, pero sus responsables buscan ofrecer noticias en varios idiomas incluido hebreo, francés, italiano, ruso y alemán. En los próximos meses también podrá verse por Internet y a través de aplicaciones de telefonía móvil. Los propietarios del proyecto son dos empresarios rusos, Igor Kolomoisky y Vadim Rabinovich, respectivamente presidente y vicepresidente de la Unión Judía Europea, que han invertido hasta ahora en el proyecto cinco millones de dólares (3,6 millones de euros). EFE
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OLa Jayme Fucs

Shlalom querido,

Como vai...Gostarai de entrar em contato com você pois queria organizar um grupo de 10 pessoas para estar ai no seu local de morada ou KIbutizim...qual seria o valor? me envie seu telefone pois o grupo esta fechado!!!!

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Um poemiko

Faedor Judaicus

 

Quando à noite,

a sonolência deita e pesa sobre a rede de minhas pálpebras,

em reverência, eu curvo o rosto

e os meus lábios em devoção beijam a Torah que tenho ao lado de minha cama.

Então eu sinto

o cheiro simples do Shabat,

das velas acesas com sua luz bruxuleante e do calor qu'elas me fazem na oração,

das vestes da rainha noiva e das flores que lhe traz o seu Querido de Alma,

do vento vagaroso entre as árvores sem cheiro

no meu caminho de pés a Esnoga.

Aí, minh'ansiedade de melancólico sossega

e eu fico a desfrutar do cheiro dolente do Kidush,

cheiro do meu povo a escutar e a tentar

aprender

(conferindo no Midrash, no Rashi e no Baal haTurim)

as palavras perfumadamente repetidas

de Seu Isaac as parashiot

e do mar matutino de suas tevilot.

 

Chega mais tarde, o dias e o anoitecer

e eu continuo a sentir o cheiro anasalado

do meldar esforçado do moço pio

e do sorriso discretamente envergonhado

da moça que me fita ao lado da Arca

e exala o gracejo das flores de Shavuot.

 

Eu sinto o cheiro de cravo, arruda e gengibre

na caixinha de bessamim

que como o meu,

muitos narigões aduncos e aquilinos tentam aspirar

como o cheiro do "vinho do rabino" derramado no prato português,

onde ponho os dedos guardiões e patriarcais

que depois espalho pela testa morena amarelo-esverdeada,

a orelha e os bolsos na hora compenetrada de Habdalah.

 

Sim, sinto o cheiro do mito gigante da judeidade

que me é capaz de unir ao odor vazio de deserto paralisado

quando concordamos em ser perfumes

ao pé fumegante do Sinai.

Sinto o cheiro dos laranjais de Sefarad,

dos cajueiros do Camaragibe,

dos flüdens de pêssach da idish mamma ashkenazi,

dos olivais dos montes de Sião

qu'encachearam meus cabelos com o perfume de óleo para unção.

 

Eu sim, sinto o cheiro do Passado distante e profundo

que venho guardando desde pequeno nalgum lugar em mim,

que vazio preenche-se com o perfume semanal

de minh'alma adicional 

de um dia só.

E neste dia eu sinto o cheiro da roupa de Pai Jacó,

perfumada d'Éden

que é o cheiro que dou em D'us.

 

Nuno Brito

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Um taquinho de mim

Ao adentrar esse blog, acho na obrigação de m'apresentar: Meu nome é Creso Nuno Moraes de Brito. Tenho 25 anos, sou pernambucano, historiador e professor, brasileiro e judeu.

Como o nome denuncia não sou nenhum asquenaze ou sefarade magrebino ou levantino e sim descendente de judeus portugueses q estão aki em PE desde o tempo dos batavos, na verdade, como minhas raízes familiares são mto antigas, alguns avot cá aportaram desde o início da colonização tuga nessas paragens.

Aproximei-me do judaísmo aos 15 anos e aos 18 fiz brit (com medico judeu e benção) e os procedimentos necessarios p minha inserção oficial ou oficiosa na kehila, embora p os ortodoxos eu continue n sendo yahud, ms c todo respeito a eles, isso n m'encasqueta o juízo pq sei o q recebei e sei bem o q sou...ao entrar na comunidade (a velha sinagoga q frequentava era composta por sefas, alguns ashkes e a maioria de marranos ou anussim ou q se identificavam assim e curiosos esporádicos) aprendi a pluralidade - nem sempre mui cordial- dos judeus. E inda tinha o ishuv dos ashkes q foram s'acostumando com a ideia da marranada "de pouquim em pouquim" (de fato, ainda tão s'habituando) q'eu fui nalgumas solenidades e alguns iamim noraim... Em meio a intrigas e amizades, carinhos e descarinhos, ortodoxias e desleixos e a muitas sidrot da Torah (no sentido de Ensino e n só de pentateuco e talmud, embora os inclua) e mucho meldar (adoro a chazanut mezzo sefa, mezzo ashke de mia esnoga)...ah...e um pokito de ivrit y mazales...fui (re)construindo meu Judaísmo. E esse é o componente mais importante de minha personalidade, embora obviamente não o único.

Porém só pude m'aprochegar pq tinha uma base, existia um passado ou resquicios de um passado judaico em minha familia, meio confusos e apagados, porem q a tia mais velha alertava em sua extremada religiosidade catolica popular: "parece q somos do povo dos profetas, dos judeus dos holandeses" e minha mãe contava-me historias sb Golda Meir, Ben Gurion e a formação de Israel, afirmando q seria o unico pais q a faria viajar de avião...ps é a Terra de D'us e  devido ao seu lado cristão, seu sangue judaico e seu pendor p Historia, iria nem q fosse a base de calmantes.

Isso desde miúdo ouvia e fui crescendo, fui vasculhando o passado, descobrindo os costumes fúnebres, o bisavô q qndo velho se tornou adventista só pq eles guardavam o sabá ou o sabo (como ele aprendeu a chamar no engenho de sua familia e q desde de pichototinho aprendeu a respeitar). E virei estudante de história, trabalhei como monitor e depois supervisor/coordenador da monitoria do Centro Cultural Judaico de PE (Sinagoga Kahal Zur Israel) e do Arquivo Histórico Judaico de PE, publiquei trabalhos acadêmicos, fiz palestras e mini-cursos, graduei-me  e continuando sempre a pesquisar só p causa desse passado judaico q às vezes tive vontade de mandar p as cucuias ou às favas ou sei lá pra onde (devido as posturas de certos filhos do meu povo q n aprenderam q col israel arevim ze laze ou q no minimo devemos respeito ao guer pq todos ja fomos guerim um momento de nossa historia). Mas nunca consegui afastar-me dele.

E sabe por quê? Porque sou judeu, esse é MEU passado, a História que recebi, aceitei e escolhi traçá-la, continuando-a. Porque tenho um compromisso com meus ancestrais q de alguma forma queriam q eu soubesse q sou filho de Abraão, Isaque e Jacó e disso n m'olvidasse. E também fiz um brit (como diz meu último sobrenome) na carne, na alma e na mente com o Ser, o Tudo-Nada, o Inominável, o Mistério que nosso povo chamou de Adonai Eloheinu e ao qual eu me junto a todos que foram, são e virão a O chamar do msmo modo.

 

Não sou ortodoxo...stou a léguas disso..., não sou sionista, não sou membro oficial de nenhuma federação, embora vá a Esnoga por vezes (ao menos nas Grandes Festas, chaguim e alguns shabatot), tento manter uma certa kashrut e principalmente penso, sinto e me relaciono com o mundo como judeu, pois amo o Judaísmo, brigo com ele, transformo-lhe, vivo-lhe e por isso sou ele também.

 

Sou apenas a letra solitária q cai e s'ergue n'Aliança d'ELE. (Nun no Brit'O).

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VAI COMEÇAR O 2º FESTIVAL DE CINEMA JUDAICO DE CURITIBA

 

2º Festival de Cinema Judaico de Curitiba estreia com A Chave de Sarah

Entre os dias 17 e 20 de setembro, a Comunidade Israelita do Paraná promove o 2º Festival de Cinema Judaico de Curitiba, no Shopping Novo Batel. Serão realizadas exibições dos seguintes filmes: A Chave de Sarah, Irmãos, Uma Centena de Vozes: de Volta para Casa, Os Nomes do Amor, 100 Anos de Imigração do Leste Europeu ao Brasil, Rua da Nossa Senhora 4, Avós, além de curtas da Universidade de Tel Aviv.
           
As produções de diferentes nacionalidades discutem temas variados da cultura judaica como religião, política e o Holocausto. O grande destaque fica por conta da estreia em Curitiba do drama francês A Chave de Sarah. Recém-lançado foi muito bem recebido pelo público e pelos críticos de cinema na França e nos Estados Unidos, sendo considerado um dos melhores filmes com a temática do Holocausto. No Brasil teve a estreia durante o Festival de Cinema Judaico de São Paulo, em agosto, e agora chega a Curitiba. O crítico Luiz Carlos Merten afirmou no jornal O Estado de S. Paulo: “Se você pensa que o cinema já esgotou o tema do Holocausto, prepare-se. O filme descobre um novo viés para encarar o horror do massacre de milhões de judeus durante a 2ª Guerra”.

Com direção de Gilles Paquet Brenner e atuação de Kristin Scott Thomas (“O Paciente Inglês” e “O Garoto de Liverpool”), conta a história de uma jornalista americana que mora na França e é designada para cobrir as comemorações do 60º aniversário do Vel d'Hiv. Ao apurar os fatos ocorridos, a repórter constata que o apartamento para o qual ela e o marido planejam se mudar pertenceu aos Starzynski, uma família judia imigrante que fora desapossada pelo governo francês da ocupação.  E resolve descobrir o que aconteceu com a família de Sarah. O Vel d'Hiv marca o episódio em que a polícia francesa concentrou no Velódromo de inverno de Paris 13 mil judeus que foram entregues aos nazistas e enviados para a morte.
           
Outro filme que merece ser assistido é Irmãos, uma ficção suíça de dois irmãos que se encontram em Israel após anos separados. Um deles mora num kibutz e o outro é especialista na religião judaica, mostrando uma sociedade dividida entre princípios religiosos e políticos.
           
Sinopses

A Chave de Sarah –
França, Drama, 111’, 35 mm. Direção: Gilles Paquet Brenner; Atuação: Kristin Scott Thomas (“O Paciente Inglês”, “O Garoto de Liverpool”). Adaptado do Best Seller francês homônimo, o filme conta a história de Julia Armond, uma jornalista americana que vive na França e é designada para cobrir as comemorações do 60º aniversário do Vel d'Hiv, episódio do qual ela nunca ouvira falar até então. Ao apurar os fatos ocorridos, a repórter constata que o apartamento para o qual ela e o marido planejam se mudar pertenceu aos Starzynski, uma família judia imigrante que fora desapossada pelo governo francês da ocupação, e em seguida comprado pelos avós de Bertrand. Julia decide então descobrir o destino dos ocupantes anteriores - e a história de Sarah, a única sobrevivente dos Starzynski, é revelada. A família de Sarah foi uma das muitas brutalmente arrancadas de casa pela polícia do governo colaboracionista francês. Michel, irmão mais novo da garota, se esconde em um armário e Sarah o tranca lá dentro. Ela fica com a chave, acreditando que em poucas horas estará de volta. A Chave de Sarah retrata a sofrida jornada da menina em busca de sua liberdade - dos terríveis dias em campos de concentração aos momentos de tensão na clandestinidade, e, por fim, seu paradeiro após a guerra. E à medida que a trajetória de Sarah é revelada, mais segredos são desenterrados.

100 Anos de Imigração do Leste Europeu ao Brasil - Brasil, Documentário. O filme documenta a chegada ao Brasil dos judeus do leste europeu. Suas lutas para chegar ao Brasil, se adaptar e reconstruir suas vidas. Depoimento exclusivo de Samuel Klein.

Avós – Brasil, Curta-Metragem, Ficção, 11’, DVD, Direção: Michael Wahrmann. Sinopse: Leo comemora seu décimo aniversário. De uma avó, ele ganha meias; da outra, cuecas. Do avô, Leo recebe uma velha câmera Super-8, através da qual relata a tentativa de trocar os presentes com as avós. Nesse meio tempo, descobre que Mônica Lewinsky é judia, que Clinton é o presidente da América, que os números nos braços dos avós são os responsáveis por ele ser gordinho e que a tal câmera velha não serve para mais nada.

Curtas da Universidade de Tel Aviv - Israel, Ficção, 92´, DVD - Exibida no Festival de Cannes, a seleção de curtas-metragens dos alunos da Universidade de Tel Aviv tem um forte conteúdo que explora diferentes temas que intrigam e geram discussão não apenas na sociedade israelense, mas também em todas as sociedades do mundo atual.

Irmãos - Suíça; Ficção, 116´, DVD, com Baruch Brener, Micha Celektar e Orna Pitussi - Dois Irmãos se encontram em Israel depois de vários anos de separação. Dan vive em um Kibutz no sul de Israel. Aharon formou-se em direito, filosofia e é respeitado como especialista da Torá. Ele vai dos EUA para Israel para defender os direitos dos estudantes da Torá. O conflito entre os dois irmãos reflete uma sociedade dividida entre princípios religiosos e políticos.

Os Nomes do Amor - França, Ficção, 96´, DVD - Baya Benmahoud (Sara Fostier) é jovem, extrovertida e vive segundo o velho slogan hippie "Faça amor, não faça guerra", tem o hábito de levar opositores políticos para a cama com o objetivo de convertê-los às causas que acredita. Tudo vai bem até que ela conhece Arthur Martin (Jacques Gamblin), judeu e cientista de meia-idade. Atraídos pela história trágica de suas famílias - a guerra na Argélia e o Holocausto sob o regime de Vichy - acabam se apaixonando.
Rua da Nossa Senhora, 4 - Israel/Ucrânia, Documentário, 90´, DVD - A história marcante, porém desconhecida de Francisca Halamajowa, uma mulher polonesa católica que arriscou sua vida para salvar 15 judeus durante o Holocausto.

Uma Centena de Vozes: de Volta para Casa - EUA, Documentário, 91´, DVD - O documentário mostra um grupo de cantores que decidiu retornar à terra de onde brotou sua música, para descobrir suas próprias raízes e visitar os lugares de onde suas famílias foram brutalmente arrancadas durante o Holocausto

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A primavera surpreendeu em janeiro os próprios países árabes e o resto da comunidade internacional. Caíram ferozes e vetustas ditaduras. Outras seguem cambaleando. Desde então, os intelectuais tentam explicar como será a configuração do tabuleiro internacional. Segundo e especialista francês Sami Naïr, o futuro é incerto. Mas enquanto a OTAN intervier na região seguirão surgindo respostas neocolonialistas. Naïr, filósofo e sociólogo com raízes argelinas, é da opinião de que os Capacetes Azuis da ONU – e não as tropas da aliança transatlântica – deveriam ser os encarregados de proteger a transição democrática na península arábica. Com dezenas de obras publicadas, Naïr trabalhou junto com Simone de Beauvoir na direção da revista Les Temps Modernes. Em 1997, foi Delegado Interministerial para o Codesenvolvimento e as Migrações Internacionais, quando o socialista Lionel Jospin era o primeiro ministro francês. De 1999 a 2004 foi eurodeputado e atualmente é colunista de vários jornais franceses e do El País, da Espanha. De visita a Buenos Aires para participar do Colóquio Internacional sobre as Revoluções Árabes e a Nova Geopolítica Mundial, pelo Le Monde Diplomatique, Naïr conversou com o Página/12. A entrevista é de Luciana Bertoia e está publicada no jornal argentino Página/12, 09-09-2011. A tradução é do Cepat. Eis a entrevista. Mudaram as relações entre a Europa e os países do norte da África depois das revoluções árabes? Fundamentalmente, não. A Europa tem um paradigma estratégico, que também é compartilhado pelas potências dominantes a nível internacional (como os Estados Unidos, a China ou a Rússia), que é o paradigma da estabilidade. O que lhes interessa fundamentalmente é a estabilidade, por várias razões. Em primeiro lugar, porque temem o desenvolvimento de fluxos migratórios. Como segundo elemento, porque temem perder o controle dos recursos petrolíferos da região. Em terceiro lugar, temem o integrismo, o auge do islamismo. O paradigma da estabilidade consistia em apoiar estes ditadores com a desculpa de que eram a proteção contra o integrismo. Mas na realidade os ditadores eram os melhores aliados do integrismo. A Europa não mudou. Os líderes europeus até agora não deram nenhum passo. Estão na expectativa de como tudo isto vai terminar. Como se explica então a intervenção militar na Líbia? É um elemento absolutamente novo. Militarmente, através da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a Europa está intervindo para defender seus interesses. Na Conferência de Paris da semana passada com os novos dirigentes líbios começaram a falar da repartição dos recursos petrolíferos. A Europa está envolvida militarmente. Isso é uma mudança, porque desde a descolonização, não o havia feito. Até este momento não sabemos como a Inglaterra e a França vão continuar agindo. Também não sabemos como a opinião pública vai reagir diante da intervenção da OTAN. Pessoalmente, penso que a intervenção da França e da Inglaterra com o controle dos aviões de Muamar Gaddafi era necessária para salvar o processo revolucionário. A sociedade poderia reagir como fez em relação à invasão do Iraque? Sim, poderia, mas não sabemos. Se a OTAN continuar sendo uma força dominante, aí teremos inevitavelmente um rechaço. E os próprios ditadores vão dizer: “Olhem, isso se chama revolução e sua consequência é o neocolonialismo”. Se a intervenção da OTAN se transformar em uma intervenção da Organização das Nações Unidas (ONU), com soldados da ONU e com uma nova resolução desse organismo que diga que é preciso proteger o processo de transição democrática, teremos uma saída que pode ajudar muitíssimo para a solução democrática árabe. Como avalia a resposta europeia à crise humanitária que se seguiu às revoltas nos países árabes? Portou-se de maneira muito cruel e cínica. Não fez nada. Tivemos que receber cerca de 20.000 imigrantes tunisianos, e foi como se o planeta tivesse invadido a Europa. Em um artigo, você alerta que Muamar Gaddafi não é Saddam Hussein. Quais são as diferenças? A intervenção no Iraque foi imperialista, para destroçar um regime nacional, laico, que havia cumprido com todas as resoluções da ONU dos últimos anos. Naquela época, eu era parlamentar europeu e fomos com uma delegação de parlamentares europeus para Bagdá e tivemos uma reunião com os especialistas da ONU, que nos disseram: “Não há uma bala sequer. Não há absolutamente nada e vimos tudo”. Era, na realidade, uma intervenção para se apoderar das riquezas de petróleo e para destruir um dos países que poderia se opor aos interesses dos Estados Unidos e de Israel na região. Gaddafi, ao contrário, era o melhor aliado dos Estados Unidos. Agora se sabe que estava trabalhando com a CIA, que torturava os militantes islamistas presos em Guantánamo. (N. de R.: Segundo o New York Times, a Casa Branca enviou em oito ocasiões suspeitos de terrorismo para serem interrogados na Líbia.) Era um tirano que enlouqueceu. A situação é totalmente diferente, mas é preciso cuidar o que vai acontecer com a intervenção da OTAN. Era necessária, mas agora têm que sair. Você colocava em outro artigo a necessidade de que se criem partidos nos países que foram atravessados pela revolução nos últimos meses. Acredita que se poderá superar a espontaneidade que caracterizou as revoltas? Vão criar partidos políticos. É absolutamente necessário. É um processo de transição democrática, muito contraditório, com uma situação de dualidade de poder. Todos estes países nunca conheceram a democracia. A estão criando agora.
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"A Travessia da Terra Vermelha -Uma Saga dos Refugiados Judeus no Brasil", romance histórico de Lucius de Mello, relata a vida dos refugiados judeus nas décadas de 30 e 40 que encontraram abrigo no norte do Paraná. Para escrever o romance o autor entrevistou descendentes diretos dos pioneiros, no Brasil e na Alemanha.
"Ao vasculhar as memórias desses refugiados fui tocado por um passado vivo que nos remete ao Holocausto enquanto fenômeno político e crime
contra a Humanidade", disse o autor, que é escritor, jornalista e pesquisador da USP.

"A Travessia" conta a saga de cerca de 80 famílias alemãs, judias e cristãs, que fundaram a cidade de Rolândia, próximo a Londrina. Naquela época, a região era uma verdadeira selva. Fugindo da perseguição nazista, os refugiados judeus atravessaram o Atlântico, tomaram o trem e, por ironia, viraram vizinhos de alemães nazistas em pleno interior do Brasil.

Sem saber, os refugiados judeus se refugiaram numa colônia alemã parcialmente nazista. O livro publica, em primeira mão, fotos das festas hitleristas realizadas em Rolândia na década de 30. O autor também revela um cartaz usado em campanha anti-semita no interior do Paraná. A intenção do ditador alemão Adolf Hitler era transformar Rolândia numa colônia nazista modelo na América do Sul.

O livro traz fotos das festas que os nazistas realizavam para celebrar o aniversário de Hitler, com o contraste dos símbolos nazistas tremulando próximo a árvores típicas da região, como caviúnas, perobas rosas e figueiras brancas.

Entre os refugiados judeus, estavam médicos, físicos, botânicos, artistas, advogados, juristas, professores universitários que foram obrigados a deixar a vida confortável que tinham na Alemanha para trabalhar na roça no Brasil.

Eles foram ajudados pelo ex-deputado do partido católico alemão Otto Prustel. Pouco antes de Hitler começar a perseguição aos judeus, eles conseguiram salvar parte do dinheiro que tinham e comprar terras no Brasil. Prustel criou a chamada "operação triangular": os judeus alemães compravam peças (trilhos, parafusos, locomotivas, vagões,etc), das fábricas alemãs, em nome da companhia inglesa Paraná Plantation, responsável pela construção da ferrovia São Paulo-Paraná aqui no Brasil. Em troca, recebiam dos ingleses títulos das terras que viriam ocupar no Paraná.

Histórias
Entre as histórias curiosas relatadas pelo romance, estão a da soprano que dava recitais líricos na fazenda e cantava para amenizar a saudade dos amigos, dos parentes e do primeiro amor, um pianista, que morreu lutando na Primeira Guerra Mundial. Ela dava aulas de piano e canto para as crianças da colônia e cantava uma ária da ópera "Madame Butterfly", de Puccini, porque acreditava que a música estimulava Berenice, a vaca leiteira, a produzir mais

O livro conta as dificuldades dos refugiados no meio do mato, as doenças, os insetos, os bichos, o preconceito, a falta de socorro médico, a saudade de quem não conseguiu fugir e morreu nos campos de concentração.

Eles acompanhavam as notícias da guerra por um único rádio, que a polícia política só permitiu que ficasse na colônia porque pertencia a um imigrante polonês.

Havia uma família judia que se correspondia com o pintor Candido Portinari e que ganhou do artista quatro óleos sobre tela. O livro publica cartas e cartões trocados entre o pintor e os amigos judeus de Rolândia.

Outra história emocionante é a da física judia que era prima e se correspondia com o físico Rudolf Ladenburg, da equipe de Albert Einstein, em Princeton, Estados Unidos. O livro publica duas cartas que Ladenburg escreveu à refugiada. Ela também dava aulas de ciência aos filhos dos cablocos da fazenda e em troca aprendia português com eles.

Integradas à nova paisagem, algumas famílias faziam questão de celebrar os ritos religiosos judeus, mesmo que timidamente. Como não havia sinagoga na colônia, convidavam rabinos de São Paulo para celebrar festividades e até um casamento.

Para aprender a falar português, os refugiados se debruçaram sobre os livros de Fernando Pessoa e Machado de Assis. Eles conseguiram trazer, de trem, grande parte das bibliotecas que tinham na Alemanha.

Pesquisa
O romance é resultado de quatro anos de pesquisa, nos quais Mello recolheu diários, anotações, fotografias, cartas, documentos e gravou dezenas de entrevistas.

Parte do material ilustra o romance, que é apresentado pela professora doutora em História da Universidade de São Paulo Maria Luíza Tucci Carneiro, pesquisadora do LEER (Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Discriminação), ligado ao Departamento de História da USP.

Na apresentação, ela diz: "Com artimanhas de escritor experiente, mescla ficção e realidade recuperando o cheiro da terra, o aroma dos chás prussianos requentados em terras brasileiras, as mágoas e as paixões secretas até então silenciadas. É na trama destes interesses velados que os preconceitos ganham forma e a coletividade deixa saber exatamente quem ela é."

A investigação histórica foi feita com base em duas teses acadêmicas sobre o tema: "Brasil, Refúgio nos Trópicos", da própria Maria Luíza, e "Rolândia, A Terra Prometida", de Ethel Kosminsky, doutora em Sociologia pela USP

Havia uma família judia que se correspondia com o pintor Candido Portinari e que ganhou do artista quatro óleos sobre tela. O livro publica cartas e cartões trocados entre o pintor e os amigos judeus de Rolândia.

Outra história emocionante é a da física judia que era prima e se correspondia com o físico Rudolf Ladenburg, da equipe de Albert Einstein, em Princeton, Estados Unidos. O livro publica duas cartas que Ladenburg escreveu à refugiada. Ela também dava aulas de ciência aos filhos dos cablocos da fazenda e em troca aprendia português com eles.

Integradas à nova paisagem, algumas famílias faziam questão de celebrar os ritos religiosos judeus, mesmo que timidamente. Como não havia sinagoga na colônia, convidavam rabinos de São Paulo para celebrar festividades e até um casamento.

Para aprender a falar português, os refugiados se debruçaram sobre os livros de Fernando Pessoa e Machado de Assis. Eles conseguiram trazer, de trem, grande parte das bibliotecas que tinham na Alemanha.

Pesquisa
O romance é resultado de quatro anos de pesquisa, nos quais Mello recolheu diários, anotações, fotografias, cartas, documentos e gravou dezenas de entrevistas.

Parte do material ilustra o romance, que é apresentado pela professora doutora em História da Universidade de São Paulo Maria Luíza Tucci Carneiro, pesquisadora do LEER (Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Discriminação), ligado ao Departamento de História da USP.

Na apresentação, ela diz: "Com artimanhas de escritor experiente, mescla ficção e realidade recuperando o cheiro da terra, o aroma dos chás prussianos requentados em terras brasileiras, as mágoas e as paixões secretas até então silenciadas. É na trama destes interesses velados que os preconceitos ganham forma e a coletividade deixa saber exatamente quem ela é."

A investigação histórica foi feita com base em duas teses acadêmicas sobre o tema: "Brasil, Refúgio nos Trópicos", da própria Maria Luíza, e "Rolândia, A Terra Prometida", de Ethel Kosminsky, doutora em Sociologia pela USP

 

 

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Protestos em Israel

 

Milhares de manifestantes saíram nas ruas na noite passada, não só por esperança, mas por justiça social e mudança. Israelenses estão otimistas com mudanças.
 

 Fonte:
http://www.coisasjudaicas.com/2011/09/protestos-em-israel.html
Tel Aviv. Simetria dos manifestantes (Foto cedida pela Air Unit, Israel Polícia)
Tel Aviv. Simetria dos manifestantes (Foto cedida pela Air Unit, Israel Polícia)




Tel Aviv. Vista aérea da praça (Cortesia da Air Unit, Israel Polícia)
Tel Aviv. Vista aérea da praça (Cortesia da Air Unit, Israel Polícia)




Um rio de pessoas em Tel Aviv (Foto: Kimchi Motti)
Um rio de pessoas em Tel Aviv (Foto: Kimchi Motti)



"Nós não estamos aqui para sobreviver, estamos aqui para viver." Daphne Folha (Foto: Yaron Brener)
"Nós não estamos aqui para sobreviver, estamos aqui para viver."Daphne Folha (Foto: Yaron Brener)



New York. Também a justiça social em Manhattan (Foto: Ohad Krbtz'k)
New York. Também a justiça social em Manhattan (Foto: Ohad Krbtz'k)



Mitzpe Ramon. Palha que quebrou as costas dos manifestantes (Foto: Gili Gurel)
Mitzpe Ramon. Palha que quebrou as costas dos manifestantes (Foto: Gili Gurel)



Levantou a multidão no comício. Eyal Golan (Foto: Kalmar)
Levantou a multidão no comício. Eyal Golan (Foto: Kalmar)



Tel Aviv. Hollywood Ending rally (Foto: Eddie Gerald)
Tel Aviv. Hollywood Ending manifestação (Foto: Eddie Gerald)



Jerusalém. Demonstração na capital durante a noite (Foto: Noam Moskowitz)
Jerusalém. Demonstração na capital durante a noite (Foto: Noam Moskowitz)



New York. Identificação Washington Square (Foto: Ohad Krbtz'k)
New York. Identificação Washington Square (Foto: Ohad Krbtz'k)



Haifa. Revolução verde (Foto: descanso Avishag - Cidade)
Haifa. Revolução verde (Foto: descanso Avishag - Cidade)



Tel Aviv. Ambos os lados da barreira policial (Foto: Kalmar)
Tel Aviv. Ambos os lados da barreira policial (Foto: Kalmar)



Kiryat Shmona. Protesto do Norte (Foto: Avihu Shapira)
Kiryat Shmona. Protesto do Norte (Foto: Avihu Shapira)



New York. Revolução semelhante em Tel Aviv e Manhattan (Foto: Ohad Krbtz'k)
New York. Revolução semelhante em Tel Aviv e Manhattan (Foto: Ohad Krbtz'k)



Kfar Yehoshua. Também deixou o show no Vale de Jezreel (Foto: Hagai Aharon)
Kfar Yehoshua. Também deixou o show no Vale de Jezreel (Foto: Hagai Aharon)



Eilat. Residentes Resort cidade tomaram as ruas (Foto: Ruhama Biton)
Eilat. Residentes Resort cidade tomaram as ruas (Foto: Ruhama Biton)



Tel Aviv. Demonstração vermelho e azul (Foto: Kalmar)
Tel Aviv. Demonstração vermelho e azul (Foto: Kalmar)



Junção Shilat. Carros com os manifestantes (Foto: AP)
Junção Shilat. Carros com os manifestantes (Foto: AP)



Tel Aviv. Dando manifestantes Tree (Foto: AFP)
Tel Aviv. Árvore que dá manifestantes (Foto: AFP)



Jerusalém. Gritos e ankle boots (Foto: Gil Yohanan)
Jerusalém. Gritos e ankle boots (Foto: Gil Yohanan)



Tel Aviv. Os manifestantes também nas varandas (Foto: Kimchi Motti)
Tel Aviv. Os manifestantes também nas varandas (Foto: Kimchi Motti)



Kfar Yehoshua. David Broza gritos Justiça Social (Foto: Yoav Bachar)
Kfar Yehoshua. David Broza gritos Justiça Social (Foto: Yoav Bachar)



Tel Aviv. No caminho para o estado (Foto: Kalmar)
Tel Aviv. No caminho para o estado
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Nos últimas semanas pudemos ler e ouvir gente abusando de vitupérios contra os semelhantes, mas, desta feita, os xingamentos tiveram uma peculiaridade: os supostos algozes ou desafetos eram chamados de nazistas. O mais recente envolveu um cineasta e o curador de um festival literário. Não é um caso encerrado porque, cedo ou tarde, isso se repetirá. Reprisemos, na ordem reversa, as cronologias de outros fenômenos emblemáticos: piadas beócias e degradantes vinculando trens de deportação aos campos e uma estação de metrô, cineasta em Cannes confessa simpatia por Hitler, estilista britânico se declara nazista em Paris, escritor luso usa a expressão para criticar o governo israelense. Teocracias e ditadores dizem abertamente que o país judaico deve ser eliminado, teses revisionistas aparecem, primeiro timidamente, depois ganhando surpreendente apoio, sugerindo que o extermínio e os campos de concentração eram invenções dos roteiristas de Hollywood. Como se vê, a língua está bem mais solta. Definitivamente, há algo de podre. Importante reconhecer as assimetrias morais entre os fatos acima inventariados, mas infelizmente fazem todos parte da mesma matriz, que sempre começa assim mesmo, com corruptelas de linguagem. A polêmica mais recente está no campo do ultraje desqualificar alguém como nazista tendo como agravante ter apontado o dedo para alguém que resistiu, e sobreviveu, ao nacional socialismo alemão. Ora, se diante de qualquer polêmica mais aguerrida ou de um temperamento mais inflamado formos lançar mão do termo, logo arregimentaremos de volta o próprio partido. Há ainda o agravante: chamar um judeu de nazista é, de alguma forma, o apogeu da perfídia. Isso é só mais uma prova indireta da força e triunfo parcial do revisionismo que banaliza o Holocausto. É importante reparar que, nesses casos, não há por que encarar os fenômenos como manifestações intempestivas, no afã de provocar polêmica ou risada fácil. Desta vez, não se trata das baixarias televisivas, se trata -- e é isso que interessa -- de fenômeno mundial, de grave relevância política. Preconceitos, como já nos ensinou a hermenêutica filosófica, não podem ser desprezados. Eles não só existem como vez por outra sua força reprimida vem à tona, eclodindo de forma nua, inaudita e, às vezes, execrável. Quando o sujeito se dá conta, pronto, a verdade simplesmente escapuliu da boca. A promoção da cultura da paz é elemento essencial para qualquer civilização, e ela – se é que ainda há tempo – pode assegurar e garantir os direitos civis. Um dos papéis da imprensa sempre foi, de uma forma ou outra, promovê-la. Há urgência nisso. Por tudo isso o aumento exponencial de declarações antijudaicas – muitas vezes nuançadas – de astros, ícones da moda, diretores de cinema e jornalistas chama muito a atenção. Desde o fim da Segunda Guerra não se viam tantos atos de vandalismo e hostilidade contra judeus na Europa. Mas essa é apenas a parte visível, a onda é muito maior. Abrange as hostilidades anti-imigrantes que varre o mundo. O que elas têm em comum é que se nutrem da mesma sanha: ódio ao estrangeiro. Vale dizer, aos “estranhos” entre nós. Este não é um medo novo. Indo um pouco adiante na reflexão, toda manifestação mais veemente ou singular faz do sujeito um risco à média social. Para uma sociedade de massas, tudo que destoa pela autenticidade, veemência ou vigor merece repressão e repreensão. Esse contexto, associado à escalada de governos xenófobos, de partidos de direita ou de esquerda – enfim reunificados numa causa comum – nos conduz a prognósticos desfavoráveis e, talvez, mais que nunca, faz valer a máxima – parafraseando Gramsci – de que a história ensinaria, desde que ainda houvessem alunos. Inquietante observar que, quase acriticamente, a mídia jornalística parece dispor de paciência alongada. Transforma e replica declarações, deslizes da linguagem, e às vezes as próprias intolerâncias, em meras manchetes informativas. O sensacional vende, mas nem sempre a neutralidade é uma virtude. Tudo passa, portanto, por um ódio polissêmico, sem foco definido. Pode ser que a aversão ao estrangeiro é que esteja na raiz desta nova sombra que invade o mundo. Mas há uma escolha: a maioria precisa renunciar à plataforma política de exigir uma sociedade homogênea. Por favor, deixem as minorias viver em paz. http://www.jb.com.br/sociedade-aberta/noticias/2011/08/06/corrupcao-na-linguagem-e-a-nova-sombra-do-mundo/ * Paulo Rosenbaum, médico, poeta e escritor, é roteirista e produtor de documentários, e foi editor de revistas científicas no campo da saúde
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A questão da ciência - seus limites e critérios - está sempre voltando à pauta jornalística. Artigos recentes lembraram a perseguição que cientistas americanos vêm sofrendo por acharem resultados que às vezes contrariam expectativas populares no caso de novas evidências surgidas contra a hipótese do aquecimento global. Há quem ache que a ciência fará milagres. A tradução deste termo nos remete a múltiplos significados etimológicos. Mas o fato é que sempre que um extraordinário acontece, recorremos à palavra. O milagre é, provavelmente, muito mais banal que supomos. Seriam as marcas de um acontecimento extraordinário, transcendente? A natureza do milagre, vale dizer, seu propósito, é exatamente forçar-nos a admitir que há algo além, muito adiante da curva do insondável. Talvez o que não dominamos, ou nem sonhamos em conquistar: o inexplicável. Exatamente tudo aquilo que nestes estertores de pós-modernidade não nos é mais permitido. Por isso vê-se necessário explicitar a diferença entre atitude científica e cientificismo. Na inquietude científica, encontramos os autênticos elementos de ética e recato que pesquisas e pesquisadores devem ter: a cadência da humildade, a suavidade mental para admitir que há, inclusive, mais segredos que explicações, o respeito pelo contraditório e inacabado. Enquanto isso, na outra ponta, o cientificismo tornou-se uma seita: adota uma percepção seletiva, determinista, às vezes dogmática e descontextualizada. O milagre é lugar-comum, porque não é difícil verificar que o comum contém o milagroso. Acontece bem na soleira das nossas portas ou aqui mesmo, dentro de cada organismo. A respiração e as trocas gasosas de captação de oxigênio e eliminação de CO2 (gás carbônico) são milagres que acontecem 31 vezes por minuto. A manutenção da temperatura corporal humana de 36,8 graus (em média), mesmo quando há frio e calor excessivo, também poderia figurar nesta categoria. É a homeostasia - uma excepcional constatação do médico fisiologista Walter Bradford Cannon nos anos 30 - a capacidade de nos manter razoavelmente estáveis em um meio altamente instável. Os pequenos milagres, ou sinais de vida, têm uma constância absurda, e faz bem alguma humildade para não atribuir tudo ao acaso. Afinal, muitas coisas que estamos tentando curar com a tecnociência nossa de cada dia - entre as quais a destruição da biosfera, a desclimatização do planeta, as patologias provocadas por radiações ionizantes, a explosão de moléstias neuro-degenerativas, a farinização e industrialização dos alimentos - são enfermidades artificiais, produzidas por nossas próprias decisões e meios de vida. As modificações que o homem introduz no meio ambiente são conhecidas como antropogenias. Ao mesmo tempo, deparamos com um avanço das ciências aplicadas, tanto espetacular como perturbador. Há confiança excessiva no domínio frágil, se não perigoso, da própria natureza. Isso se alastra por todos os cantos, da medicina à astronomia, da física à biologia. Mas essa inflação do papel da ciência nas nossas vidas embute um impasse, já que ele não nos torna automaticamente aptos para assumir, nem a compreensão nem a onisciência prometida. O inconcebível avanço da tecnociência é um marco da capacidade humana, mas seu uso, e preço, pouco razoáveis. Podemos enxergar o tamanho do exagero? O endosso generalizado e acrítico com que passivamente aceitamos todos esses instrumentos e artefatos? Escancaramos as porteiras da medicalização da vida e fomos um pouco adiante: a cientifização da existência. Por isso é salutar provocar com o desconhecido. Acreditemos ou não nele, os milagres evidenciam desafios. E o desafio não é só seguir adiante num mundo fraturado, com as tradições, todas elas, em frangalhos. Estamos em plena era dos descartes - prematuros e erráticos - das necessidades subjetivas, do mundo interior, da arte e da filosofia como forma de vida (ou de morte). Mergulhamos no pragmatismo cru, nas hiper-racionalizações que bloqueiam a vida, quando na verdade a vida e a saúde são a regra, as anomalias e as doenças, dolorosas exceções. O desafio agora é autocrítico, e, eventualmente, considerar retroceder, como fez recentemente a Alemanha ao dizer não às centrais nucleares. E por que não voltar passos atrás? Diante da extensão do incognoscível precisamos reconhecer a extensão da arrogância e a soberba intelectual que nos possuiu. Possuiu-nos frente ao que não sabemos nem controlamos. O homem pode produzir milagres - e o fará cada vez mais - assim a ciência demonstra. E é bom que seja assim. Vibraríamos todos com tetraplegias curadas com elétrodos, e quando nossos recursos tivessem se esgotado seria absolutamente genial acompanhar exércitos de robôs extraindo água de asteroides congelados. O inconcebível é imaginar um domínio arrogante, que despreza os efeitos colaterais das interferências: aí está a sobrenatural empáfia do cientificismo. Sempre me interessei por robôs, mas também sempre lamentei que eles, ao menos nas ficções, acabem se insurgindo contra seus criadores: foi assim em 2001, Uma odisseia no espaço, de Arthur C. Clarke, e se repetiu em Eu, robô, de Isaac Asimov. Não é só uma ética duvidosa, em uma palavra, ingratidão, esta das máquinas. As referências são oportunas para mostrar que, tal qual velhos robôs, também podemos nos enganar. É possível até prescindir de atribuir uma autoria ao Cosmos e substituí-la por esse androide mítico chamado tecnologia. Se é essa é a grande revolução do século 21, ficamo-la devendo às próximas gerações. *Paulo Rosenbaum é médico, Phd. e pós-doutor pela USP, poeta e escritor
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Yeshayahu Leibowitz z"L, 1903-1994 :

Um homem de intelecto e de paixão

 

[ fonte: Haaretz - 15/09/2004 -  traduzido pelo PAZ AGORA|BR]

 

 

O Prof. Yeshayahu Leibowitz, que foi a fonte de tanta controvérsia durante sua vida ainda gera muita agitação desde seu túmulo. .

 

Yeshayahu Leibowitz nasceu em 1903 em Riga, Látvia. De 1919 a 1924, estudou química e filosofia na Universidade de Berlim, tendo se doutorado em filosofia. Recebeu seu diploma de médico na Universidade da Basiléia em 1964. Em 1935, emigrou para a Palestina onde após um ano ingressou na Universidade Hebraica de Jerusalém, onde foi nomeado professor de química em 1941.

 

Durante a Guerra de Independência de Israel (1948), participou da defesa de Jerusalém, tendo sido comandante de batalhão na Cidade Velha. Foi também ativo politicamente desde os primeiros dias do Estado, no agrupamento "Trabalhadores Religiosos" (Haoved Hadati) da federação sindical Histadrut.

 

Em 1952, Leibowitz foi nomeado professor de química orgânica e neurologia. Editou a "Enclopédia Hebraica" e publicou vários livros sobre temas científicos. Leibowitz também escreveu livros sobre judaísmo e filosofia, e dedicou muito tempo ao estudo da obra de Maimônides.

 

Aposentou-se oficialmente em 1970, mas continuou a ensinar filosofia e história da ciência. Em 1993, sua indicação para receber o Prêmio Israel levantou protestos, incluindo um anúncio do primeiro-ministro Yitzhak Rabin, dizendo que não iria participar da cerimônia de premiação caso Leibowitz fosse homenageado.

 

Yeshayahu Leibowitz, paradigma do judaísmo humanista, faleceu em 18 de agosto de 1994.

 

  

  
 
 

ELE ME CHAMAVA DE "JEZEBEL"

[ Shulamit Aloni ]

 

Durante todos meus muitos anos de trabalho público, houve dois incidentes nos quais sucumbi à brutal pressão de histeria patriótica que era errada e desnecessária, mas impressionante.

 

Um desses incidentes envolveu a revolta no governo Avodá/Meretz e de grande parte do Knesset contra a concessão do Prêmio Israel ao Prof. Yeshayahu Leibowitz por sua vida de realizações. A campanha movida contra Leibowitz incluía selvagens acusações de jornalistas e outras disseminações virulentas. Eu então era a ministra do gabinete responsável pela premiação.

 

Eu sabia que não poderia me render a essas cruas difamações e que não deveria retroceder de uma decisão unânime tomada por um comitê eleito, mas acabei cedendo e ainda sinto vergonha por isso.

 

Eu não deveria ter sucumbido, apesar da firme posição tomada pelo então primeiro-ministro Yitzhak Rabin, que  anunciara publicamente que não iria assistir à cerimônia de premiação se a decisão de conceder o prêmio "àquele homem" não fosse mudada. Como alguém que conhecera Rabin pessoalmente por muitos anos, eu deveria ter ido a ele pessoalmente para persuadi-lo a agir diferentemente.

 

O que aconteceu foi que antes que eu tivesse tentado vencer as ondas de raiva e ódio, o próprio Leibowitz informou-me, através de seu amigo e aluno Prof. Avi Ravitzky, que se iria afastar de todo esse caso, para não causar embaraço a Rabin. Fiquei envergonhada e então me certifiquei de que o álbum de premiados listaria os indicados que recusaram receber o prêmio, incluindo David Ben-Gurion e Yeshayahu Leibowitz. Infelizmente, os ministros que me sucederam não honraram este costume.

 

Leibowitz costumava dizer que só o corpo de uma pessoa morre, mas a pessoa continua a existir. É uma pena que ele não estivesse tão certo nesse ponto, porque se ele ainda estivesse vivo entre nós, sua voz iria soar muito alto e ressoaria em muito mais pessoas, à luz do doloroso fato de que o que ele dizia realmente tinha se tornado realidade: que nossa democracia estava definhando, e que o poder do exército, do serviço secreto e do Sr. Yehiel Horev, chefe da segurança do Ministério da Defesa, são mais forte do que o Parlamento.

 

Ouvi Leibowitz pela primeira vez ainda antes de Israel se tornar um Estado. Foi em 1945, quanto eu estava na 11ª série no Colégio de Beit Hakerem em Jerusalém. Foi uma palestra festiva de 6ª feira para os alunos das séries superiores, realizada no salão de concertos e conferências. Atrás do palco, havia uma grande lousa que oferecia ao palestrante um grande espaço para ilustrar seus comentários. Ele fez uma palestra, tão apaixonada como bem organizada, sobre a importância e o significado das ciências naturais, sobre novas pesquisas que estavam descobrindo os segredos do universo e da vida, e sobre novos caminhos para pesquisa. Era uma palestra de um cientista: clara, intrigante, que inspirava uma paixão pelo conhecimento.

 

Mas, quando terminou a apresentação, pegou o apagador e rapidamente apagou tudo que tinha escrito na lousa, e declarou que tudo era sem sentido e que jamais seria capaz de aprender o segredo da Criação. Tudo é o trabalho de Deus, disse, e nós nunca seríamos capazes de compreender os caminhos de Deus.

 

Fez-se silêncio no salão. Mas então seguiu-se uma explicação. Tudo que uma pessoa faz e tudo que a ciência revela podem ser comparados ao trabalho de pedreiros. Eles sabem como preparar tijolos, como assentá-los e como construir uma casa. Mas não conhecem o projeto ou o objetivo, nem entendem as razões para eles.

 

O mesmo ocorre conosco, explicou. À medida que estudamos e fazemos pesquisas, jamais entenderemos a fonte da sabedoria e do entendimento (Todos estudamos o Livro de Jó e os belos capítulos onde Deus lhe responde e aponta a incapacidade humana de entender o mito e o segredo da Criação). O jeito em que Leibowitz terminou sua palestra foi surpreendente e um tanto estranho. Não tenho o texto da palestra, mas ainda posso vê-lo claramente no salão e ouvir sua voz.

 

Suas palavras capturaram meu interesse. Comecei a ler os artigos que ele publicava nos folhetos da sinagoga Yeshurun de Jerusalém e fui a vários lugares ouvir suas palestras. Acompanhei suas discussões com e contra Ben-Gurion, e finalmente tornei-me sua seguidora e, ocasionalmente sua debatedora em palestras conjuntas.

Até a Guerra dos Seis Dias, a maior parte das discussões tratavam das relações entre religião e Estado, coerção religiosa e a necessidade de casamentos civis como forma de equalizar o status das mulheres com o dos homens.

Ele frequentemente ventilava comigo sua raiva de Ben-Gurion, o partido dominante Mapai e a hipocrisia de sua aliança com o Grão-Rabinato. Dizia que o Estado era a amante dos rabinos, e falava de uma aliança entre a descrente Shulamit Aloni, a hipocrisia do Partido Nacional Religioso e o ratinato. Teve, até mesmo, a dúbia distinção de chamar-me de "Jezebel", ainda antes de ter concedido esta "honraria" para Golda Meir.

Leibowitz falava contra as concessões feitas em nome da "unidade nacional".

 

Quando a Lei da Corte Rabínica (governando casamentos e divórcios, e estado civil em geral) foi promulgada, quando depois Golda Meir transformou a Lei do Retorno numa lei religiosa que agora separa mães e filhos e demanda que milhares de cidadãos se submetam a conversão (envolvendo assumir um novo nome, cortando laços com o passado e adotando um estilo de vida religioso), quando Meir, junto com Yaakov Shimshon Shapira (o ministro da justiça conhecido por sua linhagem rabínica) e os ateus do Partido Ahdut Ha'avoda (União do Trabalho) rejeitaram a recomendação da Suprema Corte de deletar os ítens "religião" e "nacionalidade"  do Registro da População, e listar apenas "cidadania", e quanto eles determinaram que a definição ortodoxa de judeu deveria ser aplicada à Lei do Retorno.

 

Em todos esses casos, Leibowitz refutou seus argumentos e até me permitiu citá-lo em meu livro  "The Arrangement: From a State of Law to a State of Halakha" [A Transformação de um Estado de Direito em um Estado da Lei Religiosa Judaica], publicado em 1970.

 

RELIGIÃO E ESTADO

 

"O argumento de que o reconhecimento de casamentos civis pelo Estado iria dividir o povo judeu em dois grupos que não poderiam se casar entre si é fundamentalmente falso. É falso que tal tipo de reconhecimento iria minar a instituição do casamento. Aqueles que defendem esse argumento ignoram, conscientemente ou não, a realidade de centenas de milhares de judeus religiosos nos países ocidentais, que vivem suas vidas pessoais em santidade de acordo com a Torá, sob jurisdição das leis de Estado que reconhecem (como na Inglaterra) e mesmo exigem (como durante a República alemã de Weimar) casamentos e divórcios civis. Um judeu observante pode continuar se casando sob uma chupá numa cerimônia judaica e se, lamentavelmente, um casal decidir se separar, podem similarmente fazê-lo de acordo com as leis de Moisés e Israel."

 

"Seria suficiente para aqueles que se rebelam contra a religião registrar seus 'casamentos' ou 'divórcios' numa repartição governamental sob um procedimento a ser estipulado na lei. Esses dois termos-chave aparecem aqui entre aspas porque, por uma perspectiva religiosa, não existe nesses casos nenhum casamento, mas apenas relações sexuais com uma mulher solteira. Portanto, o divórcio não é tampouco um tema aqui. Se nenhum casamento teve lugar, não há mamzerim [bastardos] e um filho nascido fora do casamento não é proibido de fazer parte da comunidade. Temos ainda de ver as instituições da Torá discutindo seriamente o significado haláchico [pela lei religiosa judaica] dos casamentos civis. .. Isso iria reduzir o temor da mamzerut [condição de bastardo] ao mínimo e constituiria um grande avanço sobre a atual situação legal pertinente a casamento e divórcio, que produz um crescente número de mamzerim em Israel ... Mas não se deve esperar que as instituições rabínicas discutam esse assunto objetivamente, porque elas tem seus próprios interesses nesse tema", tais eram as palavras de Leibowitz.

 

Para enfatizar as limitações dos seres humanos, ele costumava citar o capítulo 28 do Livro de Jó: "Mas onde deve ser encontrada a sabedoria? E onde está o lugar do entendimento? e citou a quase arrogante resposta de Deus: "Manter o temor ao Senhor, é a sabedoria, e afastar-se do mal é entendimento" - Eu pensava que ele estava brincando comigo ou achando que eu era estúpida. Mas fiquei triste ao ouvi-lo declarar em uma de suas palestras, com toda seriedade, que a coisa mais importante era o que estava escrito no final da Kohelet (Eclesiastes): "O final do assunto: tudo foi ouvido. Tema Deus, e guarde seus mandamentos, porque este é todo o dever do homem".

 

Isto é muito fácil, muto simplista para mim, salvo se estiver falando de Deus nos termos de Spinoza. Mas ele estava falando sobre o Deus de Israel e a observância dos mandamentos como serviço a Deus, como se todos os esforços da mente humana para alcançar um entendimento da Criação do universo - que gente como nós acredita ser possível - fossem nulos e inúteis.

 

Um dia, durante uma longa viagem para uma palestra, falou de si mesmo. E não no seu tom costumeiro. "Você tem de entender, sentir a maravilhosa experiência de ir à sinagoga todos os dias de madrugada ao alvorecer e recitar as orações matinais junto com um minián [quorum] de outros judeus - cada qual com sua própria profissão, seus próprios problemas e seu próprio mundo - mas, ainda assim, ficando juntos por anos e recitando as mesmas orações que foram pronunciadas aqui e ali e no passado".

 

Com toda a sabedoria e conhecimento, a crença de Leibowitz em Deus está além da crítica e ele me lembra as palavras do poeta que escreveu os Salmos (73:22): "Tão tolo [era] eu, e ignorante eu era [quanto] uma besta diante dele".

 

[ publicado no Haaretz em 15|09|2004 e traduzido pelo PAZ AGORA|BR - www.pazagora.org ]

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TROFEUS, BOMBACHAS, ANAUES e MAMACUIAS

Ah, 2/3 da minha via foi vivida aqui nos EUA, de modo que sou avido pelas coisas do Brasil - judaísmo incluso. Aqui conheço as Schuls, os judeus do Norte, do Sul, onde eu moro, os de Nova York e os mais ouriçados de Los Angeles, onde vivi 17 anos. Mas pouco conheço da Comunidade do Brasil, e o pouco que eu vi, por vezes me espanta: Por exemplo, a imigrações judaicas Azkenazhin para o Brasil, as Colonias Hirsch, por exemplo: As duas Colonias ICA do Interior do Rio Grande do Sul, de onde veio os Mendels, Groismans, Steinbruchs, Rabinovichs e por ai vai. Há também um lindo cemitério judaico em Erechim e um histórico grande sobre estes gaúchos de bombachas. Creio que se não atentarmos a resgatar esse tema, eles poderão ser diluído numa cuia de mate quente. Mas a minha maior preocupação com esta Comunidade de bombacha, os judeus da “Nação Mamacúia” (não Macunaíma),  é que muitos estão preocupados em serem germanizados e outros andam deslumbrados encantados com sua tez clara e olhos azulados, troféus (no Terceiro Mundo) em potencial de jogadores de futebol ou de negociantes abastados... Bem, observando essa assimilação “empenada”, eu ate que posso viver num baixo nível de humor mordaz; mas quando esporadicamente vejo alguns deles quase dando um Zig-Heil de caboclo, o Anauê Tupinambá... Aí a paciência enche, e por pouco meu humanismo vai as “cucuias”.

Shmuel de Mattos, SC, USA

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